No dia 13 de março, o Rio Grande do Sul amanheceu triste, cinza e com uma garoa que anunciava a partida de uma lutadora. Aos 35 anos, a companheira Márcia Santana, primeira secretária de Políticas para as Mulheres em nosso Estado, nos deixou. Uma amiga, exemplo de luta e dedicação pela igualdade de gênero e direitos das mulheres. Márcia parte justamente no mês de março, um mês simbólico e de lutas. O Rio Grande do Sul vê partir uma mulher que defendia Marias, Joanas, Marlis, Simones, que defendia uma vida justa e digna entre todos os seres humanos. Uma mulher apaixonada pelo tema, de personalidade forte, de capacidade, que deixou seu nome marcado na história. Uma batalhadora que implantou o Disque Lilás, que mobilizou lideranças e encarou as adversidades do tema de desigualdade de gênero.
Ela parte no mês em que a presidente Dilma reforça a luta pelo combate à violência doméstica, com o anúncio de instalação de centros de Atendimento Integral à Mulher, um em cada estado. Centros que reunirão serviços especializados que vão desde a prevenção de violência doméstica a iniciativas de apoio à mulher empreendedora, como capacitação profissional e microcrédito. Agora, cabe a nós a continuidade dessa luta. Cabe a nós buscarmos alternativas a essa realidade de violência que ainda atinge 43% dos lares brasileiros e deturpa o ambiente familiar, o ambiente de formação do ser humano. Cabe a nós buscarmos mudar esse histórico de dominação e poder que muitos homens ainda exercem sobre as mulheres, como vemos cotidianamente. São 30 anos de reflexões e lutas, mas os altos índices continuam praticamente os mesmos. Não podemos e nem vamos parar. Márcia parte e deixa o exemplo a seguirmos, deixa a energia que contagiou e nos contagia para lutarmos por uma sociedade mais justa, na qual homens e mulheres tenham igualdade de direitos.
Deputada estadual/PT