Conheça 19 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o crescimento dessa região do Rio Grande do Sul.
1. A verticalização da produção de grãos
Cada vez mais as indústrias de transformação de grãos agregam valor à produção de grãos da Macrorregião Norte. A Be8, que já produz biodiesel a partir de soja, desenvolveu um combustível próprio, também tendo o óleo da soja como matéria-prima e agora faz investimento bilionário para o etanol a partir do trigo e outros grãos e para inovar com a fabricação de glúten vital. Na linha do desenvolvimento de novos produtos, empresas como a Celena e a 3tentos trazem para este cenário a valorização de canola e grãos de girassol, por exemplo. Há ainda a industrialização da aveia, como fazem a Dubai e a Naturale. Essa movimentação atrai novos atores como a Soli3, que surge da união de três cooperativas da região para o processamento de soja em Cruz Alta.
Municípios: Tapejara, Passo Fundo, Viadutos, Ijuí, Camargo, Erechim, Lagoa Vermelha, Giruá, Marau
2. A força do cultivo de soja, milho, trigo, aveia, girassol e canola
A região que deu origem ao plantio da soja no Rio Grande do Sul hoje é terreno para oportunidades às safras de inverno e a alternativas entre as oleaginosas. Trigo, aveia, girassol e canola ganham terreno. O milho também é uma cultura importante. A produção de grãos é fundamental para determinar o crescimento das principais economias da região, além de ser forte moeda de exportação neste recorte do Rio Grande do Sul.
Soja: Palmeira das Missões, Cruz Alta, São Luiz Gonzaga, Jóia, Santa Bárbara do Sul
Milho: Palmeira das Missões, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, Cruz Alta, Santo Antônio das Missões, Santa Bárbara do Sul
Trigo: Palmeira das Missões, São Miguel das Missões, São Luiz Gonzaga, Giruá, Cruz Alta
Aveia: Santa Bárbara do Sul, Jóia, Giruá, São Miguel das Missões, Palmeira das Missões, Cruz Alta
Girassol: Giruá, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, Ijuí, Ubiretama
Canola: São Luiz Gonzaga, Giruá, Colorado, Ajuricaba, Passo Fundo
3. O impulso das cooperativas
A região concentra algumas das principais organizações do cooperativismo, tanto na organização rural quanto na infraestrutura. E elas têm sido protagonistas na economia local, desde a manutenção da produção rural e avanço, por exemplo, na geração e transmissão de energia, como também figuram na dianteira em alguns dos principais investimentos industriais na região. E isso representa impulso ao futuro da economia local.
Cruz Alta (CCGL), Não-Me-Toque (Cotrijal), Ibirubá (Cotribá), Sarandi (Cotrisal), Panambi (Cotripal), Campo Novo (Cotricampo), Santa Rosa (Cotrirosa, Cooperluz, Coopermil), São Luiz Gonzaga (Coopatrigo), Ijuí (Ceriluz, Cotrijuí), Pinhal (Creluz), Caibaté (Cermissões), Erechim (Cotrel, Creral), Ibirubá (Coprel), Fontoura Xavier (Cerfox), Três de Maio (Certhil), Frederico Westphalen (Cotrifred), Espumoso (Cotriel)
4. Avanço da irrigação para superar estiagens
Mesmo com dificuldade econômica entre os produtores rurais, o investimento em sistemas de irrigação por pivô avança neste recorte do Rio Grande do Sul como instrumento para driblar a série de estiagens que assolam o Estado. A oportunidade com a irrigação vem acompanhada de acompanhamentos técnicos que aprimoram o manejo das culturas e a cobertura e rotação de solo.
Municípios: São Luiz Gonzaga, Cruz Alta, São Miguel das Missões, Santa Bárbara do Sul, Jóia
5. Proteína animal e exportação
A produção de suínos tem na Macrorregião Norte do RS mais de 70% do seu potencial, com uma cadeia produtiva cada vez mais verticalizada, o que atrai investimentos de grandes grupos frigoríficos e projeta a produção local ao mercado exterior. Em menor proporção, também avança a produção e industrialização de frangos. O modelo de produção das cadeias de suínos e de aves proporciona ainda investimentos importantes em indústrias de ração e mobilização da produção de grãos em toda a região.
Suínos: Rodeio Bonito, Palmitinho, Aratiba, Santo Cristo, Nova Candelária, Sarandi, Frederico Westphalen, Seberi, Três Passos, Sananduva, Santo Ângelo, Santa Rosa, Estação, Erechim, São Luiz Gonzaga, Vila Lângaro
Frangos: Constantina, Erebango, Vila Maria, Caseiros, Aratiba, Erechim, Passo Fundo, Miraguaí,Tapejara, Marau, Soledade
6. Bacia leiteira valorizada
Levantamento da Embrapa Leite apontou, a partir da produção de 2023, a bacia leiteira do Noroeste gaúcho como a mais significativa do Brasil. Com esse capital, os investimentos aumentam na região para a industrialização do leite para produtos processados, como queijos e, mais recentemente, compostos a partir da proteína do soro. Desde o ano passado, são pelo menos R$ 800 milhões em investimentos industriais, com pelo menos 28 laticínios produzindo na Macrorregião Norte do RS.
