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- Publicada em 22 de Abril de 2014 às 00:00

Domínio do inglês é exigência de mercado


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Um grupo de profissionais de um salão de beleza localizado no bairro Cidade Baixa decidiu, em setembro, lucrar com a chegada dos turistas da Copa do Mundo e partiu em busca de capacitação nos últimos 15 minutos do segundo tempo. Mesmo sabendo que o jogo do aprendizado intensivo será quase de tirar o fôlego, toda a equipe — formada por uma manicure, uma pedicure, uma cabeleireira e uma designer de sobrancelhas — tem se dedicado semanalmente ao desafio de aprender inglês, sem esmorecer. “O campeonato nos empolgou”, resume a cabeleireira e uma das proprietárias do salão Fashion Look, Graciela Guedes de Bem. Mas a demanda não é recente, admite. “Durante todo o ano, muitos turistas estrangeiros se hospedam no entorno do salão e procuram serviços de beleza”, diz a empresária, pontuando que a meta é oferecer atendimento bilíngue no estabelecimento.

Um grupo de profissionais de um salão de beleza localizado no bairro Cidade Baixa decidiu, em setembro, lucrar com a chegada dos turistas da Copa do Mundo e partiu em busca de capacitação nos últimos 15 minutos do segundo tempo. Mesmo sabendo que o jogo do aprendizado intensivo será quase de tirar o fôlego, toda a equipe — formada por uma manicure, uma pedicure, uma cabeleireira e uma designer de sobrancelhas — tem se dedicado semanalmente ao desafio de aprender inglês, sem esmorecer. “O campeonato nos empolgou”, resume a cabeleireira e uma das proprietárias do salão Fashion Look, Graciela Guedes de Bem. Mas a demanda não é recente, admite. “Durante todo o ano, muitos turistas estrangeiros se hospedam no entorno do salão e procuram serviços de beleza”, diz a empresária, pontuando que a meta é oferecer atendimento bilíngue no estabelecimento.

Partindo “praticamente do zero” (a maioria só teve contato no currículo básico da escola), o grupo garante que já evoluiu no idioma, graças às aulas que têm ocorrido no próprio salão, algumas horas antes ou mesmo após o expediente. O foco do aprendizado é o atendimento ao público (tratativas de qual esmalte a cliente quer usar ou que tipo de corte ou penteado no cabelo é o desejado), mas passa também pelas possíveis conversas de dia a dia, que costumam ocorrer enquanto são realizados os serviços. “Já estamos mais seguras para dar informações, marcar horários e anotar recados”, garante Graciela, que, antes da iniciativa, chegou a perder atendimentos, porque não dominava o idioma. “Com equipe bilíngue, iremos conquistar outro tipo de público”, projeta a empreendedora.

Hoje, Graciela não tem dúvidas de que saber se comunicar em inglês é praticamente uma “obrigação” de todo profissional de comércio e de serviços que atua na Capital. Por isso, não hesitou em contratar uma professora para ministrar aulas especialmente para a equipe do salão. “Tem muito estrangeiro que mora em Porto Alegre, porque trabalha ou cursa uma universidade por aqui, e outros tantos desembarcam constantemente para participar de congressos. Não podemos ficar de fora desse universo.” 

A exigência de um segundo idioma passou a ser realidade também para trabalhadores da linha de frente do comércio e dos serviços, principalmente em países como o Brasil, com meta de ser destino de turismo de lazer e negócios. A avaliação é do sócio da Kienbaum — empresa de consultoria de gestão e desenvolvimento de pessoas — José Antônio Freitas. “Não tem como imaginar um profissional com curso superior que não saiba falar inglês. E hoje em dia, esta é uma necessidade de grande número de trabalhadores, em vista de que, para atender aos turistas do Exterior, é fundamental que haja comunicação.” 

Freitas lembra que diversas áreas do conhecimento possuem uma série de artigos e outros materiais de atualização publicados somente em inglês. “Uma série de profissionais de todos os gêneros, desde Medicina até Gastronomia, ficam muito limitados para estudar se não dominarem esse idioma”, observa. “É um caminho sem volta. As pessoas não podem ficar à margem deste cenário em plena globalização”, considera a profissional de Comércio Internacional Aline Costa, que trabalha em multinacional do ramo de transportes. “A mudança tem que acontecer rapidamente. Os trabalhadores de hoje em dia precisam falar outros idiomas, precisam estudar”, alerta.

Copa do Mundo e globalização dos negócios incentivam a realização de cursos on-line

A realização da Copa do Mundo no Brasil mobilizou diversos profissionais de setores públicos e privados, que, para não fazer feio, focaram os estudos no aprendizado do segundo idioma básico. E vale tudo, desde curso intensivo até aulas on-line. Para quem tem pouco tempo, a internet oferece serviços como os da empresa Maximidias — Comunicação Web e Inglês Estratégico, que disponibiliza cursos de inglês 24h.  Segundo a professora Maximira Carlota da Silva André, o inglês on-line estratégico é voltado para quem já fala o idioma “teoricamente”, mas não consegue atingir seus objetivos na hora de se expressar. “Preparo profissionais para que possam fazer uma apresentação bacana no caso de uma conferência, por exemplo”, explica a idealizadora do negócio na web. “Muitas pessoas investem anos a fio em cursos de inglês, mas não se sentem seguras para falar.” 

Nas aulas de Maximira, a gramática não é o principal, mas sim a cultura de diversos destinos, que exige posturas distintas. Um empresário brasileiro e um chinês negociando em inglês poderá não funcionar, caso não haja o entendimento do primeiro quanto ao trato inicial exigido pelo segundo. “Na cultura oriental, é preciso cativar, mostrar que se é um ser humano de valor, que respeita a história, a família. Já o nosso modelo é mais agressivo, bem americanizado”, explica a professora. 

Por esse motivo, a arquiteta Maria Eduarda Kopper, que fala inglês fluentemente, não se permite abandonar as aulas particulares, nas quais busca aprimorar o idioma. “É necessário manter, para não perder a fluência”, justifica. Aluna de Maximira, Maria Eduarda aproveita as aulas para aprimorar a forma coloquial e ampliar o vocabulário e o entendimento de outras culturas. “Hoje, é muito comum que haja intercâmbio de projetos, como o que fiz recentemente na Flórida, via internet. Além disso, tem muita literatura neste idioma, principalmente de materiais e tecnologias, sem tradução para o português.” 

O inglês de negócios é muito diferente daquele que é ensinado em sala de aula, avalia a profissional de Comércio Exterior Aline Costa. “Preciso estar focada nisso, não quero estar no meio de uma conversa e a pessoa falar uma expressão que, eu não vá entender”, diz Aline, que, mesmo expressando-se bem, segue com aulas particulares do idioma. 

“Estou convicto de que é muito necessário dominar o inglês tanto quanto o português”, diz o consultor de desenvolvimento de pessoas José Antônio Freitas. “Hoje, para contratar um executivo, o inglês é a primeira segunda língua. É fundamental saber falar, ler, se comunicar nessa segunda língua, e isso serve não somente para funcionários de corporações privadas, mas também para quem trabalha no serviço público, no qual em alguns níveis, se viaja a trabalho e se recebe estrangeiros”, conclui.

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