Após a morte súbita de João Gabriel Hofstatter De Lamare durante a 40ª Maratona Internacional de Porto Alegre, no dia 7 de junho, Mariana Pieri, namorada de João, junto de Marli Hofstatter, mãe do jovem, além de outros amigos e familiares, criou a ONG Corre com o Coração. O objetivo da organização é conscientizar sobre o diagnóstico precoce de doenças cardíacas e a importância de exames, especialmente para jovens atletas.
Hofstatter faleceu após sofrer uma parada cardíaca enquanto realiza o percurso da meia-maratona. Exames apontaram que ele era portador de cardiomiopatia hipertrófica, doença que afeta o músculo do coração e é uma das principais causas de morte súbita em jovens e atletas.
Segundo Mariana, João era uma pessoa saudável, que nunca havia apresentado sintomas. Assim, após o choque da morte, ela e um grupo de pessoas próximas ao jovem decidiram agir.
“Não sabíamos que o João tinha cardiomiopatia hipertrófica. Foi um choque bem grande, principalmente por ele ser atleta, ser saudável a vida inteira e nunca ter apresentado nenhum sintoma. Conversamos com os pais e outros amigos dele, e decidimos que precisávamos fazer alguma coisa, porque essa informação que a gente não tinha poderia salvar a vida de outras pessoas”, destacou.
A ONG foi criada no dia 7 de julho, um mês após a trágica morte. Neste período, a Corre com o Coração, que conta com mais de 20 pessoas e o apoio de cardiologistas, já participou de duas maratonas: a Panvel Run e a Meia Maratona de São Leopoldo, onde conversaram com atletas e familiares, distribuindo panfletos e adesivos.
Hofstatter faleceu após sofrer uma parada cardíaca enquanto realiza o percurso da meia-maratona. Exames apontaram que ele era portador de cardiomiopatia hipertrófica, doença que afeta o músculo do coração e é uma das principais causas de morte súbita em jovens e atletas.
Segundo Mariana, João era uma pessoa saudável, que nunca havia apresentado sintomas. Assim, após o choque da morte, ela e um grupo de pessoas próximas ao jovem decidiram agir.
“Não sabíamos que o João tinha cardiomiopatia hipertrófica. Foi um choque bem grande, principalmente por ele ser atleta, ser saudável a vida inteira e nunca ter apresentado nenhum sintoma. Conversamos com os pais e outros amigos dele, e decidimos que precisávamos fazer alguma coisa, porque essa informação que a gente não tinha poderia salvar a vida de outras pessoas”, destacou.
A ONG foi criada no dia 7 de julho, um mês após a trágica morte. Neste período, a Corre com o Coração, que conta com mais de 20 pessoas e o apoio de cardiologistas, já participou de duas maratonas: a Panvel Run e a Meia Maratona de São Leopoldo, onde conversaram com atletas e familiares, distribuindo panfletos e adesivos.
Durante a conversa, a idealizadora da ONG conta que foram destacadas a importância de um acompanhamento médico mais frequente, com exames periódicos.
“Cuidamos muito para não falar com ninguém antes da prova, para não deixar ninguém preocupado. Não é nosso intuito deixar as pessoas com medo e afastá-las do esporte, nem prejudicar a prova delas. Após a maratona, fomos em busca das pessoas para conscientizá-las sobre a causa. Muitas nos conheciam, muitas não conheciam, mas sabiam da história do João, que marcou muita gente”, ponderou Mariana.
Outro ponto destacado foi o objetivo da ONG de atingir um público jovem. Segundo ela, a Corre com o Coração busca mostrar o dia a dia de um jovem atleta fazendo exames e cuidando da saúde cardíaca. A ideia é conscientizar os jovens que não apresentam sintomas, e que normalmente não buscam exames preventivamente
"Informações podem salvar vidas, e a conscientização é muito importante. Nós mesmos não tínhamos a menor ideia disso, e eu, aos 19 anos, nunca tinha feito um eletro antes. Normalmente, jovens que não apresentam sintomas não buscam exames, então essa conscientização é mesmo muito importante", afirmou.
“Cuidamos muito para não falar com ninguém antes da prova, para não deixar ninguém preocupado. Não é nosso intuito deixar as pessoas com medo e afastá-las do esporte, nem prejudicar a prova delas. Após a maratona, fomos em busca das pessoas para conscientizá-las sobre a causa. Muitas nos conheciam, muitas não conheciam, mas sabiam da história do João, que marcou muita gente”, ponderou Mariana.
