A pesquisa Genial Quaest, divulgada nesta quinta-feira (21), confirma a recuperação do presidente Lula no cenário eleitoral de 2026. O petista lidera todos os cenários, tanto em primeiro quanto em segundo turno, e abriu vantagem em relação a nomes da direita, especialmente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Lula e Tarcísio
Em julho, Lula e Tarcísio apareciam tecnicamente empatados em um eventual segundo turno. Agora, o presidente venceria por 43% a 35%. Contra outros potenciais candidatos, sua vantagem varia de 10 a 16 pontos percentuais: derrotaria Jair Bolsonaro por 47% a 35%, Michelle Bolsonaro por 47% a 34% e Eduardo Bolsonaro por 47% a 32%. A disputa mais apertada seria contra o governador do Paraná, Ratinho Júnior, com 44% a 34%. Já contra Flávio Bolsonaro, Eduardo Leite e Ronaldo Caiado, a diferença chega a 16 pontos.
Medo da volta de Bolsonaro
Outro dado relevante é a percepção dos eleitores: 47% afirmam ter mais medo da volta de Bolsonaro do que da permanência de Lula, enquanto 39% temem mais a reeleição do petista. Entre os sem posicionamento político, o medo de Bolsonaro subiu de 36% para 46%. A rejeição à candidatura de Lula, contudo, permanece alta: 58% acham que ele não deveria disputar a reeleição — índice estável em relação a julho. Já em relação a Bolsonaro, 65% defendem que ele desista e apoie outro nome.
Pesquisa espontânea
Na pesquisa espontânea, Lula aparece com 16%, Bolsonaro com 9% e outros nomes não passam de 1%. Os indecisos somam 66%.
Desempenho por estados
Levantamento da Quaest analisou oito estados. O principal embate segue sendo Lula contra Tarcísio: o petista vence apenas na Bahia (63% x 21%) e em Pernambuco (63% x 24%). Perde em São Paulo (52% x 35%), Paraná (46% x 32%) e Goiás (47% x 32%). Em Minas Gerais há empate técnico (37% x 37%), situação semelhante no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
Lula venceria nordeste
Contra Michelle Bolsonaro, Lula venceria no Nordeste, mas haveria empates em SP, MG, RJ e RS, e derrotas no Paraná e em Goiás. Já Ratinho Júnior e Caiado mostram força em seus estados, com mais de 70% das intenções locais. Eduardo Leite venceria Lula no RS (49% x 26%). Flávio Bolsonaro só se aproxima no Rio de Janeiro, onde registra 39% contra 38% do presidente.
Heinze: pesquisa é resultado de momento
O senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP, foto) disse à coluna Repórter Brasília “que respeita os institutos, mas resultado de momento não substitui a realidade das ruas. A própria Quaest mostrou que o governo ainda tem mais desaprovação do que aprovação - 51% x 46%”.
Manchete produzida pela pesquisa
O senador progressista argumenta que “no Rio Grande do Sul, a rejeição ultrapassa 60%. Esse é o retrato fiel, e não a manchete produzida pela pesquisa. Perguntas que exploram “medo” de um candidato em contraposição à “reeleição” de outro, induzem emoção, não voto”, acentuou Heinze.
Impacto jornalístico
Para o senador, “isso gera impacto jornalístico, mas não traduz a opinião real da maioria dos brasileiros. Além disso, o recorte principal agrega apenas oito estados que somam 66% do eleitorado. Útil para observar tendência, mas insuficiente para representar o país como um todo”.