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Publicada em 25 de Julho de 2025 às 16:57

Município de Teutônia recebe 800 novas empresas e 3 mil moradores no pós-cheia

Teutônia, na Região do Vale do Taquari, foi menos afetada na enchente e atrai novos negócios

Teutônia, na Região do Vale do Taquari, foi menos afetada na enchente e atrai novos negócios

PREFEITURA DE TEUTÔNIA/DIVULGAÇÃO/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Tão logo iniciaram-se os movimentos pela recuperação do Vale do Taquari, após o segundo ano consecutivo de cheia devastadora na região (2023 e 2024), a migração da indústria de produtos de limpeza Fontana, ao menos em parte, da sua produção instalada em Encantado para uma área em Teutônia indicava um movimento interno na região, intensificado neste último ano.
Tão logo iniciaram-se os movimentos pela recuperação do Vale do Taquari, após o segundo ano consecutivo de cheia devastadora na região (2023 e 2024), a migração da indústria de produtos de limpeza Fontana, ao menos em parte, da sua produção instalada em Encantado para uma área em Teutônia indicava um movimento interno na região, intensificado neste último ano.
O município de Teutônia, em um trecho mais alto do Vale do Taquari, teve apenas 7 quilômetros quadrados, ou menos de 4% do seu território, com menos de 2% da população e 2% dos CNPJs locais atingidos pela cheia, conforme o Mapa Unificado do Plano Rio Grande.
Com isso, no pós-cheia, novas empresas e mais moradores da região chegaram a Teutônia no último ano em busca de mais segurança e oportunidades. O resultado, em 2025, já é visível no município que, no Censo de 2022, registrava 32.797 habitantes.
Entre maio do ano passado e maio deste ano, conta o prefeito Renato Altmann, entre 2,5 mil e 3 mil novos moradores chegaram à cidade – uma alta de até 9% em relação à população do último Censo. Vinham atraídos, naturalmente, por um movimento que foi muito além da indústria Fontana.
No mesmo período, foram abertas ou instaladas 800 novas empresas em Teutônia. O município tem um total de 3,7 mil empresas de todos os portes atualmente – um crescimento de 27,5% em apenas um ano. 
"Sempre priorizamos a busca pelo maior desenvolvimento de Teutônia. A partir das tragédias de 2023 e 2024, geograficamente, o município se mostrou mais seguro e uma oportunidade para quem quer investir. Muitos já se transferiram para cá e outros tantos estão em tratativas. Mas não é só a questão geográfica, Teutônia é um excelente local para investir, em termos de logística. Estamos a 100 quilômetros de Porto Alegre, de Caxias do Sul e de Santa Cruz do Sul. Temos energia de alta qualidade, com a Certel. É uma responsabilidade muito grande para nós, como representantes da gestão do município, atender e adaptar o município a essa nova demanda", diz o prefeito.
Entre os novos investimentos destacados neste ano está a expansão da Denteck Climatização. Já a fábrica de calçados de segurança alemã Atlas, que adquiriu a antiga área da Paquetá, com um investimento de R$ 6,3 milhões, prevê iniciar a produção em Teutônia em agosto, com um movimento inédito para produzir calçados inteiramente no Rio Grande do Sul, a partir desta unidade. Com outras unidades em Bom Retiro do Sul e Lajeado, a Atlas atualmente produz somente compostos, enviados para finalização na Alemanha.
O município atraiu ainda um novo centro de distribuição de hortifrutis do Grupo Passarela e uma nova loja da Cooperativa Santa Clara. Somente entre esses empreendimentos, são 130 novas vagas de emprego.
"Somos uma referência na produção de leite e calçados. E agora temos o setor químico e negociações até mesmo com o setor metalmecânico. São mais oportunidades para uma comunidade que tem, por exemplo, o cooperativismo no nosso DNA. Agora, estamos buscando alternativas para, como poder público, também criarmos a oportunidades de qualificar profissionalmente a mão de obra para atender aos novos empreendimentos", destaca o Altmann.
Segundo o prefeito, hoje a indústria responde por 48% da arrecadação do município, com o setor primário responsável por outros 35%. Por isso, Altmann reforça que o critério básico para avançar em projetos de investimentos na localidade é o que as empresas apresentam como compromisso sustentável.
"Queremos o crescimento, mas não abrimos mão da qualidade de vida no nosso município. Quem vem, precisa vir com compromissos sociais e ambientais com a nossa comunidade. É nisso que estamos priorizando também ao elaborarmos um novo Plano Diretor, mais adequado a esse movimento", explica Altmann.
O plano de expansão traçado pelo município visa garantir expansão urbana no lado oeste da chamada Via Láctea (RS-128), com o projeto de uma nova avenida que faça a ligação entre os pontos desta região. Hoje, todo o desenvolvimento do município se dá no lado leste da rodovia que corta Teutônia.
De acordo com a prefeitura, a chegada de novos moradores, naturalmente, aquece a construção civil. São cinco novos loteamentos em fase de análise e licenciamento. O próprio governo municipal encaminhou ao governo federal um projeto de 50 moradias populares enquadradas no Programa Minha Casa, Minha Vida.
"É moradia e garantia de serviços a este aumento da população. Assumimos o município, por exemplo, com um déficit de 500 vagas em creches. Já conseguimos reduzir para 200 com investimento público. Investiremos neste ano também até R$ 15 milhões em projetos de pavimentação nas comunidades do interior", aponta o prefeito.
Em um prazo maior, Teutônia, juntamente com outros sete municípios vizinhos, encampa uma busca para a criação de uma UTI no Hospital Ouro Branco, para se tornar referência no atendimento a 65 mil habitantes.

Áreas atingidas pela cheia na faixa central do RS

* Foram inundados 4,9 mil quilômetros quadrados entre os Vales do Taquari, Rio Pardo e Jaguari, Jacuí Centro e Região Central do Estado, representando 30,4% de toda a área alagada em 2024.
* 138,8 mil pessoas foram diretamente atingidas pela cheia em toda a macrorregião representando 14,3% de toda a população atingida no Rio Grande do Sul.
* Vale do Taquari foi a região proporcionalmente mais atingida, com 14,5% do seu território, e também a região com mais pessoas atingidas, 73,2 mil moradores (20,3%).
* Vale do Taquari teve 9,9 mil empresas diretamente atingidas pela cheia, representando 23,6% de todos os CNPJs da região.
* Na Região Jacuí Centro, a inundação atingiu com maior força a produção rural, com 18,7% das áreas produtivas atingidas. Mas o maior volume de propriedades rurais prejudicadas foi no Vale do Taquari, com 2,4 mil estabelecimentos rurais (12,6% do total).

Principais projetos do Funrigs na macrorregião central

* R$ 150 milhões previstos para projetos habitacionais e construções de novas casas somente no Vale do Taquari.
* R$ 1,3 bilhão previsto para a concessão do Bloco 2 de rodovias estaduais, incluem a macrorregião.
Fonte: governo do Estado

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