O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quarta-feira (13), A Medida Provisória Brasil Soberano, um plano de contingência para auxiliar empresas afetadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Em cerimônia no Palácio do Planalto, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi a primeira a falar, tecendo críticas à imposição norte-americana, seguida do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
"Todos nós sabemos da injustiça que ocorre. Não há nenhuma justificativa", frisa Alckmin. Também se pronunciaram o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, e o presidente da Força Sindical Nacional, Miguel Torres, antes da fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O ministro também bate na tecla da injustiça e garante o enfrentamento do tarifaço por parte do governo. Ele inclusive já havia adiantado, em coletiva de imprensa realizada na noite de terça (12), que as medidas serão custeadas via linha de crédito extraordinário no valor de R$ 30 bilhões - ou seja, ficarão fora do limite de gastos do arcabouço -, mas serão contabilizadas no cálculo da meta fiscal.
Na sequência, Lula assinou a medida provisória e se pronunciou. "É importante dizer que não podemos nos apavorar com a crise. Ela existe para criarmos novas coisas. Nesse caso, as razões justificadas para impor sanções ao Brasil são inadmissíveis", infere o presidente. "Ninguém está desrespeitando os direitos humanos, como querem mostrar ao mundo", completa ao disparar que "está sendo jogada fora uma relação de 201 anos" entre os países.
Lula também declarou que buscará novos parceiros comerciais por conta do conflito. "Ao invés de chorar o que perdemos, vamos procurar outros lugares", relata. Ele também remedia ao afirmar categoricamente que quer de negociar com os EUA, e pede reciprocidade para instaurar o debate que, no momento, "não é comercial, e sim político".