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Cultura

- Publicada em 06 de Outubro de 2021 às 20:29

Coletivo realiza espetáculo inédito com diferentes núcleos de Flamenco do Estado

Ensaios para 'Fueguitos' foram realizados pelos bailaores e músicos no Tablado Andaluz

Ensaios para 'Fueguitos' foram realizados pelos bailaores e músicos no Tablado Andaluz


ANDRESSA PUFAL/JC
Lara Moeller Nunes
Simbolizando a reinvenção e as dificuldades enfrentadas ao longo da pandemia, o Coletivo Flamenco RS estreia o primeiro espetáculo conjunto dos núcleos de flamenco do Estado. Pensada e realizada de maneira coletiva e integrada, a montagem Fueguitos será exibida em formato híbrido nesta sexta-feira (8) e sábado (9), às 20h, diretamente do Teatro do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa (Independência, 75).
Simbolizando a reinvenção e as dificuldades enfrentadas ao longo da pandemia, o Coletivo Flamenco RS estreia o primeiro espetáculo conjunto dos núcleos de flamenco do Estado. Pensada e realizada de maneira coletiva e integrada, a montagem Fueguitos será exibida em formato híbrido nesta sexta-feira (8) e sábado (9), às 20h, diretamente do Teatro do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa (Independência, 75).
Os ingressos para acompanhar a peça estão à venda na plataforma Sympla em duas modalidades: presencial (R$ 50,00 - meia-entrada a R$ 25,00) e virtual (R$ 10,00 ou R$ 50,00 na categoria A arte não pode parar).
A montagem inédita é fruto de uma demanda provocada pelo isolamento social. Em março deste ano, sozinha dentro do gastrobar flamenco Tablado Andaluz, a bailaora e diretora artística do projeto Andréa Franco se questionou sobre a atual situação da prática no Rio Grande do Sul. Até o momento, inúmeras escolas de dança já haviam fechado as portas e diversas pessoas haviam perdido o emprego. Diante desse cenário, ela decidiu criar um grupo de WhatsApp unindo todos os integrantes do movimento com o intuito de gerar debate e trocar experiências.
De forma orgânica e natural, a união dos praticantes e profissionais da área resultou na criação do Coletivo Flamenco RS. "Todo mundo aproveitou o espaço para compartilhar o que estava sendo feito para manter viva a prática. Antes disso os núcleos não interagiam entre si. A iniciativa serviu para que a gente conseguisse se enxergar e enxergar o próximo, o que foi fundamental", relata. Foi através do Edital de Ocupação do CHC da Santa Casa que as atividades do grupo deixaram de ser apenas conversas diárias e viraram um projeto concreto.
Fueguitos surge neste momento como forma de esperança para tempos melhores. Criado de maneira conjunta, o espetáculo permite representatividade e garante espaço para núcleos que tiveram seus trabalhos suspensos durante a pandemia. "A nossa ideia é conseguir dar voz a todo mundo. O show não é só uma mostra de dança com apresentações isoladas. O processo criativo envolve um roteiro que narra toda a atual situação que estamos vivendo. Éramos um monte de bailarinos parados, sem dinheiro e sem patrocínio, mas pelos menos conseguimos garantir uma data marcada para finalmente voltar ao teatro."
O enredo da obra tem como base os poemas Un mar de fueguitos, de Eduardo Galeano, e Traduzir-se, de Ferreira Gullar. As produções auxiliam no desenvolvimento da narrativa que transita entre ações coreográficas, números musicais e paisagens desenvolvidas em formato híbrido, com a presença do audiovisual junto aos artistas no palco. "Decidimos respeitar a forma como cada um se sentia confortável e seguro para participar do projeto. Alguns não quiseram se apresentar no presencial, então eles estarão presentes através de vídeos e clipes gravados previamente", explica Andréa.
A bailaora Graziela Silveira, que também atua como diretora artística do show, mencionou a necessidade de ter na equipe uma pessoa responsável por criar a unidade da performance como um todo. "Precisamos de alguém que dê o ponto de partida e que determine o ponto final. Delegamos essa função para a coreógrafa Juliana Prestes, mas deixando claro que tudo pode ser conversado e ajustado de maneira conjunta. Todo mundo é livre para sugerir."
Ela ressalta ainda a importância da troca de aprendizagens ao longo do processo. "Essa foi a primeira vez que paramos para pensar coletivamente dentro do Flamenco. É difícil, pois são pessoas diferentes e precisamos aprender a lidar com as individualidades de cada um, mas todo esse contato direto enriquece muito o resultado final", reflete. Complementando seu pensamento, Andréa frisa: "Precisamos enxergar nossas limitações e aceitar as trocas disponíveis. Fico feliz de ver que conseguimos construir um ambiente sem disputa e com muita soma".
Sobre projetos futuros, o coletivo amadurece o desejo de, em algum momento, circular a montagem pelo interior do Estado e até mesmo em outras regiões do Brasil. Participam da iniciativa núcleos tradicionais como Alumbra España, Tablado Andaluz, Silvia Canarim Companhia de Dança, Cadica e Del Puerto, além de grupo formados mais recentemente como a Palo Santo, Graziela Silveira Companhia de Dança (Canoas), Zahara, Serrana Del Sur (Caxias do Sul) e Campana Flamenca (Novo Hamburgo).
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