Outro ponto destacado foi o objetivo da ONG de atingir um público jovem. Segundo ela, a Corre com o Coração busca mostrar o dia a dia de um jovem atleta fazendo exames e cuidando da saúde cardíaca. A ideia é conscientizar os jovens que não apresentam sintomas, e que normalmente não buscam exames preventivamente
"Informações podem salvar vidas, e a conscientização é muito importante. Nós mesmos não tínhamos a menor ideia disso, e eu, aos 19 anos, nunca tinha feito um eletro antes. Normalmente, jovens que não apresentam sintomas não buscam exames, então essa conscientização é mesmo muito importante", afirmou.
Cardiomiopatia hipertrófica
Segundo Fernando Scolari, cardiologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a cardiomiopatia hipertrófica não é uma doença comum, mas não chega a ser rara. A sua incidência, segundo o cardiologista, é de 1 para 500/1000 pessoas, o que representa cerca de 0,2% da população.
Apesar de poder ser assintomática, os portadores da doença podem apresentar falta de ar, dor no peito e desmaios. Portanto, o especialista reafirma a importância de fazer checagens.
“Não é comum que um paciente com hipertrófica seja assintomático, mas pode acontecer. Então, muitas vezes os pacientes assintomáticos acabam descobrindo fazendo checkups. Além disso, é uma doença que não tem sintomas típicos só dela e pode se confundir com outras”, destacou.
Sobre a frequência em que os checkups devem ser feitos, o cardiologista afirmou não existir uma resposta objetiva. O ideal é que pessoas que façam atividades físicas mais intensas sejam mais cuidadosas.
“Isso é algo que a gente não tem uma resposta correta ainda, mas parece que existe um certo consenso que atletas ou atletas amadores que façam atividade de alta intensidade, que talvez um checkup uma vez por ano seja interessante, com pelo menos um eletrocardiograma, poderia ter evitado o desfecho do João”, ponderou.
Apesar de poder ser assintomática, os portadores da doença podem apresentar falta de ar, dor no peito e desmaios. Portanto, o especialista reafirma a importância de fazer checagens.
“Não é comum que um paciente com hipertrófica seja assintomático, mas pode acontecer. Então, muitas vezes os pacientes assintomáticos acabam descobrindo fazendo checkups. Além disso, é uma doença que não tem sintomas típicos só dela e pode se confundir com outras”, destacou.
Sobre a frequência em que os checkups devem ser feitos, o cardiologista afirmou não existir uma resposta objetiva. O ideal é que pessoas que façam atividades físicas mais intensas sejam mais cuidadosas.
“Isso é algo que a gente não tem uma resposta correta ainda, mas parece que existe um certo consenso que atletas ou atletas amadores que façam atividade de alta intensidade, que talvez um checkup uma vez por ano seja interessante, com pelo menos um eletrocardiograma, poderia ter evitado o desfecho do João”, ponderou.
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Mesmo sendo uma das principais causas de morte súbita em jovens e atletas, Scolari garante que a doença é “perfeitamente tratável”. Ele reforçou que ter o diagnóstico está longe de significar um prognóstico de morte súbita inevitável, mas sim a necessidade de acompanhamento, podendo haver restrições a certas atividades físicas.
“A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença perfeitamente tratável. Para quem tem o diagnóstico, na grande maioria das vezes, é uma doença crônica, mas que se pode conviver muito bem e tem tratamento. Não é um estigma assim, 'bom, eu tenho hipertrófica, eu vou morrer subitamente', não. É uma doença que tem tratamento, acompanhamento, e tem medicamentos e procedimentos, inclusive cirúrgicos, que podem ser feitos dependendo do caso do paciente", destacou.
Mesmo sendo uma das principais causas de morte súbita em jovens e atletas, Scolari garante que a doença é “perfeitamente tratável”. Ele reforçou que ter o diagnóstico está longe de significar um prognóstico de morte súbita inevitável, mas sim a necessidade de acompanhamento, podendo haver restrições a certas atividades físicas.
“A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença perfeitamente tratável. Para quem tem o diagnóstico, na grande maioria das vezes, é uma doença crônica, mas que se pode conviver muito bem e tem tratamento. Não é um estigma assim, 'bom, eu tenho hipertrófica, eu vou morrer subitamente', não. É uma doença que tem tratamento, acompanhamento, e tem medicamentos e procedimentos, inclusive cirúrgicos, que podem ser feitos dependendo do caso do paciente", destacou.