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Espaço Vital

- Publicada em 12 de Maio de 2020 às 03:00

O automóvel da "potranca" da esquina

Por Carlos Alberto Bencke, advogado (OAB-RS nº 7.968)

Por Carlos Alberto Bencke, advogado (OAB-RS nº 7.968)

O comportado líder cooperativista, pai de família respeitado e dinheiro sobrando na conta bancária, engraça-se - na média cidade - por uma comerciante local, premiada por Deus em termos físicos. Ele da dita "melhor idade", mas que já passou da meia-noite; ela, dizem, anda pelas quatro, ou quatro e meia da manhã... - se me entendem.

O romance adúltero segue firme à margem do casamento dele com uma respeitável senhora, mãe dos seus quatro filhos.

Depois de vários regalos caríssimos à amásia e algumas viagens internacionais "a negócios", o provecto e experiente enamorado vai além. E, justo no dia do aniversário dela, em uma revenda de veículos, conclui entusiasmado a negociação de um dos mais caros automóveis para presentear a dita cuja.

Elabora então um romântico cartão, cola bem o envelope e determina ao gerente a entrega do mimo motorizado no endereço "tal".

O motorista e um vendedor da revenda são encarregados da entrega natalícia, mas não encontram a afortunada destinatária. Na casa, a serviçal não sabe informar a que horas ela retornaria.

Diligentemente, os dois vão ao endereço do rico comprador para saber, então, como entregar o presente. Mas quem os atende é a senhora dona da casa. Sem entender nada da conversa, ela vai direto no envelope do aquinhoado cartão, abre-o e, toooing, já dá para imaginar o desfecho.

Dez dias depois, realiza-se a audiência protocolar de tentativa de conciliação na Vara de Família. O juiz faz a pergunta de praxe:

- O casal deseja mesmo se divorciar?

A mulher toma a frente:

- Doutor, não tem volta. Esse velho garanhão, que está aí no outro lado da mesa, nunca me deu um presente na vida e, agora, virou rabo de saia da potranca da loja da esquina, e foi logo dando um caríssimo automóvel para ela. Quero o divórcio e a metade do patrimônio.

O divórcio é concedido, a partilha é acertada um mês depois. O fogoso, ardente e arrebato senhor candidata-se à bela comerciante quarentona, mas por ela é descartado "para aprender a não ser tão descuidado".

Melancólico e sozinho pela cidade, ele conforta-se em dirigir o caríssimo automóvel que nunca chegou a ser propriedade da dita "potranca da esquina".

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