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Publicada em 03 de Abril de 2024 às 15:41

'Hospitais de Porto Alegre estão no limite das suas estruturas', afirma diretor-geral da Santa Casa

Júlio Matos, diretor da Santa Casa, destaca sobrecarga no atendimento

Júlio Matos, diretor da Santa Casa, destaca sobrecarga no atendimento

Tânia Meinerz/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
"A superlotação que atinge os hospitais e as unidades de pronto-atendimento em Porto Alegre é reflexo dos problemas na rede de saúde da Região Metropolitana. Porém, a situação do Instituto de Cardiologia acabou por prejudicar ainda mais o sistema de saúde da Capital. Os hospitais de Viamão, de Alvorada e de Cachoeirinha, que a gestão era de responsabilidade do Cardiologia, acabaram por reduzir as suas condições assistenciais. Essas demandas todas trouxeram uma sobrecarga para o atendimento dos hospitais de Porto Alegre como Santa Casa, Hospital de Clínicas e Grupo Hospitalar Conceição". A afirmação foi feita pelo diretor geral da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Júlio Matos, que nesta quarta-feira (3) participou do Tá na Mesa da Federasul que debateu "Os desafios da saúde pública gaúcha no financiamento cruzado entre SUS e planos de saúde: a realidade do sistema filantrópico".
"A superlotação que atinge os hospitais e as unidades de pronto-atendimento em Porto Alegre é reflexo dos problemas na rede de saúde da Região Metropolitana. Porém, a situação do Instituto de Cardiologia acabou por prejudicar ainda mais o sistema de saúde da Capital. Os hospitais de Viamão, de Alvorada e de Cachoeirinha, que a gestão era de responsabilidade do Cardiologia, acabaram por reduzir as suas condições assistenciais. Essas demandas todas trouxeram uma sobrecarga para o atendimento dos hospitais de Porto Alegre como Santa Casa, Hospital de Clínicas e Grupo Hospitalar Conceição". A afirmação foi feita pelo diretor geral da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Júlio Matos, que nesta quarta-feira (3) participou do Tá na Mesa da Federasul que debateu "Os desafios da saúde pública gaúcha no financiamento cruzado entre SUS e planos de saúde: a realidade do sistema filantrópico".
Para Matos, foi necessário que o governo do Estado fizesse uma intervenção e trocasse a gestão das instituições de saúde. Segundo ele, no ano passado, a Santa Casa atendeu pacientes de 491 municípios de um total de 497 do território gaúcho. "Existe toda uma demanda que vem do Interior do Estado que conjuga com a demanda do entorno de Porto Alegre. Temos uma crise na saúde. Temos um limite de acesso a oxigênio, ar comprimido, respiradores, leitos e macas. Vai chegar num ponto que a estrutura física dos hospitais não comportará mais pacientes e a gente começará a fazer escolhas. E isso, é muito grave e Porto Alegre está chegando nesse ponto", acrescenta. Para ele, é de extrema importância que a estrutura de saúde da Região Metropolitana seja revista pelo governo do Estado. 
Matos aponta que o governo do Estado precisa interferir para resolver a situação da crise na saúde. No Hospital Santa Clara da Santa Casa, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que possui 24 leitos, estavam sendo atendidos 65 pacientes. Alguns pacientes foram colocados em macas ou sentados em poltronas. Na sua apresentação, Matos se emocionou ao falar das dificuldades para administrar o conjunto de hospitais do Complexo Hospitalar da Santa Casa. "O Instituto de Previdência do Estado (IPE) e o SUS são essenciais, mas precisam ser revisados. Poderia se criar parcerias". ressalta.
Na rede social X (antigo Twitter), o prefeito Sebastião Melo se manifestou sobre a crise na saúde de Porto Alegre. "A crise na saúde da Região Metropolitana levou o sistema de Porto Alegre ao esgotamento. A situação é gravíssima, e a nossa preocupação é com o cidadão que não pode ficar sem atendimento". Depois de ver os números desta quarta-feira na área da saúde, Melo ligou para o governador Eduardo Leite e ao vice Gabriel Souza. "Nosso apelo é para que a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, receba pessoalmente, com urgência, o secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter. Temos propostas a fim de construir soluções que amenizem um problema que é do Estado como um todo. Também nos próximos dias deveremos nos reunir com o governador para avançar".
Para Jocélio Cunha, presidente do Hospital de Clínicas de Carazinho, o déficit da instituição de saúde com o SUS é de R$ 17 milhões/ano. "Somos um hospital privado que atende 60 municípios que congrega 500 mil pessoas", comenta. Luciney Bohrer, administrador do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, destaca que a situação se agrava também pela situação do IPE Saúde e pela redução de leitos hospitalares no Estado. Segundo Rogério Pontes Andrade, diretor administrativo e financeiro do Hospital São Lucas da PUCRS, existe uma carência de leitos hospitalares em Porto Alegre para transferir os pacientes. O hospital tinha 120 pessoas em atendimento na emergência. Andrade lembrou que nos últimos seis anos foram fechados 538 leitos SUS em Porto Alegre.  

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