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Política

Governo do Estado

- Publicada em 20 de Março de 2023 às 18:44

"Sem concessão, pode não haver investimento", diz Leite sobre ERS-118

Governador Eduardo Leite afirmou que custos de não conceder a ERS-118 são maiores que qualquer pedagiamento

Governador Eduardo Leite afirmou que custos de não conceder a ERS-118 são maiores que qualquer pedagiamento


LUIZA PRADO/JC
Após críticas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), levantou a possibilidade de retirar a rodovia ERS-118 do Bloco 1 de rodovias a serem concedidas no Estado.
Após críticas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), levantou a possibilidade de retirar a rodovia ERS-118 do Bloco 1 de rodovias a serem concedidas no Estado.
O tema é alvo de polêmica desde que o governo do Estado reabriu os estudos de concessão do Bloco 1 com a possibilidade de cobranças nas estradas incluídas, entre elas, a ERS-118. Se não através de praças de pedágio, existe a possibilidade de cobrança através do sistema Free Flow, que contabilizaria a quilometragem percorrida por cada veículo. Durante a campanha eleitoral de 2022, Leite assinou compromisso de não pedagiamento da ERS-118.
"Vou insistir: não haverá praças de pedágio na 118. O governo abre novamente os estudos sobre o Bloco 1, que não é a 118. É de uma série de rodovias, dentre as quais a 118, e vai identificar as formas de poder sustentar economicamente os investimentos - que são robustos naquele bloco de rodovias - sem ter praças de pedágios na 118. O Free Flow é uma alternativa", disse.
"Os estudos podem inclusive chegar à conclusão, ouvindo a população, de que não se faça concessão alguma. Em consequência, também não se tem investimento nenhum no volume que se é necessário nessas rodovias. (...) Existem todas as possibilidades, inclusive de não se fazer concessão nehuma. Acho um erro para um estado que tem carência de infraestrutura, que precisa melhorar a qualidade de suas rodovias e que não consegue fazer com capacidade própria", continuou Leite.
A concessão da ERS-118, dentro do conjunto de rodovias definidas como Bloco 1, tem sido talvez o principal ponto de desgaste do governo neste início de segundo mandato de Leite. As críticas ocorrem justamente pelo então candidato ao Palácio Piratini ter assinado uma declaração de compromisso de não pedagiamento da rodovia a pouco mais de 10 dias do segundo turno das eleições.
A declaração foi redigida pelo movimento RS-118 Sem Pedágio, que argumenta que cobranças na rodovia afetariam a economia de cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre como Alvorada e Viamão, duas das cidades mais empobrecidas do estado, que têm respectivamente o pior e o oitavo pior Pib per capita do Estado.
"O impacto social seria extremamente negativo, com a criação do maior bolsão de pobreza e criminalidade do RS, aumento do desemprego e redução da empregabilidade" dessas cidades, segundo o texto da carta confeccionada pelo movimento e assinada pelo governador.
Para Leite, retirar a ERS-118 do bloco a ser concedido gera um custo maior do que o valor a ser cobrado para custear os investimentos nas rodovias. "O preço que vai se pagar é muito maior do que qualquer pedagiamento, que é o de não ter investimento nas rodovias. Custa vidas, custa aumento de logística, afetando nossa produção, por falta de qualidade e segurança mínima nas nossas rodovias", disse o governador.
As declarações foram feitas em entrevista coletiva concedida após reunião-almoço promovida pelo Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-RS). A palestra abriu o calendário de reuniões-almoço da entidade, que tradicionalmente convida o governador para a primeira de suas reuniões abertas.
"Exatamente para ele nos dar um panorama do que vem pela frente, como está a situação do Estado e podermos traçar um pouco dos nossos cenários", disse o presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum.