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Cultura

- Publicada em 02 de Julho de 2018 às 01:00

Uma família de heróis: Os Incríveis 2 dá sequência a filme vencedor do Oscar em 2005

Longa bateu recorde de melhor bilheteria de estreia de uma animação em todos os tempos nos EUA

Longa bateu recorde de melhor bilheteria de estreia de uma animação em todos os tempos nos EUA


DISNEY PIXAR/DIVULGAÇÃO/JC
Quando Os Incríveis (2004) estreou, o universo cinematográfico Marvel sequer existia. Hollywood ainda não havia transformado os super-heróis dos gibis nas estrelas do atual modelo econômico da indústria cultural norte-americana. E a família Pêra, formada pelo Sr. Incrível (Beto), a Mulher-Elástica (Helena) e os filhos Violeta, Flecha e Zezé (como batizados na versão brasileira), eram, para o diretor Brad Bird, os personagens ideais para criticar a pasmaceira dos subúrbios norte-americanos e denunciar o que o diretor acreditava ser um equivocado culto ao conformismo e à mediocridade. Quatorze anos depois, ele explora, em aguardada sequência, o outro lado da moeda, ao questionar a fixação do público por seres com poderes extraordinários.
Quando Os Incríveis (2004) estreou, o universo cinematográfico Marvel sequer existia. Hollywood ainda não havia transformado os super-heróis dos gibis nas estrelas do atual modelo econômico da indústria cultural norte-americana. E a família Pêra, formada pelo Sr. Incrível (Beto), a Mulher-Elástica (Helena) e os filhos Violeta, Flecha e Zezé (como batizados na versão brasileira), eram, para o diretor Brad Bird, os personagens ideais para criticar a pasmaceira dos subúrbios norte-americanos e denunciar o que o diretor acreditava ser um equivocado culto ao conformismo e à mediocridade. Quatorze anos depois, ele explora, em aguardada sequência, o outro lado da moeda, ao questionar a fixação do público por seres com poderes extraordinários.
Precisamos, afinal, de super-heróis? E, se a resposta é afirmativa, que tipo de heroísmo nos interessa? Na casa dos Pêra, agora é Beto quem cuida da família, enquanto Helena embarca em um lobby para o fim da proibição dos super-heróis na vida pública dos fictícios Estados Unidos dos anos 1960. É ela quem bate ponto diariamente, com o objetivo de enfrentar malfeitores, em reviravolta que agradou aos fãs da franquia. Os Incríveis 2 chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira (28) com números de fato impressionantes: bateu o recorde de melhor bilheteria de estreia de uma animação em todos os tempos nos Estados Unidos.
De acordo com a atriz Holly Hunter, que dá voz a Helena na versão legendada, este não é um filme com mensagem política. "É pura sorte estarmos vivendo este momento de #MeToo e Time's Up. Por outro lado, obviamente, já passou da hora de discutir esses temas, e eles aparecem, de forma natural, em Os Incríveis 2", afirma. "Mas com Helena é, também, uma transformação de personagem, fundamental para a história seguir adiante", completa.
Se o consenso da crítica nos dois lados do Atlântico Norte foi de que o filme é quase tão bom quanto o original, as cenas mais celebradas são as de Zezé, especialmente com a designer Edna Moda ou as com um guaxinim para lá de malandro. A decisão de começar o segundo capítulo da história imediatamente após o fim do primeiro filme deu a Bird a possibilidade de manter o charme central: a tese de que os superpoderes que valem o ingresso e a razão de ser dos Pêra estão na união de uma família em constante transformação.
"Se eles tivessem envelhecido, os superpoderes de cada um não refletiriam da mesma maneira suas funções na família", conta o diretor, lembrando: "Trabalhei nas primeiras oito temporadas de Os Simpsons, e eles não envelheceram um dia sequer. Se segue funcionando maravilhosamente bem para eles, por que não conosco?".
Na sequência, Beto é quem acaba lidando com as primeiras turbulências amorosas da filhota Violeta e o despertar dos superpoderes de Zezé. A animação busca mostrar que o verdadeiro heroísmo pode estar escondido em cenários pouco óbvios, como na rotina do lar. Helena, por sua vez, lida com o marketing, a fama e as muitas nuances da verdade.
Uma das novidades é uma dupla de irmãos do mundo do entretenimento interessada em enfatizar o glamour e a fama da realidade dos super-heróis. De origem misteriosa, e aparentemente ao lado de Helena na luta pela legalização dos super-heróis, eles apresentam visões opostas sobre a função dos super-heróis na vida ordinária (e, metaforicamente, no cinema também): salvadores da pátria ou figuras que acabam por diminuir o poder de criatividade e decisão de nós, pobres mortais?
"Beto, enquanto isso, se debate no campo oposto, ao descobrir o que significa de fato ser pai, algo aparentemente ordinário", destaca Craig T. Nelson, responsável pela voz do personagem em inglês. "Ao mesmo tempo, precisa dar força para Helena fazer o que ele, no fim, gostaria de estar fazendo", acrescenta.
Depois da confirmação de casos de ataques epiléticos e convulsões após a exibição de uma cena com flashes de luz ininterruptos por mais de 90 segundos e uma campanha intensa nas redes sociais, a Disney enviou avisos para serem expostos nas salas antes da projeção do filme. A distribuidora não se manifestou oficialmente, mas autorizou a exibição do alerta informando que "uma curta sequência pode prejudicar pessoas que são suscetíveis à epilepsia ou com fotossensibilidades".
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