A segurança nas escolas abrange o entorno dos espaços e tem no trânsito uma das principais necessidades de atenção. Sem a devida sinalização e medidas que obriguem o motorista a reduzir a velocidade em espaços de circulação de crianças, acidentes e potenciais tragédias se tornam mais suscetíveis. É este o cenário da Escola Cristã Reverendo Olavo Nunes, de acordo com o pai de uma das estudantes, Rodrigo De Sordi.
Ele conta que, recentemente, sua filha Maria Lúcia ficou a um metro de ser atropelada ao atravessar a rua São Salvador, nos fundos da instituição. Apesar de ter se tratado de um lapso de desatenção da criança, De Sordi relata que o tráfego nas redondezas ocorre acima do limite de velocidade e que, além da falta de sinalização, a ausência de um quebra-mola é sentida.
Entretanto, “a escola menciona que já tentou de algumas maneiras solicitar isso e recebeu resposta de que não tinha essa autorização porque eles entendiam que não era necessário”, conta De Sordi. Próxima à avenida Sertório e à avenida Assis Brasil, a rua é movimentada e gera preocupação. Há, também, um ponto na parte da frente, com um pátio onde a carga e descarga se torna mais segura, explica. “Estamos sempre correndo o risco de dar um apagão numa criança e acabar acontecendo uma tragédia”, completa.
Por outro lado, o diretor técnico da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Tiago Bueno, relata que a Escola Olavo Nunes recebeu uma intervenção de sinalização em 2023, além de uma reunião dos gestores ali com o diretor anterior do órgão de trânsito, na qual ficou acordado que a escola faria um projeto de sinalização e melhoria para o entorno, que seria apresentado para aprovação. “Isso não aconteceu, e a sinalização que segue foi implantada por nós”, lembra.
A instalação de dispositivos de sinalização e redução de velocidade é um processo que envolve diversos setores, segundo o diretor técnico. A engenharia da EPTC, em parceria com a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), fica com o planejamento e os estudos em relação às necessidades da cidade. Depois, a Secretaria de Serviços Urbanos (SBU) fica a cargo da execução desses projetos.
Para a implantação de uma lombada, por exemplo, a área estudada precisa contemplar uma série de fatores como condições de pavimento e uma distância de cinco metros para curvas e esquinas. Bueno também critica a postura dos condutores a partir das melhorias das vias. “Se pavimentamos uma rua, ela fica excelente para circulação. Aí os usuários excedem a velocidade e colocam em risco a vida dos demais. É um declínio da evolução do trânsito.” Outro exemplo de instrumento para controle é o estreitamento das pistas, citado por Bueno.
No entorno das escolas, o diretor conta que a EPTC possui um projeto de sinalização das áreas escolares que faz uma revitalização no entorno de 100 metros a cada início de ano letivo, para melhorar a visibilidade e trocar a sinalização. Agora, em 2025, iniciou-se o programa Caminho Seguro, que faz uma análise de um raio de 300 metros a 500 metros, e envolve a comunidade escolar em uma discussão para poder desenvolver um projeto de mobilidade completo. A iniciativa tem como meta abranger 10 instituições de ensino por ano, por conta da complexidade do processo.