O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que firmar parceria com o Reino Unido em tecnologia e ciência ajudará ambas as potências a dominarem a liderança no setor de inteligência artificial (IA). O comentário foi realizado durante encontro de empresários em Londres, ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, onde ambos assinaram um acordo de cooperação.
Empresas incluindo a Microsoft, OpenAI e Blackstone se comprometeram a investir mais de US$ 200 bilhões em investimentos no Reino Unido ao longo da próxima década, e empresas britânicas, incluindo a gigante farmacêutica GSK, disseram que investiriam nos Estados Unidos. Embora tais promessas sejam comuns durante visitas deste tipo, o governo britânico certamente as verá como uma vitória em um momento em que está lutando para demonstrar que pode aumentar o crescimento econômico.
Embora Trump e Starmer tenham visões divergentes na maioria das políticas de clima e energia, eles parecem concordar sobre a energia nuclear. Os dois governos fecharam um acordo para construir mais usinas nucleares no Reino Unido. O governo de Starmer prometeu acelerar as revisões de novas usinas propostas, enquanto Trump emitiu ordens executivas para agilizar as aprovações de reatores nucleares nos Estados Unidos.
A visita de Estado faz parte de um esforço do governo britânico para estreitar relações com Trump, um presidente americano que sinalizou ceticismo à atual ordem mundial, forjada no período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial.
"Os laços entre nossos países não têm preço, são inquebráveis independente do que façamos hoje e vamos torná-las mais próximas do que nunca", disse o norte-americano. Segundo ele, o acordo com o Reino Unido envolve uma cooperação ampla em tecnologia, inovação e ciência, principalmente nas áreas de IA, energia nuclear, computação quântica e desenvolvimento de rede móvel 6G. "Precisaremos de muita energia de fontes confiáveis para a inteligência artificial", ressaltou, acrescentando que pretende ampliar a capacidade industrial de ambos os países.
O presidente dos EUA também disse querer trabalhar com o Reino Unido na desregulação da economia, citando como exemplo políticas que já implementou nos Estados Unidos, como os cortes de impostos e a aprovação do "grande e lindo" projeto orçamentário.
Trump apontou ainda o foco de investimentos públicos em infraestrutura como a "melhor forma de gastos" pelo governo. "Em breve, veremos grandes construções no nosso país. Empresas de IA, automóveis e farmacêuticas, todas querem ir para lá", disse.
Sobre outras políticas, Trump voltou a defender que não há inflação nos EUA e que as tarifas estão trazendo "trilhões de dólares" em receita, além de contribuir para a atração de investimentos para o país. "Não seríamos capazes de receber um fragmento dos investimentos que tivemos nos últimos meses sem a existência das tarifas", frisou o republicano.
Ao comentar o acordo, Starmer afirmou que a parceria trará "prosperidade tecnológica aos dois lados do Atlântico" e "quebrará recordes", com grandes investimentos da Nvidia, Salesforce, Google e "muito mais" no Reino Unido.