Programa distribui cestas básicas para famílias carentes em Canoas

Em Canoas, um programa de governo tem a meta de distribuir 10 mil cestas básicas para a população carente até o final do ano. A ação é resultado de investimento de R$ 6,2 milhões de recursos das secretarias da Cidadania e de Educação e conta ainda com doações da sociedade civil.

Denominada Cesta Básica Canoense, desde janeiro a iniciativa já contemplou mais de sete mil famílias com a distribuição de alimentos. Para o segundo semestre, além de dar continuidade a três projetos já em andamento, a prefeitura irá lançar - no próximo dia 25 de agosto - mais um braço do programa: o Cesta Popular.

O novo projeto prevê a distribuição de 2,5 mil a 3 mil cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para ser contemplado, é preciso se cadastrar previamente através dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), comprovando a necessidade. Cada beneficiário terá direito a receber uma cesta de alimentos não perecíveis e hortifrutigranjeiros por três meses, com possibilidade de renovação por mais três meses, explica o prefeito do município, Jairo Jorge (PSD). "Iremos abrir as inscrições em agosto, para distribuir os alimentos em setembro, outubro e novembro", detalha. 

O Cesta Básica Canoense é composto também pelos projetos Rancho do Idoso, Cesta Básica Escolar, e Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. O aposentado Djalma Silveira da Rocha, de 76 anos, é um dos beneficiados pelo Rancho do Idoso, implementado em 2008, na primeira gestão de Jairo Jorge como prefeito de Canoas. Ele comenta que mensalmente recebe uma cesta básica, que garante 15 dias de alimentação da família (atualmente com três integrantes).

"Antes a gente buscava, mas agora o pessoal da prefeitura está trazendo na porta de casa, por causa da pandemia", destaca o aponsentado. Segundo Rocha, na segunda quinta-feira de cada mês ele recebe azeite, chimia ou doce de leite, dois quilos de arroz, dois quilos de feijão, um pacote de massa, farinha de trigo, polenta instantânea, leite em pó, açúcar, 50g de café solúvel, frutas e legumes.

Morador do bairro Rio Branco, o aposentado destaca que "tem uns quantos que recebem" o benefício na rua onde mora. Além da checagem de documentos e do comprovante de renda, a equipe do CRAS que atendeu Rocha na última vez que foi renovar o cadastro, também mediu a pressão, altura e peso do idoso. "São muito atenciosos", afirma, ressaltando que seria difícil alimentar toda a família somente com o dinheiro da aposentadoria.

O prefeito de Canoas explica que o Rancho do Idoso foi reativado em janeiro e atende também pessoas com deficiências e vulnerabilidade social. "Para ter acesso a uma dessas cestas, é preciso estar cadastrado no CadÚnico (cadastro único) municipal, que deve ser realizado junto ao CRAS.", detalha. Jairo Jorge explica que o Cesta Básica Canoense deve crescer. "Estamos formando uma rede de proteção para atender a população canoense".

Outro braço do guarda-chuva social do governo foi implementado em 2009: o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, que atende 1.200 familias em situação de vulnerabilidade e crianças com deficiência. Jairo Jorge explica que, devido "à grande dificuldade" que a população está vivendo com a crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19, além de reativa o programas da gestão passada, a meta é ampliar as iniciativas. Não somente com o Cesta Popular, mas também com o Cesta Escolar, lançado em julho, e que está atendendo 5,2 mil famílias (até outubro, mas pode ser renovável por mais três meses). "São pessoas do Bolsa Família ou não, com filhos em idade escolar, e que vivem em situação de vulnerabilidade", resume o prefeito. 

Além de investimento do governo do município na compra dos alimentos, o programa Cesta Básica Canoense conta com a doação da sociedade civil. Este ano, a distribuição de alimentos dos projetos contou com o acréscimo de 1,5 mil cestas básicas excedentes de um mutirão solidário ocorrido no Centro Olímpico Municipal, onde 150 pessoas estão abrigadas há mais de 40 dias - por conta do frio. Desde 29 de junho o local está preparado com estrutura que inclui refeição, teste de Covid, vacina, consultório na rua, e doação de roupas, além de abrigo durante à noite para a população de rua.

"A prefeitura investe muito em assistência social, é uma das missões deste governo: cuidar das pessoas", comenta um dos assessores de Jairo Jorge. Ele destaca outras iniciativas sociais, como a reabertura do Restaurante Popular da cidade, que estava fechado há dois anos e que desde abril já serviu 13 mil refeições no valor de R$ 1,00 para qualquer cidadão (sem cobrança para moradores de rua); além da atuação do Albergue Municipal e o pagamento do Auxílio Emergencial Canoense.

Desde março, os beneficiários do Auxílio Emergencial recebem R$ 200,00, e um cartão com 20 passagens de ônibus (R$ 96,00), além de um curso de preparação para a inserção no mercado de trabalho, com três modulos de oito horas cada um. "Para receber o benefício é obrigatório assistir as 24 horas do curso, e depois realizar uma ação comunitária (limpeza de praças, prédios, etc) por meio turno de um dia", observa o prefeito. "Vemos uma grande demanda destes auxílios e das cestas báscicas, as pessoas não têm o que comer. É um momento que pede proteção, muita gente está com dificuldades", sublinha.