Os municipários de Porto Alegre decidiram suspender a greve a partir da manhã de quarta-feira (27). A decisão foi tomada após assembleia geral realizada durante a tarde desta terça-feira (26), próximo à sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). A paralisação havia iniciado na segunda-feira (25), em resposta à votação do projeto que altera o estatuto dos servidores,
aprovado pelos vereadores na Câmara Municipal.
Durante a assembleia ficou definido que, mesmo com o fim da paralisação, será mantido o estado de greve - que significa que ela pode ser retomada a qualquer momento. Além disso, os servidores alinharam estratégias de mobilização contra o prefeito e os vereadores que foram favoráveis ao projeto e junto à sociedade civil, para mostrar o sucateamento dos serviços públicos que são ocasionados pela gestão municipal, segundo o sindicato.
Ainda sobre os episódios na Câmara Municipal,
onde dez servidores ficaram feridos, o Simpa manifestou repúdio à ação da Guarda Municipal e da Brigada Militar, que usaram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha contra servidores que estavam do lado de fora da Casa, tentando entrar no prédio para acompanhar a sessão plenária.
Em relação ao projeto aprovado, o Simpa aguardará a publicação da lei, mas já estuda as alternativas possíveis para buscar a recuperação dos direitos dos servidores junto à Justiça.
Prefeitura diz que paralisação não interrompeu serviços
De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, o segundo dia de paralisação, assim como registrado na segunda-feira, não acarretou em interrupção dos serviços à população.
Nos serviços urbanos, houve paralisação de 16 servidores dos cerca de 1.800 que atuam no Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).
Dos 996 profissionais que trabalham em escala, que trabalham nas unidades de saúde, 75 aderiram à paralisação, o que ocasionou redução em procedimentos de enfermagem, vacinação, distribuição de medicamentos e odontologia.
Nas escolas estatais, houve paralisações em 14 das 99. Nessas, 33 foram afetadas pela mobilização e 49 não tiveram grevistas. As 215 escolas comunitárias também funcionaram normalmente, assim como o atendimento nos hospitais.
No caso das atividades contratualizadas ou terceirizadas pelo Município, não houve adesão à greve.