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Publicada em 10 de Junho de 2024 às 13:24

Cobasi apresenta versão sobre morte de animais na loja do Praia de Belas

Loja da Cobasi no shopping Praia de Belas segue fechada

Loja da Cobasi no shopping Praia de Belas segue fechada

Arthur Reckziegel/ Especial/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
A empresa Cobasi, responsável pela loja que funciona no subsolo do shopping Praia de Belas, em Porto Alegre, apresentou na sexta-feira (7), por meio de nota, a sua versão sobre a morte de todos os animais que estavam dentro de uma unidade da empresa durante a enchente que atingiu a Capital no mês de maio. Entre os animais, estavam aves, peixes e roedores.
A empresa Cobasi, responsável pela loja que funciona no subsolo do shopping Praia de Belas, em Porto Alegre, apresentou na sexta-feira (7), por meio de nota, a sua versão sobre a morte de todos os animais que estavam dentro de uma unidade da empresa durante a enchente que atingiu a Capital no mês de maio. Entre os animais, estavam aves, peixes e roedores.
O estabelecimento não soube informar quantos bichos estavam no local, mas explica que os funcionários deixaram a loja de forma emergencial, seguindo orientação das autoridades em meio ao início das enchentes na Capital. E "foi garantido que os animais estivessem seguros e com o necessário para sobreviver até o retorno dos trabalhadores".
Em nota divulgada na sexta-feira (7), a Cobasi afirma que tem "como um dos seus valores o compromisso com a transparência, a verdade, e nesse valor a empresa construiu uma história de quase 39 anos no mercado de varejo brasileiro. Construindo um relacionamento sincero com seus clientes, funcionários e fornecedores". Sobre o "ocorrido com os pequenos roedores, aves e peixes na loja Cobasi localizada no shopping Praia de Belas, em Porto Alegre, desde o início comunicamos às pessoas a perda das vidas dos pequenos roedores, aves e peixes ornamentais, fato que nos deixou profundamente tristes. Ainda lamentando a situação sem precedentes, temos sido constantemente surpreendidos por pessoas agindo de má fé, contando inverdades sobre o ocorrido. Diante disso optamos por contar a nossa versão dos fatos, que podemos comprovar a veracidade e que decisões foram, sim, tomadas para proteger a vida dos funcionários e animais da loja. Esta versão é também a que estamos apresentando nos autos".
No dia 3 de maio às 12h, o "shopping Praia de Belas encaminhou uma primeira circular aos lojistas informando que, naquela data, o funcionamento das lojas era facultativo devido às condições climáticas. Porém, às 19h36min do mesmo dia, o Praia de Belas encaminhou uma segunda circular informando que a partir daquele horário, o shopping estaria fechado até o final do dia. Observa-se que a medida seria válida apenas para aquela data. Paralelo à circular, tomamos conhecimento de que os funcionários do shopping montaram uma barreira com sacos de areia na porta da loja, de mais ou menos 50 cm".
"Como não havia qualquer indicação da magnitude do desastre que atingiu o Rio Grande do Sul, os funcionários da loja tomaram todas as providências para garantir que as aves, pequenos roedores e peixes estivessem em altura segura, com as informações disponíveis no momento. Além disso foram reforçadas a alimentação e água desses animais, para garantir sua sobrevivência até o retorno dos colaboradores que, com base nas informações oficiais disponíveis naquele momento, deveria ocorrer num espaço breve de tempo. Tudo foi colocado acima de um metro de altura no mesmo salão". 
"No dia 4 de maio, às 7h13min as gerentes da loja Praia de Belas receberam pelo WhatsApp em um grupo denominado 'Comunicação com lojistas' uma mensagem da gerente geral do Shopping advertindo expressamente que os lojistas 'não tentem acessar o shopping', solicitando, na mesma mensagem, que a advertência fosse 'reforçada as equipes de funcionários de cada loja'". Neste grupo, somente o shopping encaminha mensagens e comunicados, o grupo é bloqueado para envio de respostas", diz o comunicado da Cobasi.
Por meio de nota divulgada nesta segunda-feira (10), o "shopping Praia de Belas esclarece que informou o lojista sobre o risco de alagamento severo na loja e ofereceu toda a assistência necessária para o acesso ao local. O documento diz que as autoridades competentes estão tratando do assunto". A loja da Cobasi não reabriu. Já o shopping Praia de Belas está operando normalmente.
Ação pede indenização de R$ 50 milhões por danos ambientais 
A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) ajuizou uma ação milionária contra a Cobasi, após a morte de mais de 40 animais, vítimas do alagamento ocorrido na loja do Praia de Belas, em Porto Alegre. Na ação, a Defensoria Pública cobra da empresa uma indenização de R$ 50 milhões por danos ambientais, à saúde pública, psicológicos à coletividade atingida (pelo fato e pela publicação das  cenas) e punitivos.
Em uma das lojas, que fica no subsolo de um shopping, dezenas de aves, peixes e roedores foram deixados durante a inundação que afetou o espaço no dia 3 de maio. Segundo testemunhas, mesmo com o fechamento do shopping neste dia, ainda era possível acessar a loja nos dias seguintes e fazer a retirada dos animais. "Fica evidente que a empresa teve cinco dias para tirar os animais de forma segura. Porém, mesmo observando o nível da água subir, nada fez. Nenhuma testemunha menciona ter visto algum funcionário da loja ir até o local conferir os animais, sequer para ver se tinham comida e água", afirma o defensor público dirigente do Núcleo de Defesa Ambiental da DPE, João Otávio Carmona Paz, que assinou a ação.
A gerência da loja afirmou que seguiu ordens para aguardar a evolução do alagamento e que teria deixado água e comida para os animais, suficientes para dois ou três dias. No entanto, ela não voltou mais ao shopping. A responsável também confirmou que equipamentos eletrônicos foram colocados em carrinhos de compras no mezanino, que ficou intacto, enquanto os animais ficaram no andar de baixo. Nessa loja, ao menos 38 animais mortos foram encontrados.
 

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