Modalidade de investimento esquecida nos últimos anos, o consórcio volta a ter a confiança de quem precisa adquirir um imóvel. Há, porém, um impeditivo para os índices de procura: o desconhecimento quanto ao modelo de negócio e seu regramento.
Pesquisa realizada pela Loft, empresa de tecnologia e serviços financeiros para imobiliárias, em parceria com a empresa de inteligência de mercado Offerwise, indicou que a maioria dos moradores de Porto Alegre considera-se abertos à oportunidade de adquirir um imóvel por meio de consórcio, mas a falta de informações gera incerteza. Entre os 251 entrevistados na Capital, 32% dizem que, provavelmente, contratariam um consórcio imobiliário; 14% têm certeza. Outros 32% não sabem se entrariam ou não nessa modalidade – 19% destes justificam que faltam informações sobre o tema.
Os dados não surpreenderam o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi. “A procura por consórcio, de tempos em tempos, aumenta e depois diminui. No cenário atual, com crédito mais restritivo e com a alta das taxas de juros (Selic), voltou a ser uma boa opção para quem quer comprar imóvel. Quem precisa comprar, precisa mudar, no consórcio tem as parcelas mais previsíveis”, destaca.
Conforme a pesquisa, a capital gaúcha, no topo das cidades do Sul e Sudeste, é seguida por Belo Horizonte, com 12%, Rio de Janeiro, com 11%, e, São Paulo, com 7%, entre aqueles que têm certeza que investiriam. "Porto Alegre apresenta um cenário interessante em relação ao consórcio imobiliário, com um terço ainda em dúvida sobre a viabilidade deste tipo de investimento. Chama atenção o perfil dos potenciais interessados: diferentemente de outras capitais, as pessoas com menor renda média são as mais interessadas na modalidade, superando até mesmo a classe A", comenta Takahashi.
Para os que responderam positivamente, as maiores vantagens são a praticidade/facilidade (11%) e as taxas de juros baixas ou inexistentes (7%). Já entre os que responderam que não contratariam de jeito nenhum (8%) ou que provavelmente não (14%), os pontos que mais incomodam são a lentidão/burocracia para receber o imóvel (12%) e a necessidade de mais informações (8%).
As classes D e E são as mais abertas a esse tipo de investimento: na cidade, 67% desse setor tendem favoravelmente, em comparação a 65% na classe A; 51% na classe B e 36% na classe C. Nesse ponto, Porto Alegre se difere dos demais mercados analisados, em que a classe A é predominantemente mais interessada neste modelo de compra.
No consórcio, os participantes contribuem mensalmente com pagamentos para um fundo comum, que será usado para contemplá-los ao longo do tempo. Então, a cada mês, há uma assembleia entre os participantes do consórcio (algo semelhante a uma assembleia de condomínio). Por meio de sorteio ou lance, um ou mais membros podem adquirir a carta de crédito que dá direito ao imóvel. Para ser contemplado, o cotista deve estar em dia com os pagamentos. Os demais consorciados precisam esperar pelo sorteio nos meses seguintes, até que todos sejam contemplados ou até que o prazo do consórcio acabe, e o valor (que já estará inteiro) seja devolvido aos que não foram sorteados.