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Reportagem

- Publicada em 04 de Setembro de 2023 às 17:51

Obras em rodovias concedidas avançam no Rio Grande do Sul

Sacyr, empresa controladora da Concessionária Rota de Santa Maria, assumiu a RSC-287 em 2021

Sacyr, empresa controladora da Concessionária Rota de Santa Maria, assumiu a RSC-287 em 2021


/sacyr/Divulgação/JC
Patrícia Lima, especial para o JC*
Patrícia Lima, especial para o JC*
A tarde do último dia 17 de agosto marcou mais uma etapa da longa e nem sempre tranquila relação dos gaúchos com as concessões de rodovias à iniciativa privada. Neste dia, especificamente, o tom era de celebração. O governador Eduardo Leite assinou o decreto que regulamenta a implantação do Free Flow nas estradas do Rio Grande do Sul, que serão as primeiras vias estaduais do País a contar com o sistema, que suprime as praças físicas de pedágio, facilitando a vida dos motoristas.
A previsão da concessionária que administra o bloco de rodovias da Serra prevê a instalação do primeiro pórtico em setembro, com a cobrança automática começando em dezembro deste ano na ERS-122, em Flores da Cunha. A inovação que agiliza a vida de quem atravessa as estradas ainda vem junto com a possibilidade de calcular uma tarifa proporcional ao uso da rodovia.
O tom do anúncio feito pelo governador era claramente festivo, clima que nem sempre acompanhou o processo de concessão das estradas gaúchas. Em 1995 o então presidente Fernando Henrique Cardoso deu início ao programa nacional de concessões rodoviárias - um ano depois ocorreu a adesão do Rio Grande do Sul à iniciativa, sob a gestão de Antônio Britto. Cercadas de polêmicas e protestos, as primeiras estradas gaúchas ganharam suas primeiras praças de pedágio.
Mais de duas décadas depois, uma nova etapa nessa longa relação entre os gaúchos e suas estradas teve início. Ao comunicar a extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), estatal criada para administrar a manutenção de estradas e para mediar as questões regulatórias, o governador Eduardo Leite apresentou, em 2021, um programa para a concessão de mais de 1,1 mil quilômetros de estradas no Estado, com previsão de mais de R$ 10 bilhões em investimentos, sendo R$ 3,9 bilhões nos cinco anos seguintes.
O programa de concessões está em curso, com três blocos de rodovias já concedidas - um deles é composto por rodovias federais que estavam sob o cuidado do Estado. Estrada boa, no entanto, custa caro. E no modelo atual de concessão, a conta é paga por quem usufrui do percurso.
Na opinião de um dos diretores da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Fábio Rodrigues, a concessão das estradas para a iniciativa privada é positiva, já que possibilita obras e melhorias com as quais os governos não têm condições de arcar, financeiramente falando. Ele ressalta, porém, que a regulação dos contratos precisa ser acompanhada de perto e ter termos claros, para que a cobrança não impacte de forma demasiada no custo do Estado, minando a competitividade do produto local. "Ninguém é contra estrada boa, desde que os contratos sejam factíveis e atendam às necessidades dos usuários. Os pedágios não podem ser caros demais, pois isso pode causar um impacto no custo logístico", salienta.
Para Rodrigues, apesar de positivo, o programa de concessões do governo gaúcho ainda não resolve um dos principais gargalos logísticos do agronegócio, que são as estradas vicinais, que servem as propriedades e ligam o campo às rodovias, cuja gestão e manutenção está sob responsabilidade dos municípios. Sem recursos para investir na melhoria, as prefeituras se valem, muitas vezes, dos mutirões de produtores rurais para fazer manutenção nas vias. "Precisamos ter estradas com boas condições a partir da porteira da fazenda. Isso é fundamental para o crescimento do setor", afirma.
Além de tarifas que contribuam para a competitividade do produto gaúcho, os projetos de concessão precisam prever o atendimento adequado aos profissionais que utilizam as estradas para o transporte de cargas. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Sérgio Mário Gabardo, os desafios para os modelos de gestão pela iniciativa privada precisam incluir segurança e atendimento para motoristas - com especial destaque para os transportadores de carga.
"A abordagem precisa ser mais abrangente, cuidando tanto da infraestrutura quanto do conforto dos profissionais. Precisamos criar um ambiente em que as preocupações dos motoristas sejam igualmente atendidas, proporcionando assim um sistema viário verdadeiramente eficiente e sustentável", pontua Gabardo.
 

Programa de investimentos bilionários começa com reparos na Serra e no Vale do Caí

Tapar buracos e melhorar as condições de tráfego em um dos conjuntos rodoviários mais importantes e movimentados do Estado - as regiões da Serra e do Vale do Caí. Esse foi o desafio assumido no primeiro ano de atuação da Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), denominação adotada pelo Consórcio Integrasul, que venceu o leilão do Bloco 3 de rodovias estaduais concedidas pelo governo Eduardo Leite ainda em 2022.
São 271,5 quilômetros de estradas cujo estado de conservação precário exigia atenção e até uma dose de sorte dos motoristas. Nos primeiros seis meses de atuação, foram investidos R$ 80 milhões nos reparos, segundo a concessionária - ao final do primeiro ano terão sido cerca de R$ 250 milhões aplicados. Esse montante é só o começo: são esperados investimentos de R$ 3,4 bilhões ao longo dos próximos sete anos para a execução de 120 quilômetros de duplicação, com obras em todas as intersecções e acessos.
O projeto de concessão também prevê a construção de 10 quilômetros de ciclovias entre Farroupilha e Caxias do Sul. Durante as audiências públicas realizadas para a fixação dos termos do leilão, os representantes das comunidades locais sugeriram que fosse executada a pavimentação de 30 quilômetros de vias marginais, melhorando o acesso às localidades. O número de passarelas também deve saltar de 12 para 45. Por enquanto, o trabalho tem se concentrado em serviços de melhoria e manutenção, como recuperação de pavimentos, reforma de pontes e viadutos, sinalização, iluminação, poda de árvores e roçada das laterais e canteiros e limpeza das estruturas de drenagem.
De acordo com informações da concessionária, todos os serviços previstos para os primeiros seis meses de trabalho já foram realizados. As equipes de roçada e tapa-buracos estão atuando nas rodovias concedidas desde os primeiros dias de fevereiro, trabalho que deve seguir até o final do ano. Essa fase também inclui tarefas contínuas e permanentes como os serviços de manejo adequado de vegetação, desobstrução de bueiros, recuperação de taludes críticos, limpeza e substituição de placas e tapa-buracos.
"De mais relevante, podemos citar as quatro Bases de Serviços Operacionais (BSOs), localizadas em Bom Princípio, Farroupilha, Flores da Cunha e Ipê, que contam com área exclusiva para os clientes, locais para descanso, banheiros, fraldário, wi-fi e totem interativo para serviços e informações prestadas pela CSG. Iniciamos também a recuperação do pavimento de todos os 271 quilômetros de concessão, começando no município de Antônio Prado em direção à Ipê (dos quais 40 quilômetros já foram executados) e com previsão de entrega dos demais trechos até janeiro de 2024", afirma o relatório enviado pela CSG ao Jornal do Comércio.
A concessionária ainda destaca outros serviços já implantados, como socorro mecânico por meio de guinchos, atendimento médico de emergências com ambulâncias, resgate de animais na rodovia, prevenção de incêndios com a utilização de caminhões-pipa e cuidados ambientais com a faixa de domínio. Ainda de acordo com a CSG, cerca de 30 equipes atuam permanentemente nos serviços de melhoria, manutenção e operação.
 

Inovação para pagar a conta

Equipamentos do sistema free-flow fazem identificação veicular e liberam a passagem sem cancela

Equipamentos do sistema free-flow fazem identificação veicular e liberam a passagem sem cancela


/LUIZA PRADO/arquivo/JC
Todo esse investimento terá seu preço já a partir de 2024: estão previstos no contrato de concessão a instalação de seis praças de pedágio nas cidades de Flores da Cunha, São Sebastião do Caí, Ipê, Farroupilha, Capela de Santana e Carlos Barbosa. Hoje, já ocorre a cobrança de pedágio nos trechos de Portão e Flores da Cunha. Os atuais pontos de cobrança mudarão de lugar e ganharão a companhia de outros quatro, a serem instalados.
Apesar de ainda não tornar a conta mais barata para o motorista, a tecnologia promete deixar o mecanismo de pagamento mais simples e rápido com a implantação do sistema free flow - mecanismo anunciado pela CSG em conjunto com o governo do Estado em agosto.
O free flow é um sistema de passagem livre que substitui as tradicionais cancelas por pórticos com câmeras que registram a passagem dos veículos e enviam a cobrança posteriormente aos motoristas.
Comum em outros países, foi regulamentado no Brasil no ano passado e vem, aos poucos, ganhando algumas iniciativas. Além de enviar a cobrança automaticamente e de identificar os tipos de veículos que cruzam o pórtico, o free flow também mantém o fluxo de trânsito livre.
O primeiro pórtico deve começar a ser instalado já em setembro em Flores da Cunha, com a cobrança prevista para iniciar em dezembro - a praça de pedágio da cidade será desativada.
Os outros cinco pontos de cobrança devem ser implantados em janeiro, quando completa um ano de concessão do bloco de estradas. O contrato prevê o início da cobrança condicionado ao cumprimento das exigências contratuais por parte da concessionária.

Melhorias passam por acordo com comunidades de Santa Maria e Tabaí

Logística 20 anos - RSC287

Logística 20 anos - RSC287


/Divulgação/JC
Uma polêmica ocupou a agenda dos envolvidos com as obras de duplicação RSC-287, entre os municípios de Santa Maria e Tabaí no final de junho deste ano. Agricultores que vivem às margens da rodovia em variados pontos protestaram exigindo a suspensão das notificações de regularização de acessos às propriedades, a anulação das notificações expedidas até àquele momento, acesso ao projeto final de duplicação e posicionamento sobre as propostas de alterações feitas por prefeituras, sindicatos de trabalhadores rurais e políticos em 2022.
Pediram ainda uma audiência com o governador Eduardo Leite para expressar seu descontentamento. Apesar de desejada há muito tempo por moradores das cidades e por motoristas, a obra não é unanimidade. Os produtores reclamavam de dificuldades para acessar as propriedades que dependiam de travessia da rodovia. Os bloqueios provocados pelas obras causam problemas na rotina do trabalho rural.
Esse é um dos desafios enfrentados pela Sacyr, empresa controladora da Concessionária Rota de Santa Maria, que assumiu em 30 de agosto de 2021. O trecho sob responsabilidade da empresa compreende a rodovia RSC-287, no trecho entre Tabaí (quilômetro 28,03, no entroncamento com a BR-386) e Santa Maria (na altura do quilômetro 232,54, no entroncamento com a ERS-509).
No total, são 204,51 quilômetros de estrada entregues para a administração da concessionária. "A Rota de Santa Maria possui uma equipe multidisciplinar de gestão social, responsável pelas interações diárias com os moradores lindeiros à rodovia, líderes comunitários e autoridades municipais ao longo dos 13 municípios interceptados pela concessão. Somos a primeira concessionária estadual a contar com o Plano de Gestão Social, no qual se detalha todas as etapas deste processo ao longo dos 30 anos de contrato", ressalta o diretor-geral da Concessionária Rota de Santa Maria, Leandro Conterato.
Em meio à solução e à conciliação de problemas como o desentendimento com os produtores rurais, a empresa entra no terceiro ano prometendo iniciar a etapa mais decisiva - e aguardada - de todo o processo: a duplicação. No final do mês de agosto, período que marca o começo do ano 3, também trará a data para ver a obra efetivamente começar. A Sacyr prevê a largada nos trabalhos entre os meses de setembro e outubro de 2023, a depender do avanço de dois marcos que considera importantes: a obtenção da licença ambiental (Licença de Instalação) junto à Fepam e aprovação dos projetos de engenharia e emissão de autorização para início das obras pelo Poder Concedente.
Além da duplicação da rodovia nas travessias urbanas de Tabaí e Santa Maria, o contrato de concessão para o terceiro ano contempla a construção de vias marginais em Tabaí e Santa Cruz do Sul. Prevê também uma série de outras melhorias como terceiras faixas, passarelas, dispositivos de retornos e rotatórias, trevos e acessos. Duas balanças de fiscalização de peso para caminhões devem ser instaladas e começar a operar neste terceiro ano de concessão.
Segundo informações da empresa, nos 30 anos de concessão estão previstos investimentos de cerca de R$ 3,5 bilhões na rodovia, contemplando os investimentos diretos no sistema rodoviário. Desse total, quase R$ 2 bilhões são diretamente vinculados às obras de duplicação e melhorias. "Além disso, estão previstos aproximadamente mais R$ 2 bilhões em custos e despesas, operacionais e administrativos, ao longo dos 30 anos de operação", destaca Conterato.

Manutenções e planos de monitoramento implantados

Mesmo sem a presença confirmada de comunidades indígenas e quilombolas na área diretamente afetada pelas obras para a rodovia, a concessionária já tem um plano para a gestão de um contratempo com grande potencial de, ao mesmo tempo encantar a comunidade e atrasar as obras: as descobertas arqueológicas e paleontológicas frequentemente registradas por pesquisadores na região. "Temos um plano específico de monitoramento, abrangendo treinamento de conscientização aos colaboradores diretos e indiretos", assegura o diretor geral.
Enquanto dinossauros não cruzam o caminho da estrada, as obras avançam. O segundo ano de concessão, concluído no final de agosto, contabiliza etapas vencidas. Uma delas foi a conclusão da fase de trabalhos iniciais executada ao longo dos 12 primeiros meses, em que foram implementadas melhorias em toda a extensão da rodovia, com foco em segurança e conforto dos motoristas - o que inclui o Sistema de Atendimento ao Usuário, com fornecimento gratuito de serviços como atendimento médico e mecânico 24 horas por dia.
A partir do segundo começou a etapa de recuperação da rodovia, que ainda está em curso e que prevê a renovação completa do pavimento da rodovia, até o quinto ano da concessão. Cerca de 50km de faixas de tráfego já foram melhoradas. A sinalização viária foi 100% revitalizada, junto com 25 quilômetros de defensas de proteção. Cerca de 80% do sistema de drenagem da rodovia também foi alvo de reparos.
Hoje, as obras mais representativas em andamento consistem em intervenções da fase de recuperação do pavimento. Conforme exige o Contrato de Concessão, a etapa de recuperação estrutural do pavimento acontecerá entre o 2º e o 5º ano da concessão, de maneira gradual. Esse prazo é necessário por limitações técnicas e operacionais, tendo em vista que as obras são executadas gradualmente, com desvios de tráfego em meia pista, no esquema conhecido como "pare e siga", com o cuidado constante para minimização do impacto aos usuários da rodovia.
Durante o primeiro ano de concessão, conforme o contrato, foram construídas três novas praças de pedágio, localizadas em Taquari, Paraíso do Sul e Santa Maria, além das duas praças preexistentes, em Venâncio Aires e Candelária. As cinco praças estão localizadas em Taquari (Km 47), Venâncio Aires (Km 86), Candelária (Km 131), Paraíso do Sul (Km 168) e Santa Maria (Km 220).
 

Região da Produção se beneficia de melhorias para escoamento do tráfego

A Sacyr, empresa controladora da Concessionária Rota de Santa Maria, assumiu o trecho em 2021

A Sacyr, empresa controladora da Concessionária Rota de Santa Maria, assumiu o trecho em 2021


/sacyr/divulgação/JC
A tarde do último dia 17 de agosto foi marcada por uma notícia há muito aguardada pelos moradores do Vale do Taquari. A concessionária CCR Via Sul autorizou o início da construção de um viaduto no quilômetro 345 da BR-386, em Estrela. A largada na obra é um capítulo adicional da mais antiga concessão dessa nova fase de parcerias firmadas pelo governo do Estado, assinada em 2019 e que já completou quatro anos de operação.
O local em que será erguida a estrutura dá acesso à Rota do Sol (RS-453) e ao Distrito Industrial da cidade, onde o trânsito deve fluir com mais agilidade, facilitando o escoamento de cargas e a passagem de cerca de 20 mil veículos por dia. Orçado em R$ 27 milhões, o viaduto estava previsto no contrato de concessão da rodovia e o início de sua execução deveria ocorrer obrigatoriamente em 2023 – com um ano de prazo para a conclusão.
A obra na saída de Estrela é parte de um conjunto de investimentos que já ultrapassou R$ 1,4 bilhão, recurso aplicado pela empresa desde a assinatura do contrato, no final de 2018, e que deve se estender por 30 anos. De acordo com informações da concessionária, serão R$ 750 milhões somente em 2023, recursos que devem ser destinados às melhorias e obras nas rodovias federais BR-386, BR-448, BR-101 e BR-290 – Freeway, o que totaliza mais de 470 quilômetros de rodovias federais.
A projeção é que sejam investidos R$ 7,8 bilhões em obras e melhorias nas estradas e outros R$ 5,6 bilhões na operação. A empresa vencedora do 1º bloco das concessões é a CCR Via Sul – uma das maiores empresas de concessões de infraestrutura de transportes do Brasil, responsável por algumas das principais estradas do Sudeste do país. Os principais investimentos desse pacote estão sendo concretizados na BR-386, também chamada de Rodovia da Produção pela característica das cargas que cruzam seu percurso.
Atualmente, cerca de 90% das obras de duplicação entre Lajeado e Marques de Souza – o que totaliza 15 quilômetros, estão concluídas. As informações enviadas pela empresa a pedido do Jornal do Comércio também asseguram que estão prontas seis novas pontes e duas passarelas, com outras duas estruturas ainda em execução.
Para realizar esse conjunto de obras, já foram realizadas 165 detonações de rochas com mais de 300 mil metros cúbicos de volume, o equivalente a 34 mil viagens de caminhão. No trecho foram investidos cerca de R$ 300 milhões, com o emprego direto de mão de obra de 600 trabalhadores, que operaram 110 tipos de máquinas. Fazem parte do contrato a construção de 13 quilômetros de vias marginais, dois retornos em nível, seis adequações de acesso, duas passagens inferiores e duas superiores, segundo informações enviadas pela CCR Via Sul.
Em alguns dos trechos em que não há duplicação, as faixas adicionais representam mais fluidez para o tráfego e, principalmente, mais segurança para os motoristas. Está prevista no contrato a construção de 10,2 quilômetros dessas faixas – 65% já concluídos.
Ainda para incrementar a segurança, devem ser implementados novos dispositivos, como 50 quilômetros de defensa metálica, nove quilômetros de barreiras e 170 terminais atenuadores de impacto. Iluminação das passarelas de pedestres, dos pontos de ônibus e das vias marginais também está no horizonte de melhorias a serem executadas.

Outros trechos do eixo ganham melhorias e pedágios pagam a conta

 duplicação da BR-386

duplicação da BR-386


/FABIANO PANIZZI/DIVULGAÇÃO/JC
Anseio dos moradores e de quem precisa transitar nos 22 municípios, a duplicação da BR-386 entre Carazinho e Lajeado já foi anunciada pela concessionária. De acordo com os termos fixados no contrato para esta rodovia, ao todo serão duplicados 225,2 quilômetros no trecho entre Canoas e Carazinho, com a construção de 10,2 quilômetros de faixas adicionais e 75,5 quilômetros de novas vias marginais. O contrato de concessão prevê ainda 52 novos acessos, 28 interconexões, 27 retornos em nível, 18 passarelas em pontos em que ainda não existem essas estruturas, quatro passagens inferiores e 58,3 quilômetros de nova iluminação.
Executar todas as obras de manutenção e seguir um cronograma de novos investimentos requer o que os governos federal, responsável pelas rodovias desse bloco, e estadual, não têm disponível. Dinheiro, e muito. Para arrecadar os recursos necessários, a fórmula passa pelos pedágios, como em todas as demais concessões. A CCR Via Sul venceu a concorrência assegurando aplicar os menores valores de tarifas - reajustáveis anualmente pelo IPCA. O último reajuste ocorreu em abril de 2023 nas sete praças operadas pela empresa. Na BR-386, são quatro praças localizadas em Montenegro, Paverama, Fontoura Xavier e Victor Graeff. Na BR-290 (Freeway), ha pontos de cobrança em Santo Antônio da Patrulha e Gravataí. Já na BR-101, a praça fica localizada em Três Cachoeiras.

Serviço de Informação ao Cliente (SIC)

O Serviço de Informação ao Cliente (SIC) é um veículo totalmente adaptado com recursos audiovisuais com informações relacionadas às ações da CCR ViaSul nas rodovias. À disposição de toda comunidade lindeira, o SIC é conduzido por um engenheiro da concessionária que possui uma maquete eletrônica com a visualização de como ficará o trecho após a conclusão dos trabalhos,cronograma de obras, locais de intervenção da rodovia como passarelas e viadutos.

* Patrícia Lima é jornalista natural de Rio Grande, formada na Universidade Católica de Pelotas, especialista em Estudos de Jornalismo pela UFSC e mestre em Literatura pela Ufrgs. Lançou, com Luís Augusto Fischer, o livro Inquéritos em contraste: crônicas urbanas de Simões Lopes Neto (Edigal, 2016).