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Teatro

- Publicada em 17 de Março de 2018 às 12:51

Um musical sobre Harry Potter

Sem qualquer anúncio de jornal, mas com promoção pelas redes sociais, o espetáculo A very Potter musical teve apresentação única, no sábado, dia 3 de março, no Teatro do CIEE, com poltronas absolutamente tomadas, na maioria por jovens. Trata-se de uma versão brasileira de uma iniciativa de fãs da série dos romances, que estreou originalmente em 11 de setembro de 2009, na Universidade de Michigan, com letras de Daren Criss e J. Holmes, libreto de Matt Lang - que assinou a direção, Nick Lang e Brian Holden. O espetáculo é até verbete na Wikipédia.
Sem qualquer anúncio de jornal, mas com promoção pelas redes sociais, o espetáculo A very Potter musical teve apresentação única, no sábado, dia 3 de março, no Teatro do CIEE, com poltronas absolutamente tomadas, na maioria por jovens. Trata-se de uma versão brasileira de uma iniciativa de fãs da série dos romances, que estreou originalmente em 11 de setembro de 2009, na Universidade de Michigan, com letras de Daren Criss e J. Holmes, libreto de Matt Lang - que assinou a direção, Nick Lang e Brian Holden. O espetáculo é até verbete na Wikipédia.
No Brasil, o trabalho foi uma iniciativa de Danielle Salmória, que assina como diretora-geral do trabalho, respondendo também pela direção cênica, ao lado de Letícia Kleemann, em produção realizada em Porto Alegre. Ambas se encontram também em cena, em meio a um elenco de 20 intérpretes que buscam, em três horas de espetáculo, apresentar novas perspectivas para as aventuras de Harry Potter, ora completando vazios dos enredos, ora modificando situações ou inventando-as, tal como é a tradição das produções de "fandoms" que circulam, há muitos anos, na internet, com a aquiescência da autora, a escritora inglesa J. K. Rowling.
Todos os integrantes deste espetáculo fazem parte do Grupo Alohomora, que mantém atividades desde 2013 e que, entre 2017 e 2018, promoveu a produção deste musical, que, simplesmente pelo fato de ter se concretizado, já merece destaque e reconhecimento. A produção não é muito complicada, ao menos aparentemente: o cenário é reduzido, os vários efeitos resultam, sobretudo, da iluminação; o uso de uma bem cuidada trilha gravada a partir da trilha sonora original, com todos os atores portando microfones sincronizados, mais os figurinos, de qualquer modo tudo isso deve ter resultado numa despesa razoavelmente alta para a conjuntura atual. Sem falar na negociação sobre direitos autorais, que inexistem, pois são liberados pela escritora para esses casos em que não há intenção de lucro. A versão local faz adaptações do texto e do espetáculo originais (todo ele pode ser encontrado no YouTube) para o português, nem sempre com o melhor resultado - a dificuldade de encaixar a letra em português dentro dos espaços rítmicos da música nem sempre ficou bem resolvida - mas, de qualquer modo, com eficiência, e em algumas situações, de maneira engraçada, pois faz referências a questões imediatas de nosso contexto.
Danielle Salmória tem cursos, inclusive no exterior, de teatro musical. Letícia Kleemann é formada pelo Departamento de Artes Cênicas da Ufrgs, mas também tem formação complementar no exterior. As duas comandam um elenco de jovens atores amadores que, na maioria ou na absoluta maioria dos casos, deve estar pisando um palco pela primeira vez. O resultado fica acima da média: todos cantam e dançam com naturalidade, têm excelentes vozes, sabem interpretar e são atores bastante desinibidos.
Do grande elenco, Felipe Assis Brasil vive Potter, trazendo à cena a imagem fiel do menino da história. Seus companheiros, Hermione (Danielle Salmória) e Rony (André Flores) são fieis escudeiros e formam um trio equilibrado. Draco é vivida pela atriz Alina Cunha, com muita personalidade; Letícia Kleemann interpreta o prof. Quirrel, que, na cena adaptada, por vezes carrega em suas costas Lord Valdemort (Gabriel Reis). Joceli Guedes, enquanto Severo Snape, é figura perfeita, do mesmo modo que Leonardo Koslowski como Rúbeo Hagrid; o professor Dumbledore é Thiago Motta; e assim se sucedem os demais intérpretes.
Talvez o grande problema do espetáculo, que, espero, venha a cumprir temporada mais longa na cidade, seja sua própria concepção: se o grupo que criou a dramaturgia original não tivesse se entusiasmado tanto, estendendo a história, talvez o interesse dramático fosse maior. Assim como está, ao menos para quem não é "fã de carteirinha" da série, fica repetitivo, uma paráfrase muito abrangente dos originais e, neste sentido, em alguns momentos, cansativo. No entanto, se houver cortes precisos e pontuais no texto, reduzindo-o, talvez, a hora e meia de espetáculo, certamente teremos um trabalho que interessará, não apenas aos "especialistas" em Harry Potter, mas a todo o público, inclusive, não só adolescente, quanto adulto.
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