Municípios: Santo Cristo, Augusto Pestana, Ijuí, Cândido Godói, Ajuricaba, Cruz Alta, Tenente Portela, Três de Maio, Panambi, Palmeira das Missões, Tapera, Santa Rosa, Carazinho, Nonoai, Passo Fundo, Tapejara, Giruá, Crissiumal
7. Do suco ao mate
A produção no campo de laranjas e de erva-mate tem oportunidades de crescimento no mercado de consumo nacional e internacional a partir do Norte do Estado. No caso das frutas cítricas, a maior produção concentra-se neste eixo do Rio Grande do Sul que, no entanto, conta com apenas duas indústrias de sucos e mira o mercado paulista. Já a erva-mate, que tem a maior quantidade gaúcha produzida entre os Vales, encontra no Norte o maior aprimoramento e concentração de indústrias que levam o mate e o chá às prateleiras.
Laranjas: Itatiba do Sul, Liberato Salzano, Planalto, Alpestre, Aratiba, Centenário
Erva-Mate: Erechim, Barão do Cotegipe, Fontoura Xavier, Palmeira das Missões, Itapuca, Áurea, Viadutos, Áurea, Ijuí
8. Fertilizantes mais próximos do campo
Avançam os projetos de produção de fertilizantes na região com alta produtividade agrícola e que, no entanto, depende completamente da importação ou da compra deste insumo de outras regiões. Em Passo Fundo e Tio Hugo, é previsto para iniciar nos próximos anos a produção de amônia com o uso de hidrogênio verde na produção limpa, e em Tapejara, são desenvolvidos fertilizantes organo-minerais, também inovadores.
Municípios: Passo Fundo, Tio Hugo, Tapejara
9. A força da produção metalmecânica
A região se consolida como referência mundial no desenvolvimento de máquinas e implementos agrícolas a partir dos seus pólos metalmecânicos. A AGCO, por exemplo, inaugurou um centro de desenvolvimento que cria produtos para todas as suas marcas mundiais. A Kepler Weber desenvolve e produz equipamentos que abastecem todo o agro nacional, seja no campo ou nas novas indústrias que agregam valor à produção rural. Em termos de mercados, a produção da região não se abateu com o tarifaço dos Estados Unidos e encontrou boas oportunidades nos mercados da América do Sul.
Santa Rosa, Ibirubá, Não-Me-Toque, Passo Fundo, Ijuí, Panambi, Marau, Erechim, Santo Ângelo
10. Polo de móveis voltado ao conforto no trabalho
A Macrorregião Norte concentra pelo menos 15% das indústrias moveleiras do Rio Grande do Sul, com dois importantes polos produtivos. Em Erechim, estão duas das quatro principais fabricantes de cadeiras para escritórios do Brasil. Já em Lagoa Vermelha, o setor moveleiro organiza-se em um novo distrito industrial e tem como vocação a produção de móveis econômicos, a partir da tradição na industrialização da madeira iniciada há pelo menos 40 anos.
Municípios: Erechim, Lagoa Vermelha, Nova Boa Vista, Sarandi, Salvador das Missões, Nova Candelária, Passo Fundo, Crissiumal
11. Energia que garante o crescimento
É a partir da bacia hidrográfica do Rio Uruguai que se produz 59% da energia hidrelétrica do Rio Grande do Sul. A Macrorregião Norte concentra o maior potencial hídrico do Estado, abrigando os Coredes Nordeste e Médio Alto Uruguai entre os principais geradores de energia. Com o crescimento econômico recente e o potencial hídrico já explorado em grande parte, os investimentos e oportunidades agora voltam-se para a transmissão de energia, com a demanda crescente por maior potência entre os usuários.
Municípios: Aratiba, Maximiliano de Almeida, Alpestre, Pinhal da Serra, Salto do Jacuí
12. Investimentos em rodovias
Alguns dos principais setores econômicos da região estão em compasso de espera por investimentos em três projetos de pontes sobre o Rio Uruguai, entre a Fronteira Noroeste e as Missões, que aumentarão a integração com o Mercosul. A região conta ainda com investimentos em andamento ou em fase de projetos para importantes rodovias federais, com a BR-153, entre Erechim e Passo Fundo, e a duplicação da BR-386, entre Soledade, Tio Hugo e Fontoura Xavier, além de trechos nevrálgicos da BR-285. Há ainda a expectativa pelo leilão do Bloco 2 de rodovias estaduais a serem concedidas, que incluem, principalmente, a ERS-135.
