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Governo federal

- Publicada em 09 de Junho de 2011 às 00:00

Presidente Dilma dá posse a Gleisi Hoffmann na Casa Civil


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
Jornal do Comércio
Na solenidade de posse da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a presidente Dilma Rousseff admitiu que está triste com a saída de Antonio Palocci do cargo e enumerou os motivos pelos quais lamentou o seu afastamento, de ordem política, pelo papel que desempenhou na campanha eleitoral, de ordem administrativa, pela sua atuação no governo, e de ordem pessoal, pela amizade que havia entre ambos. "Palocci foi um dos artífices da jornada que me elegeu. Suas ideias e capacidade de articulação ajudaram o governo e a mim", destacou a presidente.
Na solenidade de posse da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a presidente Dilma Rousseff admitiu que está triste com a saída de Antonio Palocci do cargo e enumerou os motivos pelos quais lamentou o seu afastamento, de ordem política, pelo papel que desempenhou na campanha eleitoral, de ordem administrativa, pela sua atuação no governo, e de ordem pessoal, pela amizade que havia entre ambos. "Palocci foi um dos artífices da jornada que me elegeu. Suas ideias e capacidade de articulação ajudaram o governo e a mim", destacou a presidente.
A presidente Dilma Rousseff se declarou satisfeita com a solução encontrada para a sucessão na Casa Civil, em substituição a Antonio Palocci, afirmando que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) será bem-sucedida no comando da Pasta. "Eu a conheço bem e conheço bem o cargo", disse a presidente na cerimônia de transmissão de cargo. Dilma afirmou que Gleisi se notabilizou com gestora, destacou sua sólida formação técnica, seu preparo como gestora pública, sua visão e sensibilidade social. "Gleisi é mais uma mulher competente, firme e capaz no governo da primeira mulher presidente do Brasil", ressaltou Dilma.
A presidente, no entanto, lembrou Gleisi que ela terá muito trabalho, pois os compromissos do governo são ousados: Manter a economia em crescimento, controlar a inflação, zelar pela higidez fiscal, gerar mais empregos, distribuir renda e assegurar que seja cumprido o lema escolhido para sua gestão, de que "País rico é país sem miséria".
A presidente afirmou que o enfrentamento político com a oposição faz parte do jogo democrático. A afirmação refere-se à turbulência política no Congresso que, diante das denuncias de suposto enriquecimento ilícito de Antonio Palocci, levou à demissão do ministro da Casa Civil, considerado até então o homem mais forte da Esplanada. "A oposição é quase sempre ruidosa e nem sempre justa, mas não vai inibir a ação do meu governo", ressaltou a presidente, advertindo que os embates políticos não causarão paralisia ao seu governo.
Dilma destacou que o governo tem metas e vai alcançá-las com apoio da base no Congresso e, eventualmente, com a compreensão das oposições. A presidente Dilma concluiu o seu discurso durante a posse da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pedindo que as oposições apoiem as ações de governo de interesse nacional.
Ao final, Dilma desejou boa sorte à nova ministra, Gleisi Hoffmann, e também ao amigo Palocci.

Saída de Palocci atinge política econômica do País

A demissão de Antônio Palocci da Casa Civil aumenta as chances de que no médio prazo a condução das políticas monetária e fiscal e da agenda de reformas estruturais possa sofrer pressões de autoridades do governo alinhadas com a linha desenvolvimentista, comentam especialistas. Para eles, Palocci era uma voz que conseguia influenciar as opiniões da presidente Dilma Rousseff a favor de decisões econômicas defendidas por agentes do mercado financeiro.
Para o sócio da Tendências Consultoria Juan Jensen, Palocci entendia que o Banco Central precisa trabalhar com autonomia operacional para atacar a inflação e, agora, a autoridade monetária não conta mais com esse aliado no Palácio do Planalto. "Sem ele no governo, sobe a probabilidade de que alguns segmentos do governo, vinculados especialmente ao Ministério da Fazenda, passem a defender uma postura mais moderada na gestão dos juros em momentos que as taxas precisariam subir com mais vigor para manter a estabilidade de preços", comentou Jensen. "Palocci garantia alguma racionalidade na avaliação das questões econômicas mais importantes", destacou.
Na avaliação do diretor para a América Latina do Eurasia Group, Christopher Garman, a queda de Palocci pode dificultar a aprovação no Congresso de medidas que visem a reduzir os gastos correntes do governo. Muitos especialistas defendem que devido à propensão marginal a gastar dos governos, que é um fenômeno mundial, seria oportuno a adoção no Brasil de regras, aprovadas pelo parlamento, que limitassem as despesas do Poder Executivo para um nível inferior à expansão do PIB. Essa medida ajudaria não só a dar continuidade à redução da dívida pública líquida como proporção do PIB, como também asseguraria mais recursos para investimentos em infraestrutura.
"Pode também ser difícil a aprovação no médio prazo por deputados e senadores de reformas estruturais, como a tributária", disse Garman, de Washington. Ele ressaltou, contudo, que o debate sobre a reforma avançou pouco na Câmara e no Senado no primeiro semestre do governo Dilma, pois o Planalto teria dado prioridade a temas mais urgentes, como o combate à inflação e a adoção do pacote de redução de despesas oficiais.
Na avaliação do estrategista do banco WestLB, Roberto Padovani, a saída de Palocci pode trazer duas dificuldades ao governo da presidente Dilma Rousseff. Uma delas seria para a "formulação de uma agenda" de propostas de reforma que requerem a aprovação do Congresso, como a da reforma tributária e a do fortalecimento institucional de agências reguladoras.
Para o executivo de um grande banco europeu que trabalha em Nova Iorque, que pediu para não ser identificado, a queda de Palocci só não provocou nervosismo de mercado porque, com a "redução sazonal da inflação, há uma espécie de lua de mel de investidores com o governo". Segundo ele, o ex-ministro servia como um contraponto às teses defendidas pelo ministro Guido Mantega, que não é favorável a alta de juros, é contra corte de gastos correntes e defende intervenções pesadas do governo para conter a apreciação do real.

