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Publicada em 23 de Outubro de 2025 às 15:42

Tecnologia em máquinas agrícolas do RS para o mundo

Centro de Desenvolvimento de Plantadeira, em Ibirubá, recebeu R$ 16 milhões

Centro de Desenvolvimento de Plantadeira, em Ibirubá, recebeu R$ 16 milhões

AGCO/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Se a produção rural nas regiões abordadas neste capítulo do Mapa Econômico avança em direção à verticalização e no acúmulo de valor agregado, que garante máquinas e implementos para a produção naturalmente, segue o mesmo caminho. E na região que é berço da agricultura de precisão, a indústria exporta o conhecimento desenvolvido aqui.
Se a produção rural nas regiões abordadas neste capítulo do Mapa Econômico avança em direção à verticalização e no acúmulo de valor agregado, que garante máquinas e implementos para a produção naturalmente, segue o mesmo caminho. E na região que é berço da agricultura de precisão, a indústria exporta o conhecimento desenvolvido aqui.
Em Ibirubá, no Alto Jacuí, a AGCO inaugurou neste ano, com investimento de R$ 16 milhões, o seu Centro de Desenvolvimento de Plantadeiras. Dali, sairá o desenvolvimento de inovações em equipamentos para as marcas Massey Ferguson, Fendt e Valtra em todo o mundo.
"Temos em Ibirubá, além da nossa fábrica de plantadeiras, diversos diferenciais que garantem uma posição de vanguarda na nossa produção e desenvolvimento de produtos. Temos no nosso time, profissionais de todas as faixas etárias, muitos deles ligados ao plantio direto desde o seu início. A fábrica, e agora também o Centro de Desenvolvimento, estão, literalmente, no meio da lavoura convivendo no dia a dia dos agricultores, o que garante uma qualidade e eficiência únicas ao que é desenvolvido ali", explica o diretor global de Engenharia em Plantio e Preparo de Solo da AGCO, Vinícius Fior.
Segundo ele, o desenho e a produção de partes para máquinas saem da unidade gaúcha para que alguns equipamentos tenham a montagem nos Estados Unidos, para serem aplicados lá, por exemplo. A equipe do novo centro tem 35 funcionários, e pode chegar a 65.
"Já vínhamos ampliando essa interação, com desenvolvimento de projetos para a América do Sul e do Norte, com sucesso. Nós nunca trazemos tecnologias prontas do Exterior para serem simplesmente aplicadas aqui, mas desenvolvemos elas para que sejam mais eficientes a cada realidade", conta o diretor.
Caso emblemático foi a plantadeira do modelo Momentum, dobrável e com sulcador para aplicação de fertilizante. O desenvolvimento foi conjunto entre Ibirubá e os Estados Unidos e inovou no mercado.
Além da indústria de plantadeiras em Ibirubá, a AGCO conta com uma indústria de colheitadeiras em Santa Rosa e, na Região Metropolitana, a produção de tratores, em Canoas. A criação do Centro de Desenvolvimento, segundo Fior, atende à realidade do mercado de máquinas e equipamentos.
"Precisamos ser precisos e eficientes, porque o produtor não está comprando por impulso. É um mercado cauteloso, que compra o que realmente necessita. E aí precisamos fazer a diferença para gerar valor ao cliente, comprovar a ele o retorno que vai ter com aquele produto. Uma das regras no nosso desenvolvimento de máquinas é sabermos se ela dará retorno ao agricultor em um prazo de dois anos", justifica.

Inteligência no campo

Nova plantadeira da John Deere, foi desenvolvida especialmente para os produtores da Região Sul do Brasil

Nova plantadeira da John Deere, foi desenvolvida especialmente para os produtores da Região Sul do Brasil

John Deere/Divulgação/JC
Em Horizontina, na Fronteira Noroeste, a John Deere produz, a partir deste ano, as colheitadeiras consideradas as mais inteligentes do mundo, da série S5, que conta com a inédita ponteira pivotante, que auxilia na descarga e acomodação dos grãos de maneira mais uniforme, otimizando a logística. No início de 2026, a perspectiva da empresa é produzir também ali uma nova linha de plantadeiras, incluindo a 3100, apresentada na Agrishow deste ano, e que combina transportabilidade, precisão e alto desempenho para distribuição de fertilizante e sementes.
E há ainda a produção da nova plantadeira 1200, que foi desenvolvida especialmente para os produtores da Região Sul do Brasil, com maior autonomia e menor tempo de abastecimento de sementes.
São resultados do investimento de R$ 145,2 milhões iniciado em 2023 para a ampliação da unidade que, em 1979, marcou a entrada da John Deere no País.
"A fábrica de Horizontina contará com uma área construída de 162 mil metros quadrados ao final da ampliação, que está prevista para o primeiro semestre de 2026. Com isso, estaremos preparados para produzir nesta unidade os modelos mais modernos de plantadeiras, colheitadeiras e plataformas de corte da John Deere", explica o diretor da fábrica da John Deere em Horizontina, Everton Silva.
Ao longo da sua trajetória na região, a multinacional já produziu mais de 100 mil colheitadeiras, 725 mil linhas de plantio e mais de 125 mil plataformas. A unidade de Horizontina é responsável pelas colheitadeiras, plantadeiras e plataformas de corte e milho. A empresa conta ainda com unidades em Montenegro (tratores), Canoas (pulverizadores) e Porto Alegre (equipamentos para construção e pavimentação).

Inovação na armazenagem

Fabiano Schneider, diretor industrial da Kepler Weber

Fabiano Schneider, diretor industrial da Kepler Weber

/Kepler Weber/Divulgação/JC
A região também é referência nacional e internacional no desenvolvimento de implementos para o pós-colheita. Com a preocupação na precisão para atender ao mercado - que vai muito além da lavoura gaúcha - cada vez maior. De acordo com o diretor industrial da Kepler Weber, Fabiano Schneider, desde 2021, os investimentos da fabricante de silos, em Panambi, no Noroeste Colonial, têm sido intensos em pesquisa e design. E o resultado aparece. Segundo ele, 48% do faturamento da empresa vem de produtos desenvolvidos nos últimos cinco anos.
"No cenário nacional, vemos clientes demandando equipamentos com maior capacidade de armazenagem e eficiência, porque as safras são cada vez maiores e o tempo para a colheita cada vez mais curto. Os nossos equipamentos com capacidade de mais de 200 toneladas por hora já representam 40% das vendas. E o País ainda tem um déficit de armazenagem acima de 100 milhões de toneladas", aponta.
Com investimento de R$ 40 milhões neste ano na sua planta industrial, dedicados à automatização e ampliação de capacidade produtiva, hoje a produção opera com 75% da sua capacidade.
Para o Rio Grande do Sul, uma das prioridades tem sido a infraestrutura justamente para as indústrias de transformação do agro. O maior projeto em usinas da Kepler Weber nos últimos anos foi o da Be8, em Passo Fundo, por exemplo. E agora, há negociação para o fornecimento de estruturas de armazenamento para a futura Soli3.
Segundo Schneider, o segmento industrial já responde por 15% do faturamento da empresa.

A produção metalmecânica e de máquinas:

- Santa Rosa (AGCO, Stara)
- Ibirubá (AGCO)
- Não-Me-Toque (Stara, Roster, Stahar)
- Passo Fundo (Kuhn, Metalúrgica Marini)
- Ijuí (IMASA, Montagner Industrial)
- Panambi (Bruning Tecnometal, Kepler Weber)
- Marau (Metasa)
- Erechim (Comil, Brastelha)
- Santo Ângelo (Fundimisa)

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