O Brasil deve produzir 353,8 milhões de toneladas, alta de 1% em relação à temporada 2024/2025, que somou 350,2 milhões de toneladas, estabelecendo assim um novo recorde para o setor. Os dados divulgados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil. O resultado é influenciado principalmente pelo aumento na área cultivada, que deve sair de 81,74 milhões de hectares na última safra para 84,24 milhões de hectares no ciclo 2025/26. Já a produtividade média nacional das lavouras está projetada em 4.199 quilos por hectare, redução de 2% se comparada com a safra anterior.
No Rio Grande do Sul, que na safra 2024/2025 se consolidou como o quarto maior produtor de grãos no País, as projeções também foram atualizadas. “Temos perspectivas mais favoráveis para o Estado nesta safra, impulsionadas pela expectativa de recuperação da produtividade da soja, cuja produção está estimada em 22,4 milhões de toneladas. Também projetamos 7,8 milhões de toneladas de arroz e 5,4 milhões de toneladas de milho. Esses resultados, porém, estão diretamente condicionados ao comportamento do clima. Se as condições se confirmarem, o Rio Grande do Sul terá uma safra de grande relevância para a produção nacional”, destacou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Já a produção gaúcha de soja está estimada em um recorde de 22,4 milhões de toneladas, expansão de 35% em relação à safra anterior, desde que as condições climáticas sejam favoráveis. A área cultivada deve crescer cerca de 1%, atingindo 7,1 milhões de hectares. Esse aumento é impulsionado pela maior rentabilidade da soja em comparação com outras culturas. A produtividade deverá se manter dentro da média histórica do estado, com a projeção de 3.624 quilos por hectare, sendo, inclusive, superior em 33,6% à registrada na safra de 2024/25, quando a estiagem e as altas temperaturas comprometeram a cultura.
O Rio Grande do Sul deverá produzir 7,81 milhões de toneladas de arroz em casca, retração de 10,5% em relação à safra 2024/25. Apesar do atual cenário de preços pouco atrativos para o produtor, fatores como o bom nível de abastecimento hídrico no estado e políticas públicas do governo federal de incentivo à produção, como as operações de Contrato de Opção de Venda (COV) e linhas de crédito com juros subsidiados, deverão conter uma redução mais acentuada da área cultivada. A expectativa de queda é de 3,1%, com a área projetada em 938,2 mil hectares para a safra 2025/26. Quanto à produtividade, estima-se retração de 7,6% em relação à safra anterior, resultando em uma média de 8.334 quilos por hectare. Essa redução está associada, principalmente, à perspectiva de menor investimento na lavoura, em função dos preços mais baixos praticados ao longo deste ano.
A safra gaúcha de milho poderá chegar a 5,4 milhões de toneladas, com uma variação próxima de uma estabilidade produtiva. O volume representa baixa de 0,1% na produção em relação à safra 2024/25, devido à queda estimada em 12,5% na produtividade, que está prevista em 6.641 quilos por hectare. Todavia, a projeção de significativa recuperação de área deverá assegurar uma boa produção gaúcha de milho 1ª safra, fundamental para suprir a demanda do setor brasileiro de proteína animal no primeiro semestre de 2026. A redução na produtividade decorre, sobretudo, do desempenho excepcional da temporada anterior, quando o milho se beneficiou de condições climáticas muito favoráveis, especialmente nas áreas semeadas no início da janela de plantio, que concentra a maior parte da semeadura no Estado.
Para a área de milho, a projeção é de retomada. A estimativa é de 817,2 mil hectares, o que representa um incremento de 14,2% em comparação com a última safra. Esse movimento é favorecido, entre outras questões, pelo maior controle da cigarrinha pelos produtores e pela boa expectativa climática para a cultura. Destaca-se também a expansão do cultivo de milho em rotação com a soja no Noroeste gaúcho, possibilitando ao produtor realizar duas safras ao ano.