Criada em dezembro de 2024, a pró-reitoria da saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) tem como objetivo consolidar a governança dos serviços de saúde da universidade, buscando conexão entre eles. O novo setor é liderado pela pró-reitora Andrea Gonçalves Bandeira, que tem expectativas e metas ambiciosas para o futuro, que visam fortalecer a presença da universidade na área da saúde.
Na antiga gestão, os serviços de saúde da Pucrs, como o hospital e o Instituto do Cérebro (Inscer), atuavam de forma independente. Segundo Andrea, a criação da pró-reitoria visa mudar essa dinâmica, alinhando as necessidades dos serviços com o ensino.
"A Pucrs sempre teve serviços de saúde, mas eles atuavam de forma isolada. A criação da pró-reitoria vem para que a gente tenha mais conexão e consolide a governança desses serviços, alinhando as necessidades que são reflexo da população e do mercado, junto com o ensino”, ponderou.
Andrea visitou a sede do Jornal do Comércio na tarde desta quinta-feira (21), e foi recebida pelo diretor comercial, Guilherme Bunse. Durante a conversa, foi debatida a importância da conexão da saúde com o mercado, a inovação tecnológica, além do papel social da universidade.
Visita da pró-reitora de Saúde da PUCRS, a professora Andrea Bandeira
TÂNIA MEINERZ/JC
Andrea garante que um dos seus principais objetivos é integrar a saúde com as demandas do mercado, não apenas como um avanço assistencial, mas também como um motor de desenvolvimento econômico e educacional. Segundo ela, o campus da Pucrs é um grande polo de inovação, e isso precisa ser mais bem aproveitado na área da saúde.
“Precisamos qualificar a saúde, ampliar a cobertura, seja na saúde suplementar ou no SUS. Precisamos que a economia gire. Precisamos ter investimento, ter empresa, a gente precisa que as pessoas tenham emprego. A economia precisa girar para que a gente consiga avançar. Acho que esse é o grande desafio que a gente tem hoje”, destacou.
Outro ponto destacado por ela foi a importância de se adaptar para a chegada de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA). Apesar da resistência dos profissionais da saúde, a IA está em rápida ascensão na área e, se usada corretamente, pode ser usada para a agilização de processos e a formação de futuros profissionais da saúde.
“Eles foram mais resistentes à tecnologia, sempre com receio de que algo vai tomar o nosso lugar. Gente, não dá para pensar, né? Cada vez mais a gente tem que se conectar porque as soluções tecnológicas estão aí. A gente precisa embarcar. Todas as empresas vão se tornar empresas de tecnologia", afirmou Andrea.
Ela também destacou o papel social da universidade. Segundo a pró-reitora, a missão da Pucrs é a educação, mas para que a Educação na área da Saúde aconteça, é preciso ter serviços. Isso significa prestar assistência para a comunidade local.
“O hospital da Pucrs, por exemplo, é filantrópico e atende 60% dos pacientes via SUS, com 40% convênios e particular. Temos o Centro de Extensão Universitária Vila Fátima, localizado no coração da Bom Jesus, uma uma zona de vulnerabilidade social extrema. Temos um contrato com a Secretaria Municipal de Saúde para as equipes de atenção primária, mas a gente tem toda uma equipe completa que é financiada pela universidade, psicólogos, assistente social e que em 2024 fez mais de 50.000 atendimentos”, destacou.
Por fim, ela listou algumas metas e expectativas para o futuro. Existe um ciclo de planejamento que se encerra em 2027, e, ao final dele, espera-se que a Pucrs seja lembrada não apenas como referência na área do ensino. “Não basta ser a melhor escola, queremos ter o melhor hospital universitário. Queremos ter o Inscer super posicionado no Brasil e no mundo com a entrega da terapia gênica. Além disso, vamos reposicionar o IGG. Queremos uma Pucrs para ser lembrada não só como uma referência na área do ensino, mas na área da saúde”, afirmou.