O mercado de móveis corporativos, especialmente cadeiras, vai além do design. E neste mercado, Erechim tornou-se referência. São pelo menos três indústrias locais atuando no setor, duas delas entre as quatro melhores fabricantes de cadeiras de escritório e ergonômicas do País. De acordo com o presidente da Cavaletti, Gilmar Cavaletti, o segredo é inovar sempre.
"Estamos sempre investindo em inovação, fazemos parte de parques tecnológicos e buscamos soluções a todo momento, porque é uma exigência do mercado. Inovamos tanto no modo de produzir e no material produzido quanto no produto em si. É isso que faz a diferença", aponta o empresário.
Segundo ele, o que o consumidor busca hoje é o menor esforço, mais ergometria e conforto. E isso se traduz em cadeiras com menos alavancas, mas autônomas e adaptadas ao corpo. "São cadeiras que cada vez mais se adaptam a quem está nela com completa autonomia", explica. A empresa produz até seis mil cadeiras por dia, com a maior capacidade produtiva entre todas as empresas do setor na América Latina.
Erechim é um dos pólos da produção moveleira nesta macrorregião. E neste recorte do Estado, diferente da produção moveleira da Serra, por exemplo, onde sempre houve uma cadeia produtiva integrada, no eixo norte, mais distante de outras indústrias do setor, não havia outra alternativa senão seguir o caminho de indústrias de outros setores produtivos na região. A verticalização dos processos era uma obrigação.
Na planta industrial de Erechim, a Cavaletti tem mil funcionários, e é, na verdade, um complexo. Antes da produção final das cadeiras, a empresa faz a injeção de plásticos nos moldes necessários para a produção e também conta com a metalurgia e ferraria próprias, que também desenvolvem os moldes. "Era a forma que tínhamos de crescer aqui no Norte e competir com Caxias do Sul por exemplo", lembra Cavaletti.
Ele e o irmão chegaram a Erechim no começo da década de 1970, primeiro, como uma estofaria que prestava serviços a uma indústria já estabelecida na cidade. Até que começaram a produzir as próprias cadeiras e não pararam mais. Ao todo, nesta macrorregião há pelo menos 22 empresas do setor ligadas à Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs). Representam 15% das indústrias de móveis no Estado.
Um novo distrito para os moveleiros
Um dos principais polos nesta parte do Rio Grande do Sul está em Lagoa Vermelha, no Nordeste. São 13 empresas associadas à Movergs, e o município avança na organização e fortalecimento, como uma grande oportunidade de negócio, conjunto do setor. Um novo distrito industrial avança, com 23 empresas prontas para a instalação. Dessas, dez são do setor moveleiro.
Há sete anos o município, em conjunto com os sindicatos do setor e o Senai, desenvolve programas de qualificação de mão de obra para a produção moveleira. Por ano, formam-se, em média, 200 alunos.
A história da fabricação de móveis em Lagoa Vermelha remonta à década de 1940, quando a produção madeireira na região teve um impulso. Na década de 1970, foi criado o primeiro distrito industrial da cidade, e naturalmente, a produção moveleira foi protagonista. Até os anos 1980, o setor cresceu em conjunto com a produção madeireira e chegou a empregar três mil pessoas.
Lagoa Vermelha não figura mais entre os principais municípios madeireiros do Estado. Agora, o setor passa por uma retomada, com novos investimentos.
Polo moveleiro na região
- 15% das indústrias moveleiras gaúchas estão na região
- São pelo menos 14 empresas em Lagoa Vermelha
- Erechim concentra 3 empresas dedicadas ao mobiliário corporativo
(FONTE: Movergs)