A Macrorregião Norte do Rio Grande do Sul tem se destacado como um dos principais polos de saúde do Sul do Brasil. Com investimentos significativos em infraestrutura hospitalar, expansão de serviços e formação de profissionais, a região vem consolidando sua vocação para a alta complexidade, atraindo pacientes até de outros estados.
Com a inauguração do acelerador linear, o Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF) ampliou sua capacidade de oferecer a linha completa de tratamento oncológico — não apenas consultas e quimioterapia, mas também radioterapia. Segundo o administrador Luciney Bohrer, a máquina já opera com mais de 50 pacientes por dia, e a instituição busca outro equipamento para suportar a demanda. Hoje, cerca de 60% dos pacientes atendidos são de Passo Fundo; os demais vêm de aproximadamente 250 municípios, abrangendo não só a Região Norte, mas todo o Estado.
Nas especialidades, cresceram cardiologia, oncologia, trauma/ortopedia e, sobretudo, cirurgia robótica, especialmente na urologia. Para fortalecer sua inserção regional, o HCPF adquiriu o Hospital Prontoclínicas, expandindo parque tecnológico e incluindo negócios privados em seu escopo.
O Hospital de Clínicas de Ijuí (HCI) enfatiza seu papel regional por meio de seu Centro de Alta Complexidade e Oncologia (CACOM) e Instituto de Cardiologia. A instituição atende cerca de 3,6 milhões de habitantes da macrorregião, abrangendo 283 municípios que referenciam serviços oncológicos, cardiológicos e demais especialidades para Ijuí. São realizados em média 1.000 atendimentos médicos por dia, em setores como clínica, diagnóstico e terapias auxiliares.
O HCI já opera com tecnologia de ponta (dois angiógrafos e uma ressonância de 3 tesla). Um segundo acelerador linear, projetado como um dos mais modernos do sul do país, será instalado no final deste ano. Também está em implantação uma nova unidade de braquiterapia e expansão de UTIs e centro cirúrgico: serão 9 salas (contra 6) e recuperação ampliada. Está prevista ainda a inauguração de um Hospital Infantil Maurício de Sousa com UTI pediátrica de 10 leitos, tornando-se o único no interior com capacidade de atendimento integral infantil.
O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), outra peça central na saúde regional, ostenta uma estrutura robusta: 700 leitos, 22 salas cirúrgicas, 64 consultórios e cerca de 900 médicos em especialidades diversas. Com duas unidades e abrangência de mais de 2 milhões de habitantes no Norte gaúcho, o HSVP atua em alta complexidade nas áreas de cardiologia, oncologia adulta e pediátrica, gestação de alto risco, neurocirurgia, transplantes e ortopedia.
Recentemente, foi beneficiário do programa estadual Avançar Mais na Saúde, recebendo R$ 18,9 milhões para reformas no setor de oncologia pediátrica e aquisição de equipamentos, enquanto o HCPF recebeu R$ 17,8 milhões para reformas e ampliação de setores como pediatria e oncologia.
Confirma as principais estruturas do serviço de saúde no Norte gaúcho
Hospitais de referência
Hospital de Clínicas de Passo Fundo (Passo Fundo)
Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo)
Hospital de Olhos de Passo Fundo (Passo Fundo)
Hospital de Clínicas de Ijuí (Ijuí)
Hospital Santo Ângelo (Santo Ângelo)
Hospital de Caridade de Erechim (Erechim)
Hospital Santa Terezinha (Erechim)
Hospital de Caridade de Três Passos (Três Passos)
Hospital Santa Cruz (Três de Maio)
Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo)
Hospital de Olhos de Passo Fundo (Passo Fundo)
Hospital de Clínicas de Ijuí (Ijuí)
Hospital Santo Ângelo (Santo Ângelo)
Hospital de Caridade de Erechim (Erechim)
Hospital Santa Terezinha (Erechim)
Hospital de Caridade de Três Passos (Três Passos)
Hospital Santa Cruz (Três de Maio)
Hospitais universitários e de ensino
HCPF – Universidade de Passo Fundo (UPF)
HSVP – Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
HCI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS (Unijuí)
Hospital Santa Terezinha – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)
HSVP – Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
HCI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS (Unijuí)
Hospital Santa Terezinha – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)
