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Empresas & Negócios

- Publicada em 26 de Agosto de 2019 às 03:00

Modelo de academia mais enxuto é aposta da Engenharia do Corpo

Alexandre Zanella, sócio da Engenharia do Corpo

Alexandre Zanella, sócio da Engenharia do Corpo


/Thiago Silva/Divulgação/JC
Roberto Hunoff
Há mais de duas décadas envolvidos com academias e insatisfeitos com o formato das operações, em 2012, os irmãos Alexandre e Diego Zanella idealizaram e tornaram-se sócios da Engenharia do Corpo com o propósito de construir algo diferente e inovador. A crise de 2015 os forçou a ir mais longe: encontrar um modelo de academia de baixo custo, com serviços melhores do que oferecidos pelas tradicionais. Implantaram a modalidade low price, muito praticada nos Estados Unidos, que os levou, na sequência, ao desenvolvimento de algo considerado inédito no segmento de franquias no Brasil: um modelo híbrido, em que o franqueado participa apenas com o investimento.
Há mais de duas décadas envolvidos com academias e insatisfeitos com o formato das operações, em 2012, os irmãos Alexandre e Diego Zanella idealizaram e tornaram-se sócios da Engenharia do Corpo com o propósito de construir algo diferente e inovador. A crise de 2015 os forçou a ir mais longe: encontrar um modelo de academia de baixo custo, com serviços melhores do que oferecidos pelas tradicionais. Implantaram a modalidade low price, muito praticada nos Estados Unidos, que os levou, na sequência, ao desenvolvimento de algo considerado inédito no segmento de franquias no Brasil: um modelo híbrido, em que o franqueado participa apenas com o investimento.
A evolução pode ser medida em índices absurdos de crescimento num período de sete anos, em que a economia, praticamente, só andou para trás. Os sócios começaram com 100 alunos e uma unidade. A rede atual tem três operações, virão mais duas neste ano e o projeto é de outras seis em 2020. Já são 13 mil usuários e 200 interessados, de todo o Brasil, em tornarem-se parceiros. O grupo tem 125 funcionários, dos quais 75 na franqueadora. Para o próximo ano, a intenção é agregar mais 200.
Empresas & Negócios - Como surgiu a Engenharia do Corpo?
Alexandre Zanella - Começamos a trabalhar em academias convencionais ainda em 1997, em Caxias do Sul. Com tempo, passamos a entender que aquele modelo já não correspondia mais às expectativas dos frequentadores. Em 2012, desenvolvemos um sistema personalizado, diferente e bom para a época, chamado Premium. Abrimos a academia com 100 alunos. Tudo ia bem até a crise de 2015, quando precisamos nos remodelar. Apostamos no low price, modalidade muito em uso nos Estados Unidos e já difundido no Brasil. Em 2015, adotamos este modelo, que qualifica o atendimento e permite agregar um ticket capaz de atender públicos de diferentes classes.
Empresas & Negócios - O que mudou nestes quatro anos de novo modelo?
Zanella - Este projeto, que começou em setembro de 2015 com 1,5 mil alunos, passou por ajustes ao longo destes anos, sempre buscando melhorar e ajustar às demandas do mercado. Na unidade matriz, que deu origem ao empreendimento, já temos 6 mil frequentadores.
Empresas & Negócios - Como está se dando o processo de expansão?
Zanella - Ao longo de todo o ano passado, fizemos treinamentos de seis horas semanais visando à transformação do negócio para franquias. Neste modelo, replicamos o conhecimento que temos na matriz e todas as operações precisam ter a mesma estrutura básica. Neste ano, abrimos duas unidades da cidade, que somam 7 mil alunos. Para o final de setembro temos agendada a inauguração de mais uma, com previsão inicial de 3 mil alunos. E temos programada ainda para este ano a abertura de uma franquia em Farroupilha, com 2 mil alunos. Na sequência, deveremos abrir em Bento Gonçalves ou Passo Fundo.
Empresas & Negócios - O sistema de franquias é o tradicional?