Coutinho e Paulo Bernardo ocupam mais espaço

Segundo os especialistas, é preciso colocar em perspectiva o papel de atuação do ex-ministro Antônio Palocci sobre decisões econômicas, pois as autoridades mais fortes nessas áreas são os ministros da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e o presidente do Bndes, Luciano Coutinho. "Há um certo exagero ao avaliar que Palocci era o interlocutor do governo com o mercado", comentou o estrategista do banco WestLB, Roberto Padovani. Segundo o diretor do Eurasia Group, Christopher Garman, o governo Dilma já mostrou ser pragmático, ao reafirmar a autonomia operacional do BC e melhorar o resultado primário do governo.
"O pragmatismo do governo está até surpreendendo, pois a presidente Dilma anunciou a privatização dos aeroportos a fim de acelerar a melhoria do serviço de aviação civil no País", comentou o executivo do banco europeu que atua em Manhattan. "A administração federal está ciente de que precisa dos recursos privados para avançar obras de longa maturação, fundamentais para que o País faça uma boa Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016", destacou.
Contudo, destaca o executivo do banco europeu, dois nomes do governo podem ocupar o espaço de interlocução com o mercado ocupado por Palocci: um deles é Luciano Coutinho, que tem bom trânsito com a presidente Dilma Rousseff, lida com questões microeconômicas no Bndes diariamente e defende austeridade na gestão das despesas correntes do governo para ampliar investimentos em infraestrutura. A outra autoridade é o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, que tem posições pró-mercado e é marido da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Senadora Gleisi Hoffmann toma posse como chefe da Casa Civil

A petista Gleisi Hoffmann tomou posse ontem como a nova ministra da Casa Civil. No discurso de posse, Gleisi afirmou que a sua escolha para o cargo representa "apreço" da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso. "Minha escolha não se deve apenas a minha caminhada política, mas meu trabalho de gestão pública. Ao escolher senadora a presidente manifesta apreço ao Legislativo. Sou parte da força política do Parlamento."
Gleisi voltou a falar que sua gestão na Casa Civil terá perfil técnico. "Fazer coordenação, gestão dos programas de governo distribuídos por todos os ministérios. É o peso da agenda que mexe diretamente com a vida das pessoas."
A nova ministra fez um afago nos aliados, especialmente no PMDB, e à oposição. "Estarei sempre à disposição para discutir com todos de acordo com a disponibilidade da presidente Dilma e do vice Michel Temer", disse.
Citou ainda o marido, o também ministro Paulo Bernardo (Comunicações), a quem definiu como "companheiro de
caminhada e de vida."
Filiada ao PT desde 1989, a futura ministra da Casa Civil foi secretária no Mato Grosso do Sul na gestão de Zeca do PT.
Em 2002, compôs a equipe de transição de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, onde seria nomeada a diretora financeira da Itaipu Binacional. Ali permaneceu até início de 2006, ano em que disputou uma vaga ao Senado e não conseguiu se eleger.

Palocci avalia que foi prejudicado por questões políticas

Em discurso de despedida da Casa Ci9vil, recheado de citações poéticas e metáforas, o ex-ministro Antonio Palocci agradeceu ontem ao apoio da presidente Dilma Rousseff e dos seus colegas ministros e desejou sorte à sua sucessora no cargo, Gleisi Hoffmann (PT).
"Senhora presidente, não quero fazer desse ato um momento triste. A vida é um desafio permanente", disse, para depois acrescentar que "havia e haverá sempre pedras em nossa caminhada" e que não se furtou de atravessar "pontes sobre águas turbulentas".
Palocci comentou sua saída do governo e argumentou que foi prejudicado por questões políticas.
"Nos últimos dias o governo transcorreu na mais absoluta tranquilidade. Minhas atividades foram sendo progressivamente contaminadas pelo ambiente político."
Ao se referir à nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ele a confortou sobre o que encontrará no cargo. "Você encontrará na Casa Civil servidores comprometidos com o bem do País".

Luiz Sérgio terá de pacificar as bancadas no Congresso

A nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, não vai atuar na articulação política do governo. Segundo fontes do governo, a presidente Dilma Rousseff não quer que ela desempenhe essa função. Dilma quer que Gleisi gerencie. No entanto, para que tudo isso possa ser feito, dizem auxiliares da presidente, primeiro é preciso mudar o perfil da Secretaria de Relações Institucionais, hoje sob o comando do ministro Luiz Sérgio.
"Neste momento, o que vai acontecer é que ele (Luiz Sérgio) tem que assumir mais tarefas", disse um ministro muito próximo à presidente. "Alguma coisa tem que mudar. O sistema, do jeito que está, não dá", disse outro ministro.
De acordo com fontes, o ministro terá que ter mais autonomia e poder de pacificar as bancadas no Congresso.
Dentro desse novo perfil desejado para a secretaria, tem uma corrente que diz que, por enquanto, Luiz Sérgio fica, pelo menos, até que ocorra a "pacificação" da base aliada na Câmara. As lideranças da base têm que se entender para então a presidente Dilma decidir sobre o destino de Luiz Sérgio.
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