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2° Caderno

- Publicada em 21 de Junho de 2017 às 17:04

Pesquisador fala das intervenções na Amazônia

As políticas ambientais pensadas para a Amazônia são paliativas e as políticas de cunho desenvolvimentistas favorecem mais aos grupos econômicos externos à região do que aos amazônidas. É isso que afirma o pesquisador Michel Cantagalo, autor de uma tese de doutorado sobre o tema pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba.
As políticas ambientais pensadas para a Amazônia são paliativas e as políticas de cunho desenvolvimentistas favorecem mais aos grupos econômicos externos à região do que aos amazônidas. É isso que afirma o pesquisador Michel Cantagalo, autor de uma tese de doutorado sobre o tema pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba.
Intitulada Degradação e preservação: uma análise histórico-econômica das ocupações humanas na Amazônia, a pesquisa de Cantagalo, que é professor do Instituto Federal de São Paulo (Ifsp) em Piracicaba, aponta que a destruição da floresta está diretamente relacionada à entrada e ao avanço do sistema de mercado na região.
"A literatura diz que o problema de degradação da Amazônia começou nos anos 60, 70. Mas não, o problema da Amazônia começa com o colonizador e ele vai crescendo e se expandindo. Os primeiros dados estatísticos são de 1920, 1940 e ali já dá para ver que a Amazônia estava sendo degradada", explica o pesquisador.
Em sua tese, ele se baseou em análise dos dados dos censos agropecuários de 1920 a 2006, além de ampla revisão bibliográfica para elucidar a hipótese central da tese. Segundo Cantagalo, as intervenções governamentais na região são para maquiar os problemas, sem interferir nos interesses econômicos.
"Quando surgem as políticas ambientais para a região, elas são simplesmente para tentar corrigir um desmatamento, nunca para propor um desenvolvimento para a região, nunca para focar na autonomia ou nas potencialidades específicas daquela população", aponta. Cantagalo acrescenta que é sempre uma tentativa de modernizar, mas no sentido de tornar tecnológico e incluir em mercados globais, nunca de olhar para a região com suas especificidades.
No último capítulo, Cantagalo diz que o Projeto Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado). Trata-se de um "grupo de produtores rurais que, unidos em uma cooperativa, produzem de maneira sustentável no interior do Acre".
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