Zanella - Desenvolvemos um modelo híbrido. Tradicionalmente, o investidor precisa arcar com todos os valores e, ao mesmo tempo, tem o receio por desconhecer o ramo em que vai atuar. Nós entramos como parceiros do negócio, com toda a parte administrativa e operacional. Desenvolvemos subgerente em cada operação e o investidor não precisa se deslocar até a unidade, apenas entra com o valor. De março a julho deste ano recebemos 200 manifestações de interessados de todo o Brasil em aderir ao sistema. Seguimos uma cartilha para identificar o potencial do investidor e do ponto onde a unidade será localizada.
Empresas & Negócios - Com base nesta procura, há um plano definido de expansão da marca?
Zanella - Já temos negociadas 12 unidades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. E outra, em estágio bem avançado, no Nordeste. Aprendemos com o professor Gilmar Giani que o crescimento deve ser na forma espiral, ou seja, em cidades acima de 80 mil habitantes. Assim, além da Serra, estamos avaliando municípios como Santa Cruz, Santa Maria e Bagé, e outros com mesmo perfil em Santa Catarina.
Empresas & Negócios - Qual é o custo para o investidor?
Zanella - Com este sistema conseguimos chancelar empresas parceiras. Para montar uma academia, o custo só em equipamentos é, no mínimo, de R$ 1,5 milhão. Com o modelo que temos, os parceiros financiam em até 36 meses. O franqueado, desta forma, pode iniciar o negócio com investimento de R$ 200 mil a R$ 300 mil.
Empresas & Negócios - Já é possível avaliar o resultado deste modelo?
Zanella - Até hoje não tivemos nenhum investidor que seja da área, são de outras atividades, Ninguém toca a operação, só investe, é diversificação de investimentos. Na primeira franquia, no terceiro mês após a inauguração atingimos o payback e seis meses depois o aporte já retornou. Na segunda franquia, com um mês de operação, o franqueado apurou valores para investir em outra, que vamos inaugurar em setembro.
Empresas & Negócios - Este formato existe no mercado?
Zanella - Desconheço que haja algo parecido. Fizemos pesquisa na entidade nacional de franchising e não encontramos nada. No modelo convencional teríamos raros investidores com capacidade para investir perto de R$ 2 milhões. Neste que desenvolvemos temos 200 interessados com capital em avaliação.
Empresas & Negócios - Quais são os filtros são usados para escolher o investidor?
Zanella - Temos uma plataforma que analisa o interessado de forma integral. O que já faz como empreendedor, o que busca com o negócio, onde pretende localizar a unidade. Montamos um perfil para ver se aquela pessoa se enquadra na nossa visão. A plataforma também consegue identificar riscos da operação.
Empresas & Negócios - Qual é a principal ferramenta para atrair alunos?
Zanella - Investimos pesado em marketing, mas apostamos muito na satisfação deles. Por isso, o que vendemos, entregamos, com atendimento diferenciado, constante atualização de equipamentos e espaços adequados. O cliente é exigente, sabe diferenciar os serviços prestados e confrontar com o que é oferecido. Só em Caxias temos 300 academias registradas. Não tem mais espaço para o professor que trabalha só de regatas, suado, sentado no balcão e sem se preocupar com o aluno. Não tem mais espaço para negócios com equipamentos ultrapassados.
Empresas & Negócios - Este modelo pode vir a ser copiado por concorrentes?
Zanella - Pode, mas se for adotado no desespero não vai dar certo. Foi um período longo de planejamento até chegarmos ao que consideramos ideal, mas que continua a exigir aperfeiçoamentos. Não consigo montar um modelo low price para 2 mil pessoas tendo um aparelho para exercícios. Vai lotar, as pessoas terão de esperar e isto vai levar ao cancelamento. Na matriz, atendemos 350 por hora, sem que ninguém precise ficar esperando.
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