Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Minuto Varejo

Minuto Varejo

- Publicada em 26 de Março de 2023 às 15:23

Pampulhinha fecha definitivamente e venderá 10 mil vinhos da adega do fundador

Casa foi comandada pelo chef e fundador Jaime Pinheiro, na zona Norte de Porto Alegre

Casa foi comandada pelo chef e fundador Jaime Pinheiro, na zona Norte de Porto Alegre


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Um dos restaurantes mais populares e autênticos de frutos do mar de Porto Alegre fechou definitivamente na zona Norte e agora quer que os clientes mais próximos e fãs de bebidas e louças possam ficar com parte dos 52 anos de história que foram construídos pelo fundador do lugar.
Um dos restaurantes mais populares e autênticos de frutos do mar de Porto Alegre fechou definitivamente na zona Norte e agora quer que os clientes mais próximos e fãs de bebidas e louças possam ficar com parte dos 52 anos de história que foram construídos pelo fundador do lugar.
A família de Jaime Pinheiro, que concebeu e comandou o Pampulhinha até pouco antes de falecer, aos 78 anos, em 20 de setembro 2022, após complicações de um câncer, decidiu vender o tesouro do chef. Jaime era português e chegou co 17 anos a Porto Alegre, vindo da região de Aveiro.
As mais de 10 mil garrafas de vinho de rótulos que podem custar até R$ 80 mil poderão ser adquiridas por apreciadores ou ex-frequentadores que quiserem recordar as passagens pelos salões do restaurante no número 1.791, da avenida Benjamin Constant.
Na Capital, outra casa de frutos do mar, o Pampulhão que era do irmão do fundador do Pampulhinha, Fernando Pinheiro, fechou no começo de 2021, em meio ao período mais agudo da pandemia de Covid-19.
As filhas Cristina, nutricionista que atuou ao lado do pai na cozinha, e Kelly, dentista que também trabalhou desde adolescente no atendimento e no caixa da casa, estão organizando a nova fase do Pampulhinha. 
"Encerramos os serviços do restaurante em 31 de janeiro. A partir de abril, vamos continuar com a loja de vinhos atendendo os clientes que gostam de rótulos especiais, que são os da adega que era do meu pai", conta a nutricionista. 
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2023/03/26/206x137/1_minuto_varejo_pampulhinha_filhas_chef_kelly_cristina_jornal_do_comercio_4-10163105.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'642067ea73a7f', 'cd_midia':10163105, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2023/03/26/minuto_varejo_pampulhinha_filhas_chef_kelly_cristina_jornal_do_comercio_4-10163105.jpg', 'ds_midia': 'Minuto Varejo - gastronomia - restaurante Pampulhinha -  fachada - Porto Alegre - fechado - frutos do mar - chef Jaime Pinheiro - avenida Benjamin Constant - adega do cofre - garrafas a serem vendidas pela família - alimentação - clientes - história - filhas Kelly (direita) e Cristina (esquerda)  ', 'ds_midia_credi': 'PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC', 'ds_midia_titlo': 'Minuto Varejo - gastronomia - restaurante Pampulhinha -  fachada - Porto Alegre - fechado - frutos do mar - chef Jaime Pinheiro - avenida Benjamin Constant - adega do cofre - garrafas a serem vendidas pela família - alimentação - clientes - história - filhas Kelly (direita) e Cristina (esquerda)  ', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '600', 'align': 'Left'}
Irmãs Cristina (esquerda) e Kelly, filhas de Jaime Pinheiro, decidiram compartilhar os 'tesouros' do pai. Fotos: Patrícia Comunello/JC  
A coluna Minuto Varejo visitou a casa no sábado (25) e conferiu a variedade e diversidade de bebidas, que incluem destilados e outras variedades -, com exemplares francesas, espanhóis, italianos e, claro, portugueses.
"São vinhos de todo o mundo, principalmente os de Portugal, que é de onde veio o meu pai", dá a pista Cristina. "Já tá todo mundo pedindo uma preferência para vir primeiro escolher os melhores", conta ela, após a novidade ir a público na semana passada.
Não há ainda data para a reabertura da delicatessem que fica na entrada do Pampulhinha. A ideia é manter o varejo aberto durante as tardes de segunda à sexta-feira, explica Kelly. 
As irmãs também explicam que a intenção é vender as bebidas pelo preço de mercado e avisam que não têm pressa em negociar o acervo. "A ideia não é vender rápido, mas com respeito e honra ao meu nosso pai."  

Adega do Cofre guarda "tesouros" do Pampulhinha

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Adega guarda os "tesouros" do fundador e é fechada pela porta do cofre da agência bancária que existia no ponto, antes da casa 
O lugar mais fascinante do restaurante é a Adega do Cofre, com a pesada porta que guardava notas de dinheiro da antiga agência do extinto Sulbrasileiro (ex-Meridional que foi comprado pelo Santander) que existia no endereço.
No interior da sala, com luz mais rarefeita, estão mais tesouros da coleção, guarnecidos em uma temperatura controlada de 16º a 17º graus.
"Aqui fixam todos os tesouros do seu Jaime. Muitos clientes vinham conhecer, e meu pai fazia questão de guiar nesta visita", recorda a nutricionista.
Nas prateleiras que dominam as paredes, com uma área com pé direito mais elevado todo ladeado de garrafas, estão opções que podem custar R$ 50 mil a R$ 80 mil. Na adega, está apenas 30% do acervo. São safras mais antigas, de 2005 e 2006, até 2019, entre as mais recentes.
Segundo a filha, um dos vinhos que o pai mais gostava era o Chryseia, do vale do Douro, safra 2006, produzida na Quinta da Vila Velha, e considerado um marco na seleção de uvas para vinificação.  
Além dos vinhos, também louças e principalmente os copos de cristais com o nome Pampulhinha gravado serão comercializados. Cristina lembra que isso já era uma prática: a venda de vinhos e copos.   

Qual será o futuro do ponto e da marca Pampulhina?     

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Loja que tem no acesso ao antigo restaurante ostenta parte da coleção de vinhos que Pinheiro acumulou
Mesmo no período mais doloroso da doença, Pinheiro ia diariamente ao Pampulhina, conta Cristina.
Mesmo após a morte do fundador, a família manteve o Pampulhinha funcionando até janeiro. A decisão de não seguir a operação só não sido comunicada publicamente. 
"É muito difícil seguir, um restaurante exige muito da gente e temos as nossas atividades profissionais", justificam as duas filhas, que atuam em suas áreas de formação.
Elas contam que já foram procuradas por interessados em comprar o ponto e até a marca. O imóvel é da família. 
Sobre a última opção, Cristina e Kelly têm muitas dúvidas porque "há muita história envolvida", do legado do pai, português que cuidou de cada detalhe do negócio.  
"Este restaurante era um sonho do meu pai, ele criou os pratos, e a paixão dele era o vinho. Ele atendeu tanta gente especial aqui que fez a história do lugar. A gente quer agora finalizar com chave de ouro", registram as irmãs.