As eleições de 2024 trazem um novo plano de fundo para quem assumir as gestões municipais no Rio Grande do Sul, quando comparado com as eleições anteriores. Dos 497 municípios gaúchos, 478 foram atingidos pelas enchentes de maio e junho. Porto Alegre enfrenta um cenário ainda mais grave do que em 1941, quando o nível do Guaíba chegou a 4,76 metros. O Jornal do Comércio elencou 5 pontos nevrálgicos para a próxima gestão da capital gaúcha e que precisarão de especial atenção de quem for eleito.
1 - Manutenção do sistema de proteção contra cheias
Não é de hoje que os porto-alegrenses temem a inundação da cidade pelo Guaíba. O Sistema de Proteção contra Inundações é composto por aproximadamente 60 km, desde a avenida Assis Brasil com a Free-Way (norte) até o Morro da Assunção (sul), com diques externos e internos, além de 14 comportas e 23 casas de bomba - que possibilitam a drenagem da água acumulada em pontos da cidade. Conforme especialistas, “não precisaríamos ter 10% da inundação que tivemos” se o sistema contasse com manutenções. O acesso à água potável continua limitado nos pontos mais altos da cidade, que chegou a ficar sem água por dias, afetando 70% da população.
2 - Áreas de risco e habitação
Porto Alegre conta com 142 áreas habitadas em lugares considerados de risco. Ou seja, as pessoas correm o risco de serem atingidas por situações como inundações e deslizamentos no lugar onde moram, segundo dados divulgados pela prefeitura com base na atualização das áreas de risco geológico, mapeadas pelo Serviço Geológico do Brasil, em 2022. Ao todo, são 84 mil pessoas nestes espaços. Pontos do Sarandi, na Zona Norte, e da Região das Ilhas, por exemplo, apresentam risco muito alto de inundação. Além de moradores em áreas de risco, Porto Alegre é a segunda pior capital em qualidade de moradia, de acordo com o índice de Progresso Social do Brasil, atrás apenas de Macapá, no Amapá.
3 - Educação e falta de vagas nas creches
Foi necessário mais de três meses para que a rede municipal de ensino retomasse plenamente as atividades em 2024, embora uma parcela das 14 escolas afetadas pelas enchentes ainda esteja operando em espaços temporários. Em paralelo ao processo de reconstrução, está em andamento, pela Polícia Civil, a Operação Capa Dura, que investiga irregularidades em licitações dentro da Secretaria de Educação de Porto Alegre (Smed). Os investigados vão desde servidores públicos municipais até empresários e operadores de contrato. Apenas na segunda fase, finalizada em julho deste ano, o custo dos materiais apreendidos ultrapassa R$ 58 milhões. Em meio à investigação, a educação ainda enfrenta a falta de vagas em creches de tempo integral. Como alternativa, a prefeitura recorreu à compra de vagas em escolas privadas.
1 - Manutenção do sistema de proteção contra cheias
Não é de hoje que os porto-alegrenses temem a inundação da cidade pelo Guaíba. O Sistema de Proteção contra Inundações é composto por aproximadamente 60 km, desde a avenida Assis Brasil com a Free-Way (norte) até o Morro da Assunção (sul), com diques externos e internos, além de 14 comportas e 23 casas de bomba - que possibilitam a drenagem da água acumulada em pontos da cidade. Conforme especialistas, “não precisaríamos ter 10% da inundação que tivemos” se o sistema contasse com manutenções. O acesso à água potável continua limitado nos pontos mais altos da cidade, que chegou a ficar sem água por dias, afetando 70% da população.
2 - Áreas de risco e habitação
Porto Alegre conta com 142 áreas habitadas em lugares considerados de risco. Ou seja, as pessoas correm o risco de serem atingidas por situações como inundações e deslizamentos no lugar onde moram, segundo dados divulgados pela prefeitura com base na atualização das áreas de risco geológico, mapeadas pelo Serviço Geológico do Brasil, em 2022. Ao todo, são 84 mil pessoas nestes espaços. Pontos do Sarandi, na Zona Norte, e da Região das Ilhas, por exemplo, apresentam risco muito alto de inundação. Além de moradores em áreas de risco, Porto Alegre é a segunda pior capital em qualidade de moradia, de acordo com o índice de Progresso Social do Brasil, atrás apenas de Macapá, no Amapá.
3 - Educação e falta de vagas nas creches
Foi necessário mais de três meses para que a rede municipal de ensino retomasse plenamente as atividades em 2024, embora uma parcela das 14 escolas afetadas pelas enchentes ainda esteja operando em espaços temporários. Em paralelo ao processo de reconstrução, está em andamento, pela Polícia Civil, a Operação Capa Dura, que investiga irregularidades em licitações dentro da Secretaria de Educação de Porto Alegre (Smed). Os investigados vão desde servidores públicos municipais até empresários e operadores de contrato. Apenas na segunda fase, finalizada em julho deste ano, o custo dos materiais apreendidos ultrapassa R$ 58 milhões. Em meio à investigação, a educação ainda enfrenta a falta de vagas em creches de tempo integral. Como alternativa, a prefeitura recorreu à compra de vagas em escolas privadas.
4 - Superlotação nos hospitais e filas no SUS
Referência em atendimentos em diversas especialidades, os hospitais de Porto Alegre seguem com superlotação, principalmente, nas emergências - que operam com 186,70% da capacidade. Embora seja um reflexo dos problemas da Região Metropolitana, a fila municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) segue um desafio para a administração. Em dezembro do ano passado, mais de 159 mil pedidos de consultas especializadas esperavam por atendimento, conforme o setor de Transparência da Secretaria Municipal de Saúde, sendo a oftalmologia a maior demanda.
5 - Transporte coletivo e a integração das linhas
Referência em atendimentos em diversas especialidades, os hospitais de Porto Alegre seguem com superlotação, principalmente, nas emergências - que operam com 186,70% da capacidade. Embora seja um reflexo dos problemas da Região Metropolitana, a fila municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) segue um desafio para a administração. Em dezembro do ano passado, mais de 159 mil pedidos de consultas especializadas esperavam por atendimento, conforme o setor de Transparência da Secretaria Municipal de Saúde, sendo a oftalmologia a maior demanda.
5 - Transporte coletivo e a integração das linhas
Mesmo com alguns ônibus elétricos já em operação e com o preço da passagem congelado em R$ 4,80, o transporte coletivo segue com demandas antigas relacionadas à superlotação e a falta de integração com a Região Metropolitana. Sem a integração, 90% dos ônibus que chegam de fora de Porto Alegre circulam no mesmo trajeto das linhas do município. Já o tradicional sistema de transporte seletivo urbano de Porto Alegre enfrenta a pior crise de sua trajetória, com queda no número de passageiros e, consequentemente, a redução dos veículos. A falta de integração do transporte coletivo se repete também com os ciclistas, que estão há anos aguardando a conexão entre as ciclovias da cidade. A constante queda dos taludes da avenida Ipiranga afeta tanto a rotina dos próprios ciclistas quanto dos pedestres e motoristas. Apenas no período de um ano, entre julho de 2023 e maio deste ano, 11 trechos do talude da avenida Ipiranga cederam.