Torcedores do Inter lotam loja no Beira-Rio em busca de nova camisa Colorada

Não bastou uma ou mesmo duas. A professora de Campo Bom Luciana Weber saiu da loja do Inter no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, com quatro camisas dos novos uniformes 1 e 2 do Colorado. A venda começou nesta segunda-feira (6) com suprimento de peças que a área de marketing do clube garante que não vai deixar ninguém na mão - O Inter informou no fim da tarde desta segunda-feira que vendeu, das 9h às 18h, mais de 6 mil camisas nas lojas do Inter e da Adidas, além dos dois sites oficiais.

Chegou a ter fila na loja, formada por torcedores que queriam imprimir o nome ou número na camisa. O número 10, de D'Alessandro, foi o mais pedido. Foi aplicado em nove de cada dez unidades, segundo a equipe da loja. 

Comparando com os anteriores de largada nas vendas dos uniformes que abrem o ano, o desempenho da geração de 2020 indica que está indo melhor, considerando as primeiras horas de venda. Em 2018, o manto colorado atingiu, no primeiro dia, vendeu mais de 5,6 mil peças nos mesmos canais. No ano passado, nos três primeiros dias, foram comercializadas 8,1 mil unidades.

“Uma é para meu marido, duas para meus filhos e uma é pra mim, presente antecipado do Dia das Mães”, contou Luciana, que estava bem feliz com a camisa branca, vestiu ali mesmo no estádio."É muito bonita, a textura é macia e gostosa". A professora gastou R$ 1.029,00 nos materiais, somando R$ 249,99 cada camiseta e impressão do nome do filho numa delas. "É bastante (gasto), mas vale a pena, e como. Todo o ano a gente compra as oficiais." 

A novidade do primeiro dia de venda dos uniformes 1 e 2, apresentados na virada do ano pelo clube, gerou muito movimento na loja exclusiva com itens da marca Adidas, que recebeu 126 caixas de materiais agora assinados pela Adidas, que fica três anos à frente dos uniformes e outras peças para uso da equipe profissional, comissão técnica e demais categorias.

As encomendas de lojistas, que incluem redes como Centauro e ainda sites como Netshoes, devem atender à demanda. Em 2019, houve problema com abastecimento, chegando a faltar peças mais procuradas, segundo o vice-presidente de Marketing do Inter, Nelson Pires. 

Duas mudanças marcam a nova relação com a fornecedora alemã, que sucedeu a concorrente Nike, aponta Pires. A primeira é que o clube vai receber royalties sobre cada item vendido, em vez de patrocínio. O percentual é de 27%. A outra alteração é que não vai ter mais a versão da camisa para estádio, pela qual o torcedor paga mais barato e também tem material de qualidade inferior à oficial. A mais barata ficava um pouco abaixo de R$ 200,00. 

O juiz do trabalho Átila da Rold Roesler e a filha Ana Júlia estavam ansiosos para comprar as peças. Foram com as antigas camisas - ele com a preta do terceiro uniforme de 2019 e ela com a rosa, da campanha de prevenção ao câncer de mama - e trocaram pelas novas logo depois de deixar a loja da InterShop. "Agora vamos passear com a camisa nova", avisou o juiz. "É muito mais bonita do que a anterior. Tem as listras (da Adidas)", observou Ana Júlia, 12 anos, tocando na peça para sentir a maciez. "Dá menos calor também", citou a garota.

A percepção segue o que é um dos diferenciais do tecido, que usa a tecnologia de material aeroready, explica Pires. "É uma evolução da tecnologia da climacool do ano passado, pois traz mais respirabilidade e controle de umidade. Com isso, o atleta foca mais a performance em campo", detalha o vice-presidente. Já na branca, a diferença está no tipo de tecido, que é mais encorpado. "Parece que o atleta está vestindo um paletó para jogar, é muito elegante", valoriza o executivo. Pires cita que o material dos uniformes é o mesmo usado pela Adidas no fardamento da seleção alemã.

O gaúcho Rudimar Frigeri veio de longe, da Bahia, com a família e entrou na loja do Inter disposto a comprar uma camisa para cada integrantes, mesmo que os filhos declarassem que não têm clube ainda. Frigeri, que é empresário da construção civil em Porto Seguro, diz que não comprava camisa há mais de dois anos. Mostrando com orgulho o brasão colorado, o empresário diz que as conquistas vão depender do time. "A gente tem raça na torcida, eles têm de ter dentro de campo", provocou o torcedor. 

O piloto de avião Augusto Santos vestiu a camiseta para a foto em frente ao letreiro do Internacional, ao lado da estátua de Fernandão, para levar na bagagem a recordação. Ele vai longe, pois atua em uma companhia chinesa. "Vou torcer de lá", diz Santos, que reside em Chengdu, na China.