A Espanha já tem um novo rei. Felipe VI foi proclamado nesta quinta-feira (19) em cerimônia no Congresso espanhol. Ele assumiu o trono no lugar do pai, Juan Carlos, que, após 39 anos de reinado, abdicou em meio a uma queda de popularidade da monarquia espanhola nos últimos anos.
Em seu discurso como chefe de Estado, Felipe VI destacou a unidade da Espanha e afirmou que a monarquia foi renovada para "um novo tempo". Ressaltou ainda a prioridade em criar empregos para os espanhóis e sinalizou defender mudanças constitucionais no país.
O novo rei foi blindado pelas autoridades espanholas. A Justiça proibiu o uso de bandeiras e outros símbolos republicanos pelo trajeto que feito pelo casal real. Cerca de sete mil agentes policiais estão escalados em Madri. Desde a abdicação de Juan Carlos, anunciada em 2 de junho, cresceram protestos republicanos contra a monarquia e a favor de um referendo sobre a mudança do sistema político. O Congresso, no entanto, ignorou o movimento e rapidamente aprovou a nomeação de Felipe VI.
Na tarde de ontem, Juan Carlos sancionou a lei que oficializou a sua abdicação ao trono. Na prática, desde à 0h (19h, no Brasil), quando a lei seria publicada, encerraram-se os 39 anos do reinado dele. A cerimônia, realizada no Palácio Real, foi recheada de formalidades . No fim, Juan Carlos, acompanhado da rainha Sofia, deu um longo abraço no filho sucessor. A aparição do rei reforçou a fragilidade de sua saúde. Ao tentar beijar duas netas, quase caiu e se apoiou na cadeira.
A decisão de abdicar do trono ocorreu em meio a recente turbulência na família real, com escândalo de corrupção envolvendo sua filha Cristina, e o marido dela Iñaki Urdangarin, suspeitos de crime fiscal e lavagem de dinheiro por meio de uma ONG. Seu marido foi afastado das atividades da família real, mas o desgaste ficou marcado.