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Em 2018, 2.320 pessoas se inscreveram para as 120 vagas nos cursos
CLAITON DORNELLES/JC
Igor Natusch
Para exemplificar a importância da Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio, de Porto Alegre, na vida de cerca de 1,4 mil crianças e adolescentes, o atual diretor da entidade, João Rocha, cita um caso significativo, ocorrido há alguns anos. Matriculado em um dos cursos do Centro de Educação Profissional (CEP) para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, um jovem aprendiz chegava atrasado todos os dias. A aparente falta de comprometimento começou a colocar sua bolsa em risco, o que forçou uma conversa com os coordenadores.
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Para exemplificar a importância da Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio, de Porto Alegre, na vida de cerca de 1,4 mil crianças e adolescentes, o atual diretor da entidade, João Rocha, cita um caso significativo, ocorrido há alguns anos. Matriculado em um dos cursos do Centro de Educação Profissional (CEP) para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, um jovem aprendiz chegava atrasado todos os dias. A aparente falta de comprometimento começou a colocar sua bolsa em risco, o que forçou uma conversa com os coordenadores.
Questionado sobre os atrasos, o aluno abriu o jogo: morador do bairro Humaitá, ele cedia o vale-transporte que recebia para a avó, que vende doces no Centro de Porto Alegre. "Ele saía da aula todos os dias, por volta do meio-dia, e vinha caminhando até aqui, sem almoçar. Não surpreende que chegasse sempre atrasado", lembra Rocha. "Não era algo correto (ceder o cartão), mas era feito com uma boa intenção, para ajudar a família. E ele se interessava pelo curso, tanto que fazia esse esforço para estar aqui."
Oferecidas gratuitamente, atividades como os cursos do CEP são custeadas a partir de convênios públicos e de colaborações de empresas e da sociedade civil. Há, também, uma entrada de recursos a partir da locação de imóveis doados ao Pão dos Pobres no passado, mas muitos desses edifícios são antigos, o que faz com que cerca de 40% deles não encontre interessados.
Com o cinto apertado, a gestão promove uma campanha para sensibilizar a sociedade, realçando modalidades de doação como o Funcriança, que abate as doações do Imposto de Renda. Para pessoas físicas, as doações são realizadas por meio da Declaração de Ajuste Anual dos que optam pelo modo completo de preenchimento, e podem gerar dedução de até 6% do valor devido.
Para as instituições jurídicas, o limite é de 1% - valores que já podem dar um considerável respiro aos cofres da instituição. Segundo o Sistema de Doações Web da Prefeitura de Porto Alegre, o Pão dos Pobres atingiu, até o começo de junho, pouco menos de R$ 848 mil do total projetado para custear as atividades, de quase R$ 6 milhões.
Hoje, cerca de 600 aprendizes do CEP desenvolvem aptidões em atividades como marcenaria, serralheria, desenvolvedor web, manutenção de computadores e gastronomia, entre outras. Como há uma política de privilegiar jovens que já estão sendo atendidos pelo Pão dos Pobres, as vagas abertas acabam sendo limitadas, e a demanda pelos cursos é bem maior que a oferta. De acordo com Rocha, foram oferecidas em torno de 120 vagas para as turmas deste ano, e nada menos que 2.320 pessoas se inscreveram.
Fundado em 1895, o Pão dos Pobres conta, também, com seis unidades de abrigo, destinadas a jovens que, por determinação judicial, foram afastados de suas famílias, e com o Programa de Oportunidades e Direitos Socioeducativo (POD), voltado a egressos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). Outro desdobramento das atividades é o Centro de Atendimento Integral, que desenvolve dois programas - Cidade Escola e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, ambos em convênio com a prefeitura. O atendimento é oferecido no turno inverso das aulas e atende, hoje, 240 crianças e adolescentes que residem em áreas violentas na cidade.
Além da inscrição no Funcriança, é possível fazer doações em dinheiro diretamente à fundação, ou colaborar com alimentos ou bens materiais. O Pão dos Pobres é uma das entidades beneficiadas no programa Nota Fiscal Gaúcha, e também promove seleção para voluntários. Quem quiser apoiar pode buscar informações pelos telefones (51) 3433-6921 e (51) 3433-6902, ou pelo e-mail [email protected].