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Publicada em 14 de Agosto de 2025 às 18:09

Eleição para presidente da Bolívia pode colocar a direita no poder após 20 anos

Medina e Quiroga são os principais favoritos no pleito deste domingo

Medina e Quiroga são os principais favoritos no pleito deste domingo

Jorge BERNAL e MARTIN BERNETTI/AFP/JC
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Agências
A Bolívia vai às urnas neste domingo (16) em um cenário inédito. Desde 2006, dois candidatos da direita lideram as pesquisas, enquanto a esquerda, que estão no poder desde então, chega enfraquecida. Os dois favoritos são o empresário Samuel Medina, ligado ao setor privatista do país, aparece como favorito, seguido pelo conservador Jorge “Tuto” Quiroga.
A Bolívia vai às urnas neste domingo (16) em um cenário inédito. Desde 2006, dois candidatos da direita lideram as pesquisas, enquanto a esquerda, que estão no poder desde então, chega enfraquecida. Os dois favoritos são o empresário Samuel Medina, ligado ao setor privatista do país, aparece como favorito, seguido pelo conservador Jorge “Tuto” Quiroga.
O ex-líder cocaleiro e atual presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, despencou nas pesquisas, enquanto o candidato oficial do MAS (Movimento ao Socialismo), Eduardo Del Castillo, indicado por Luis Arce, não passa de 2% das intenções de voto.
O país, que é rico em recursos minerais, enfrenta uma crise econômica severa, caracterizada pela escassez de dólares, combustíveis e alimentos, além de uma inflação acumulada de cerca de 25%, a mais alta desde 2008. A insatisfação com o governo do presidente Arce, que não buscará reeleição, é palpável.
A fratura na esquerda, após o rompimento entre Evo e Arce, prejudicou a popularidade do MAS e intensificou a crise econômica, levando a episódios de violência e bloqueios de estradas. A esquerda chega enfraquecida às urnas e se prepara para o que pode ser a sua maior derrota desde 2006. Embora Evo tenha tentado se candidatar, a Justiça o impediu, e agora ele está promovendo o voto nulo.
Instalado em um prédio em frente à estátua do libertador Antonio José de Sucre, o comitê de campanha presidencial do multimilionário Samuel Doria Medina (Aliança Unidade) acaba se destacando.
Segundo o jornal El Deber, tanto Medina quanto Quiroga têm cerca de 47% das intenções de voto. Se a tendência se confirmar, a Bolívia viverá um segundo turno pela primeira vez desde a ascensão do MAS. A regra exige 50% mais um dos votos, ou 40% com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado para liquidar no primeiro turno.
Tanto Medina quanto Quiroga prometem mudar o modelo econômico estatal, privatizar empresas e abrir a exploração de recursos naturais para estrangeiros, usando os governos de Venezuela e Cuba como fantasmas contra a esquerda.
Quase oito milhões de bolivianos estão registrados como eleitores, e o voto é obrigatório no país de 12 milhões de pessoas. A campanha terminou nesta quarta após um último debate dos candidatos na noite de terça.

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