Centros de alta complexidade
CACOM – Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Ijuí)
Centro de Oncologia e Radioterapia (Passo Fundo)
Instituto do Coração (Passo Fundo)
Centro de Neurocirurgia e Trauma (Passo Fundo)
Centro de Transplantes (Passo Fundo)
Centro de Oncologia e Radioterapia (Passo Fundo)
Instituto do Coração (Passo Fundo)
Centro de Neurocirurgia e Trauma (Passo Fundo)
Centro de Transplantes (Passo Fundo)
Estrutura hospitalar
Leitos hospitalares SUS: 4,3 mil
Leitos de UTI adulto e neonatal: 380
Hospitais cadastrados: 82 unidades
Taxa média de ocupação: 80%
Atendimentos anuais de alta complexidade: mais de 150 mil
Leitos de UTI adulto e neonatal: 380
Hospitais cadastrados: 82 unidades
Taxa média de ocupação: 80%
Atendimentos anuais de alta complexidade: mais de 150 mil
Formação e força de trabalho em saúde
Profissionais formados por ano: mais de 2,8 mil
Residências médicas: 31 (UFFS) e 12 (UPF)
Cursos de saúde: UPF, UFFS, URI, Unijuí, Atitus, Ulbra, Ideau, Unicruz
Fixação regional: 60% dos egressos de Medicina permanecem no interior
Residências médicas: 31 (UFFS) e 12 (UPF)
Cursos de saúde: UPF, UFFS, URI, Unijuí, Atitus, Ulbra, Ideau, Unicruz
Fixação regional: 60% dos egressos de Medicina permanecem no interior
Investimentos recentes (2022–2025)
Programa Avançar Mais na Saúde:
– HSVP: R$ 18,9 milhões (oncologia pediátrica e equipamentos)
– HCPF: R$ 17,8 milhões (reformas e expansão)
– HCI: R$ 12,4 milhões (radioterapia e UTIs)
Expansão acadêmica: novos cursos de Enfermagem (UFFS), Fonoaudiologia e Engenharia Biomédica (UPF), residências multiprofissionais em Marau e Carazinho.
– HSVP: R$ 18,9 milhões (oncologia pediátrica e equipamentos)
– HCPF: R$ 17,8 milhões (reformas e expansão)
– HCI: R$ 12,4 milhões (radioterapia e UTIs)
Expansão acadêmica: novos cursos de Enfermagem (UFFS), Fonoaudiologia e Engenharia Biomédica (UPF), residências multiprofissionais em Marau e Carazinho.
Passo Fundo consolida vocação centenária como polo de saúde do Sul
Passo Fundo não se tornou um polo de saúde por acaso. A vocação hospitalar da cidade começou a se desenhar há mais de um século, quando ainda era uma pequena povoação distante da Capital. Em 1914, lideranças locais preocupadas com a dificuldade de acesso a internações criaram o primeiro hospital da cidade, o Hospital da Cidade, hoje Hospital de Clínicas de Passo Fundo. Poucos anos depois, em 1918, a Igreja Católica fundaria o Hospital São Vicente de Paulo.
Essas duas iniciativas, explica o reitor do campus Passo Fundo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Jaime Giolo, foram o embrião de um complexo que cresceu com a cidade. "Com essas duas instituições puxando a frente, outras surgiram progressivamente, adensando o complexo de serviços de saúde. A localização estratégica da cidade, um entroncamento rodoviário que conecta diversos municípios, favoreceu esse papel regional", destaca.
Jaime Giolo, reitor UFFS
Divulgação/JC
Ainda nas décadas seguintes, Passo Fundo também investiu em educação. Os colégios de referência atraíram estudantes de toda a região e, nos anos 1950, surgiram as primeiras iniciativas de ensino superior. Em 1968, a fusão de duas instituições locais deu origem à Universidade de Passo Fundo (UPF), que em 1970 criou o curso de Medicina — um divisor de águas para o desenvolvimento do setor.
A chegada da UFFS adicionou um componente público à estrutura existente, com foco na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). O campus oferece bolsas integrais de residência médica, ampliando programas e levando-os a outros municípios como Carazinho, Marau e Pontão.
No campus, 68 salas ambulatoriais funcionam conveniadas ao HSVP e ao HCPF, atendendo mais de 350 pacientes por dia, todos pelo SUS. Há também programas voltados a populações específicas, como ambulatórios exclusivos para indígenas e imigrantes.
Além da graduação em Medicina, a UFFS lançou o curso de Enfermagem em 2025 e planeja abrir outros sete cursos na área da saúde nos próximos anos. A universidade também coordena 31 programas de residência médica e um programa de residência multiprofissional, além de parcerias com a Escola Paulista de Medicina (Unifesp) para mestrado e doutorado em Ciências Cirúrgicas.