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Publicada em 23 de Outubro de 2025 às 20:03

Produção de laranjas do Norte do RS cresce e mira o mercado paulista

Família Danielli produtores é uma das 90 que fazem parte da Coopsalzano

Família Danielli produtores é uma das 90 que fazem parte da Coopsalzano

Coopsalzano/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
A produção de laranjas para suco entre as regiões Norte e do Rio da Várzea está em plena expansão e em busca de abertura de novas oportunidades no mercado. Enquanto o valor negociado da produção, que já havia dobrado em 2024 em relação ao ano anterior, sofreu uma baixa neste ano, o volume da produção aumentou e tende a ser crescente nos próximos anos. Com apenas duas indústrias fabricantes de sucos na região, os produtores sonham em convencer o mercado paulista e do Exterior a aderir à laranja gaúcha.
A produção de laranjas para suco entre as regiões Norte e do Rio da Várzea está em plena expansão e em busca de abertura de novas oportunidades no mercado. Enquanto o valor negociado da produção, que já havia dobrado em 2024 em relação ao ano anterior, sofreu uma baixa neste ano, o volume da produção aumentou e tende a ser crescente nos próximos anos. Com apenas duas indústrias fabricantes de sucos na região, os produtores sonham em convencer o mercado paulista e do Exterior a aderir à laranja gaúcha.
"Hoje, 80% do suco de laranja do mundo sai de São Paulo, mas lá o cultivo é em larga escala. Aqui, o cultivo é sustentável, familiar. E isso dá diferença na cor e no sabor do suco. Nosso problema acaba sendo a logística para chegar a outros mercados com o nosso produto in natura. Com a queda do preço da laranja a menos da metade do ano passado pelo quilo, e o tarifaço, que baixou ainda mais a demanda externa, esse objetivo fica um pouco mais distante", diz o presidente da Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Liberato Salzano (Coopsalzano), Leandro Rubini.
O município tinha, até 2023, a maior safra de laranjas do Rio Grande do Sul, que, em 2024, acabou superada por pouco pelo valor da safra, conforme o IBGE, de Itatiba do Sul. Em Liberato Salzano, são mil hectares plantados com a fruta e, se forem considerados os municípios vizinhos, são quatro mil hectares com pomares, mobilizando oito mil famílias no cultivo das laranjas para suco.
Neste ano, a expectativa é colher, em Liberato Salzano, 23,4 mil toneladas de laranjas e bergamotas. O volume é 56% maior do que no ano passado. De acordo com a Emater, o aumento é resultado de uma série de investimentos acumulados dos agricultores nos últimos anos, mesmo enfrentando períodos de estiagem. Segundo a entidade, a adubação e o trato dos pomares fizeram a diferença, e o dirigente da cooperativa acrescenta, também pensando na oportunidade de negócio que se apresenta no futuro.
"Mais de 50% dos nossos pomares na região são novos, o que sinaliza para um bom potencial de frutas no futuro", diz Rubini.
A cultura de frutas cítricas na região começou a se consolidar nos anos 1980 e, no começo dos anos 2000, recebeu incentivos para a ampliação de pomares. A Coopsalzano concentra 90 das 280 famílias produtoras de Liberato Salzano, e atua em 11 municípios da região, com mais de 200 famílias.
A maior parte da produção é destinada à fabricante de sucos Isau, que opera também em Liberato Salzano. Uma pequena parte é processada na pequena agroindústria da cooperativa e também há destinação à alimentação escolar da região. Também no Norte, foi instalada no ano passado a Citro Sul, no município de Centenário, contando com investimento de empresários paulistas. No Estado ainda há outras quatro indústrias de sucos, nenhuma outra na região.

Números da produção

Maiores produtores de laranjas (valor da safra):
- Itatiba do Sul: R$ 32,09 milhões
- Liberato Salzano: R$ 30,3 milhões
- Planalto: R$ 24,9 milhões
- Alpestre: R$ 23,8 milhões
- Aratiba: R$ 18,4 milhões
(FONTE: IBGE, 2023)
Indústrias de suco de laranja:
- Isau (Liberato Salzano)
- Citro Sul (Centenário)

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