Conheça 18 iniciativas que já se destacam entre as atividades econômicas ou têm projetos com potencial de alavancar o desenvolvimento dessa parte do Rio Grande do Sul.
1. Migrações populacionais e de negócios após cheias
Mais de 30% das áreas atingidas na cheia de 2024 estão na macrorregião retratada neste capítulo do Mapa Econômico do RS, assim como 14,3% da população afetada pelas enchentes. Isso provocou migrações internas, especialmente no Vale do Taquari. Em Teutônia, 3 mil pessoas chegaram ao município e 800 empresas de todos os portes foram abertas entre maio de 2024 e maio deste ano. Movimento de novos negócios semelhantes acontece em Estrela e Paverama, com a valorização da rodovia BR-386, em duplicação. Em Lajeado, a nova geografia da economia da região prioriza investimentos em inovação.
Municípios: Teutônia, Estrela, Paverama, Lajeado
2. Reconstrução movimenta construção civil
Até o momento, mais de R$ 80 milhões foram garantidos em investimentos públicos para estruturação de novos bairros e construção de casas permanentes nas áreas mais atingidas pela cheia de 2024. É a metade dos investimentos já programados para as novas instalações, que tendem a movimentar ainda mais a construção civil. Porém, boa parte dos atingidos segue em casas provisórias.
Municípios com obras de novas casas: Cruzeiro do Sul, Muçum, Arroio do Meio, Estrela, Roca Sales, Marques de Souza, Venâncio Aires, General Câmara
3. Duplicação de rodovias e obras em estradas
Mais de um ano após a cheia, a RSC-287, eixo fundamental entre o Vale do Rio Pardo e a Região Central do Estado, segue com quatro trechos provisórios para o tráfego e o ritmo da duplicação abaixo do esperado. A concessionária Rota Santa Maria aguarda o reequilíbrio do contrato e aprovação de novos projetos pelo governo do Estado. O Piratini também anunciou a readequação de investimentos para as rodovias do Bloco 2 de concessões de rodovias estaduais. Por parte do Daer, ainda são desembolsados valores para recuperação de rodovias na região. Depois de atrasos ampliados pela cheia do ano passado, avançam as frentes de obras na duplicação da BR-386, a Estrada da Produção, no Vale do Taquari. A concessionária CCR Viasul garante concluir o trecho dentro da microrregião neste ano.
Municípios: Lajeado, Estrela, Marques de Souza, Venâncio Aires, Candelária, Santa Maria, Novo Cabrais, Teutônia, Encantado, Arroio do Meio, General Câmara, Muçum e Lajeado
4. Ecossistemas de inovação
Cidades como Lajeado, Santa Cruz do Sul e Santa Maria tornam-se referências na criação de ecossistemas favoráveis à inovação, tecnologia e empreendedorismo. Com universidades e polos tecnológicos multiplicando-se, a macrorregião é ambiente propício ao desenvolvimento de novas startups. O desfaio é garantir a qualificação de talentos para preencher as novas exigências do mercado de trabalho. São comuns na região vagas abertas nas principais empresas.
Municípios: Lajeado, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Santiago, Estrela, Venâncio Aires
5. Fabricação e exportação de doces
Da guerra econômica travada entre Estados Unidos e China aos preços de commodities, como o cacau, passando pela recuperação da economia regional após dois anos seguidos de enxurradas, a indústria de doces do Vale do Taquari investe e busca soluções criativas para seguir em destaque no mercado. A Docile, por exemplo, figura entre as 100 maiores empresas de doces do mundo. A Neugebauer, para driblar a crise do cacau, investe em receitas diferenciadas, e isso tem garantido posições de liderança no mercado consumidor brasileiro.
Municípios: Lajeado, Arrroio do Meio, Santa Cruz do Sul, Mato Leitão, Encantado
6. Indústria de bebidas
Entre água mineral, refrigerantes, cervejas, passando pelos energéticos, a produção de bebidas na faixa central do Rio Grande do Sul se mostrou estratégica, especialmente durante a cheia do ano passado, quando a Região Metropolitana ficou ilhada Vieram das fábricas da macrorregião retratada neste Mapa as soluções. São pelo menos 50 indústrias do setor nas regiões, e a partir do evento da cheia, os investimentos para ampliação de produção e reforço logístico, inclusive com avanço a novos mercados, se consolidam.