Municípios: Soledade, Fontoura Xavier, Tio Hugo, Santo Ângelo, Erechim, Passo Fundo, Ijuí, Porto Mauá, Porto Xavier
13. Investimentos em aeroportos regionais
Um aeroporto regional representa sempre um propulsor de novos negócios. Na Macrorregião Norte, já ocorre um crescimento histórico de passageiros, caso do aeroporto de Passo Fundo. Há oportunidade de atração de investimentos com a concretização da concessão pelo governo do Estado dos terminais de Passo Fundo e Santo Ângelo, além dos investimentos em ampliação no aeroporto de Santa Rosa, pela União. Em Cruz Alta, o aeroporto privado realiza 60 voos executivos por mês.
Passo Fundo, Santo Ângelo, Santa Rosa, Cruz Alta
14. O papel estratégico dos trilhos
A ferrovia é uma vantagem logística importante em relação a outras partes do Estado, mas a região responsável por grande parte das exportações de grãos do Rio Grande do Sul sofre com a limitação ferroviária do Estado, que acaba sobrecarregando rodovias. Hoje, somente o ramal de Cruz Alta atende, de maneira insuficiente, à demanda da produção e direção ao Porto de Rio Grande. Linhas que ligavam a malha para Erechim e Passo Fundo, por exemplo, estão desativadas. Há investimentos em compasso de espera pelo destino da Malha Sul, que terá a concessão encerrada em 2027.
Municípios: Cruz Alta, Passo Fundo, Erechim
15. Construção civil
A Macrorregião Norte cresceu economicamente, em geração de empregos e em população. Consequentemente, a demanda por imóveis também aumenta. A pujança pode ser melhor observada em Passo Fundo, onde mais de 100 edifícios estão em construção no momento, com megaempreendimentos anunciados e em execução. Loteamentos e condomínios também avançam na região.
Cidades: Passo Fundo, Erechim, Ijuí e Santa Rosa
16. Universidades e inovação
As universidades da Região Norte têm expandido seus cursos e áreas de atuação. Atitus, URI, Unijuí e Ideau concorrem em um edital para abrirem novos cursos de Medicina. Enquanto isso, o IFFar constrói um novo campus em São Luiz Gonzaga, na Região das Missões. Neste ano, o maior polo tecnológico do Estado, o Tecnopuc, instalou-se em Santa Rosa com o seu braço dedicado ao agro. Na UPF também avançam projetos relacionados a pesquisas e desenvolvimento de produtos para a produção de biocombustíveis. A região também reforça a vanguarda no desenvolvimento de soluções para o dia a dia no agro.
Cidades: Augusto Pestana, Carazinho, Casca, Cerro Largo, Cruz Alta, Erechim, Frederico Westphalen, Getúlio Vargas, Ibirubá, Ijuí, Júlio de Castilhos, Lagoa Vermelha, Panambi, Passo Fundo, Sananduva, Santa Rosa, Santo Ângelo, Santo Augusto, Sarandi, Sertão, Soledade, São Luiz Gonzaga e Três Passos
17. Saúde e estrutura hospitalar
A Macrorregião Norte do Rio Grande do Sul consolida-se como um dos principais polos de atendimento hospitalar, com destaque para Passo Fundo — terceiro maior centro de saúde do Sul do País, atrás apenas de Porto Alegre e Curitiba. A região tem ampliado sua capacidade tecnológica e assistencial. O Hospital de Clínicas, referência em alta complexidade, passou a oferecer tratamento oncológico completo com a inauguração do acelerador linear e expansão de cirurgias robóticas. Outras instituições, como o Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo e o Hospital de Clínicas Ijuí, também vêm investindo em modernização e novos serviços.
Municípios: Passo Fundo, Erechim, Ijuí, Santa Rosa e Santo Ângelo
18. Pedras preciosas em alta
Ametista do Sul tem a maior reserva de pedra ametista do mundo, e esse tesouro tem garantido o crescimento do setor de produção de pedras preciosas na região. São pelo menos 30 empresas do setor atuando em Ametista do Sul, com 65% da produção destinada ao exterior. Em Soledade, há ainda a concentração de indústrias de transformação de pedras, que colocam o município entre os principais exportadores gaúchos nos primeiros oito meses do ano. A China e outros países asiáticos estão entre os principais destinos do produto. Somados, Ametista do Sul e Soledade já negociaram mais de US$ 40 milhões com o mercado externo este ano.
Municípios: Ametista do Sul e Soledade
19. O ano das Missões Jesuíticas Guaranis
Em 2026, as Missões Jesuíticas Guaranis completam 400 anos, e o evento fez sair do papel um projeto de incentivo ao turismo na região que já garantiu o repasse de R$ 50 milhões do Estado para a implementação de atrativos que retratam as 30 reduções jesuíticas. Entidades projetam saltar de 80 mil para até 1 milhão de visitantes por ano em uma década. A Macrorregião Norte também tem crescimento no turismo à região das pedras preciosas, resultando em crescimento na infraestrutura turística em Ametista do Sul.
Municípios: Santo Ângelo, São Miguel das Missões, Bossoroca, Santa Rosa, Porto Xavier, Ametista do Sul, Passo Fundo, Iraí, Horizontina, Derrubadas