João Rocha
Em um mundo marcado por incertezas, a longevidade de uma instituição como a Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio é mais do que um feito histórico. É um testemunho vivo do poder da solidariedade. Ao longo de 130 anos, a entidade atravessou crises econômicas, guerras, enchentes e pandemias, mas nunca fechou as portas. Sempre esteve ali, firme, como um farol de acolhimento para quem mais precisava.
Fundada em 1895, no coração de Porto Alegre, a missão nasceu simples e profunda. Oferecer cuidado e dignidade àqueles que a sociedade esquecia. O gesto inicial de Marcelino e outros visionários se transformou em um “nós” que atravessa gerações. Não é sobre ações isoladas, mas sobre a força coletiva de profissionais, voluntários, parceiros e apoiadores que acreditam que justiça social começa pela proteção das crianças e adolescentes.
Hoje, mais de 1.400 meninos e meninas são atendidos diariamente na Fundação O Pão dos Pobres. Aqui, não se trata apenas de oferecer abrigo ou alimentação, mas de acreditar no potencial de cada um. Formação, escuta, respeito, educação e oportunidades são pilares que transformam realidades.
Vale destacar que, ao longo de sua história, a Fundação construiu muitos laços. Cada criança e jovem que aqui passa leva consigo não apenas lembranças, mas valores que moldam seu futuro. Muitas delas retornam anos depois, agora como profissionais ou voluntários, fechando um ciclo virtuoso de muito zelo e inspiração. É a prova de que a transformação gerada pelo “nós” não tem prazo de validade. Ela se espalha, se multiplica e deixa marcas positivas por toda a comunidade. E é nesse cenário que surge também o Hub de Inovação e Responsabilidade Social da Fundação O Pão dos Pobres. Conectando empresas, pessoas e ideias para criar respostas concretas aos desafios sociais.
Celebrar 130 anos não é apenas olhar para o passado com orgulho, mas assumir o compromisso com o futuro. É renovar diariamente a promessa de estender a mão, reacender esperanças e lembrar que a vida é boa quando há chance de recomeço.
Se o “eu” constrói pouco, o “nós” constrói mundos. E no Pão dos Pobres, esse “nós” já transformou milhares de histórias. E continuará transformando muitas outras.
Gerente da Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio