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Minuto Varejo

Minuto Varejo

- Publicada em 18 de Abril de 2023 às 01:05

Cade aprova venda de loja do Carrefour em Viamão para grupo Pereira, dono do Fort

Loja que foi do antigo atacarejo do gripo BIG fica às margens da RS-040 em Viamão

Loja que foi do antigo atacarejo do gripo BIG fica às margens da RS-040 em Viamão


RAMIRO SANCHEZ/ESPECIAL/JC
Negócio liberado. O Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) aprovou sem restrições a compra da loja que foi Maxxi Atacado, ex-BIG e hoje Carrefour, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), pela maior supermercadista de Santa Catarina, o grupo Pereira, dono da bandeira de atacarejo Fort Atacadista. O ponto, ao lado da Havan e às margens da RS-040, vai virar Fort.
Negócio liberado. O Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) aprovou sem restrições a compra da loja que foi Maxxi Atacado, ex-BIG e hoje Carrefour, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), pela maior supermercadista de Santa Catarina, o grupo Pereira, dono da bandeira de atacarejo Fort Atacadista. O ponto, ao lado da Havan e às margens da RS-040, vai virar Fort.
A loja entrou no pacote de entrada do grupo no Rio Grande do Sul, que prevê seis unidades, entre elas a de Viamão, até 2024 e mais quatro na sequência, somando 10, dentro de plano de aceleração da implantação, segundo revelou o diretor comercial da varejista, Lucas Pereira, à coluna. As seis unidades mais o centro de distribuição (CD) em São Leopoldo envolvem aporte de R$ 300 milhões. 
Pereira projetou que, após o sinal verde do Cade, o grupo daria início a ações para a reforma do prédio e deixar dentro do modelo dos atacarejos da marca. "Leva 90 a 120 dias para ficar pronto", estimou o diretor. Com isso, a loja deve abrir entre agosto e setembro. 
A coluna Minuto Varejo noticiou, em 10 de abril, que a negociação havia sido submetida ao órgão regulador da concorrência. O despacho com a decisão saiu nessa segunda-feira (17) no Diário Oficial da União (DOU). Como o Pereira não tem unidade na região e abre a primeira loja em Canoas, em 3 de maio, foi descartada "sobreposição horizontal ou integração vertical" na aquisição, disse o Cade.  
O ex-Maxxi chegou a ser vendido à rede gaúcha Asun, em agosto de 2022, junto com mais três pontos. Como o dono do imóvel não liberou o prédio para o Asun, o acordo sobre a unidade foi desfeito. A reviravolta foi em fevereiro. 
O impasse foi gerado pelo dono do imóvel, a Allem Participações, que não liberou o prédio para a operação da rede gaúcha. Na região, estão outros estabelecimentos, como Atacadão e BIG. Na área, estão ainda a Havan e Cassol Centerlar. O prédio do Maxxi Atacado tem mais de 15 anos e foi erguido pela Allem para a operação que era, na época, do Walmart.  
O diretor do grupo Pereira garante que as conversas com o Carrefour e a dona do imóvel tiveram início após o ponto voltar ao mercado e que, atém então, a localização não estava no foco imediato da rede. 
"Não estava nos nossos planos. Tínhamos a notícia de que a loja tinha sido negociada e depois houve o movimento de volta ao portfólio de venda. Fomos procurados e conseguimos acertar o negócio. Foi uma dessas oportunidades que podem surgir e, por ser um bom ponto, não podíamos deixar passar", explicou o executivo.   
Diferentemente do relato do Asun, de que não obteve retorno da Allem sobre a mudança de ocupante do ponto, o Pereira se reuniu com a proprietária, além do Carrefour. O contrato de locação teve aumento no valor, informou o diretor.    

Asun comprou quatro pontos do Carrefour, mas abriu três 

O negócio entre Asun, quinta maior rede do Estado, e Carrefour, o maior nos anos recentes do setor no Rio Grande do Sul, envolveu quatro unidades do ex-BIG que o grupo francês teve de se desfazer por ordem do Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) para evitar concentração de mercado.
Foram três lojas do Maxxi Atacado e uma da bandeira Nacional, com valores que não foram revelados, mas com impacto na receita da bandeira gaúcha, estimado em R$ 250 milhões por ano, informou o presidente do Asun, Antonio Ortiz Romacho.
Três pontos reabriram em dezembro. Dois Maxxi viraram Leve Mais, novo atacarejo da rede, em Gravataí e Santa Maria, e o Nacional passou a ser Asun Supermercados, também em Gravataí. 
“Apostamos quatro fichas e a número 1 não conseguimos”, lamenta Valdecir Pressi, diretor financeiro do Asun. A loja de Viamão responderia por até 45% do faturamento esperado com a compra.  
“Dependia do Carrefour entregar resolvido”, alega o diretor.
O Asun poderia ter mantido a compra, mas assumiria o risco de buscar um acerto com a Allem, que até fevereiro não deu chance para a rede gaúcha se instalar no imóvel.
A coluna vinha acompanhando a situação. Havia uma grande incompreensão sobre a atitude do proprietário. Nos demais imóveis que hoje estão operando com bandeiras do Asun, as negociações foram tranquilas e com rapidez para a virada de chave das unidades. 
Lucas Pereira, do grupo dono do Fort, garantiu, em entrevista á coluna, que a marca só passou a conversar com o Carrefour e o dono do prédio e terreno, após a rede gaúcha acabar saindo do negócio.   

Cronologia do negócio entre Carrefour e Asun Supermercados:

2022
  • Agosto: Asun compra de 3 lojas Maxxi Atacado e um Nacional do Carrefour, com aval do Cade.
  • Dezembro: três lojas são abertas - Leve Mais e Asun, em Gravataí -, e Leve Mais, em Santa Maria.
2023
  • Fevereiro: Asun comunica ao Carrefour que desiste do Maxxi de Viamão, após 180 dias.
  • Abril: Carrefour diz que vendeu ponto a outro grupo varejista. Cade publica edital em 10/4 com o pedido de análise feito pelo grupo francês, em nome da subsidiária WMS Supermercados (originalmente a empresa que detinha a operação da rede do Walmart no Brasil), para a compra da unidade de Viamão pelo grupo Pereira. Conselho aprova em 14 de abril a compra. Decisão é oficializada no DOU em 17 de abril.