Municípios: Santa Maria, Paverama, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Estrela, Bom Retiro do Sul
7. Produção integrada do tabaco
Com alta rentabilidade no mercado externo e livre das maiores consequências da cheia do último ano, a produção de tabaco no Vale do Rio Pardo representou, nos primeiros seis meses do ano, 14% de todos os valores exportados pelo Rio Grande do Sul. O setor segue investindo pesadamente na integração entre a produção rural e as indústrias, do cuidado com o solo à alta tecnologia nos processos nas fábricas.
Municípios: Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Vale do Sol, Candelária, Arroio do Tigre e Vera Cruz
8. Avanço da silvicultura
Projetos de produção de eucaliptos e acácia negra associada ao cultivo do tabaco já são incentivados há décadas na região, mas é possível que creçam a partir de iniciativas que fomentam a relação entre empresas que tem madeira como matéria-prima e os agricultores locais. Alguns exemplos disso são trazidos pela Haas Madeiras e pela Dexco. As áreas plantadas também podem crescer em virtude da aprovação de uma revisão do Zoneamento Ambiental da Silvicultura.
Cidades: Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Pantano Grande, Taquari, Cacequi, Venâncio Aires e Rio Pardo
9. Produção de etanol com trigo
Ainda neste ano deve ter o início a produção da primeira usina de geração de álcool a partir da produção de trigo no Vale do Jaguari, em Santiago. A verticalização da produção de grãos no inverno tem potencial para ampliar a produção também nos meses de inverno na região já consolidada pelas safras de verão.
Municípios: Santiago (usina), Tupanciretã (trigo), Júlio de Castilhos (trigo), Jari (trigo), São Sepé (trigo)
10. Novos grãos para a indústria
Empresas como a 3tentos investem fortemente na produção de grãos alternativos na faixa central do Estado, como a canola, para as culturas de inverno que abastecerão a sua produção industrial de óleos no Norte do Estado. Processo semelhante acontece com grãos como a aveia, que avançam na região.
Municípios: Santiago (canola), Tupanciretã (canola, aveia), Júlio de Castilhos (canola, aveia), Cachoeira do Sul (canola, aveia), Jari (aveia), São Sepé (aveia)
11. Cultivo de soja e arroz
A industrialização das culturas de verão – soja e arroz – garantem papel de destaque à produção da faixa central do Rio Grande do Sul no mercado nacional e de exportação. Ainda assim, especialmente o setor produtivo do arroz, ressente-se da baixa nos preços e da necessidade de investimentos para recuperação de áreas atingidas pela cheia histórica do ano passado.
Municípios: Cachoeira do Sul (soja, arroz), Tupanciretã (soja), Júlio de Castilhos (soja), Rio Pardo (soja), São Sepé (soja, arroz), Restinga Seca (arroz), Cacequi (arroz), São Vicente do Sul (arroz)
12. Produção de erva-mate e noz-pecã
A tradição da produção de erva-mate no Vale do Taquari, que lidera desde a quantidade das folhas colhidas até a presença no mercado internacional do mate, tende a receber mais um aditivo para a sua valorização, com a possibilidade de receber a identificação geográfica pelas suas características próprias de cultivo e produção. Em se concretizando, será a segunda região gaúcha com esse reconhecimento. O desenvolvimento do plantio e da industrialização da noz pecan, a partir de Cachoeira do Sul, coloca a macrorregião no protagonismo de uma cultura de alto valor agregado. Na safra de 2023, conforme o IBGE, a região acumulou mais de R$ 20 milhões na valorização da safra
Municípios (erva-mate): Encantado, Venâncio Aires, Ilópolis, Arvorezinha, Anta Gorda, Putinga
Municípios (noz-pecã): Cachoeira do Sul, Santa Maria, São Pedro do Sul, Rio Pardo e Santiago
13. Azeites e vinhos
Encruzilhada do Sul, no limite entre o Vale do Rio Pardo e a Campanha, na Serra do Sudeste, é considerada o centro da “Toscana brasileira”, com características únicas que garantem ao município a liderança no Estado na produção de oliveiras e a produção altamente valorizada de azeites. Levantamento do IBGE aponta, entre os cinco maiores municípios produtores de oliveiras na macrorregião, a valorização de mais de R$ 6,5 milhões na safra de 2023. A diversificação de solos, ventos e até de clima dentro de um mesmo território, valorizam a uva e, mais recentemente, o vinho produzido especialmente em Encruzilhada do Sul. Além do fornecimento de uvas para as principais vinícolas gaúchas, os vinhos já produzidos na região estão presentes entre os principais restaurantes do Brasil e em avanço.
Municípios (azeite): Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, São Sepé, Restinga Seca e Pantano Grande
Municípios (vinho): Encruzilhada do Sul, Jaguari, Sobradinho, Ibarama e Cacequi
14. Cadeia produtiva de proteína animal
Após as cheias, o Rio Grande do Sul tem registrado sucessivos aumentos no abate de suínos, e a faixa central do Estado concentra pelo menos 30% deste mercado, que agora surfa na onda de bons preços e de conquista de novos mercados fora do Brasil. Passada a desconfiança e a crise provocadas pela gripe aviária, a produção de frangos espera retomar o melhor ritmo entre agosto e setembro. O Estado registra aumento nos abates, e as soluções encontradas pelos produtores e a indústria da região dão resultado e geram novos empregos. O rebanho na faixa central do Estado, especialmente no Vale do Jaguari, aumentou, com avanço da presença da região no mercado de carnes gaúcho. O setor não foi muito prejudicado pelas cheias do último ano.
Municípios (súinos): Encantado, Lajeado, Arroio do Meio, Santa Cruz do Sul, Teutônia, Dois Lajeados, Roca Sales
Municípios (frangos): Westfália, Lajeado, Arroio do Meio, Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Taquari, Teutônia, Cruzeiro do Sul
Municípios (bovinos): Santiago, São Francisco de Assis, Cachoeira do Sul, Cacequi e São Sepé
15. Bacia leiteira
A superação das dificuldades provocadas pela perda de animais e de leite com os obstáculos impostos pela cheia de 2024, a criatividade do setor tem sido fundamental para que a produção na terceira maior bacia leiteira do Estado avance neste ano.
Municípios (leite): Estrela, Teutônia, Anta Gorda, Encantado, Arroio do Meio
16. Ferrovias e hidrovias
Historicamente, Santa Maria e o Centro do Rio Grande do Sul eram símbolos do potencial do modal ferroviário gaúcho. No entanto, com muitos anos de deterioração, boa parte desta capacidade está ociosa. Dos mais de 3,9 mil quilômetros de ferrovias no Estado, só pouco mais de 900 quilômetros estão aptos. Na Região Central, fundamental para escoamento de grãos, só uma rota está ativa. Líquidos e contêineres não são transportados na região. Há estudo do Governo do Estado para recuperação de ferrovias no Estado, e em todos os cenários avaliados, Santa Maria e a rota central teriam protagonismo. A hidrovia Brasil-Uruguai poderá conectar a hidrovia do Taquari ao país vizinho.
Municípios: Santa Maria,Júlio de Castilhos, Cacequi, Tupanciretã, São Sepé, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul
17. Energia
Avançam projetos de geração de energia nas regiões que compõem este capítulo do Mapa Econômico. A Certel busca um financiamento para tirar do papel da Hidrelétrica Bom Retiro, no Rio Taquari. Já a Folhito aguarda aval da ANP para distribuição de biometano em Estrela, que já é produzido na planta para consumo próprio da empresa. A Sulgás também planeja levar a rede de gás natural para Lajeado, mas o projeto ainda está em fase de licenciamento.
Cidades: Lajeado, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul, Estrela, Santiago
18. Turismo
Enquanto os geoparques seguem trazendo público para pequenas cidades do Interior e movimentando suas economias, o Cristo Protetor de Encantado foi finalmente inaugurado, levantando empreendimentos no município do Vale do Taquari. Ambos os casos atraem investimentos para as regiões. Por outro lado, o Trem dos Vales ainda não tem um projeto concreto para retornar às atividades.
Cidades: Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Encantado, Lajeado, Santa Maria, Mata, São Pedro do Sul, Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins