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Not�cia da edi��o impressa de 19/12/2018. Alterada em 18/12 �s 23h00min

Para os surdos, acessibilidade � comunica��o

Crian�as aprendem Libras duas vezes por semana no Centro de Atendimento de Iju�

Crian�as aprendem Libras duas vezes por semana no Centro de Atendimento de Iju�


/CAIS/DIVULGA��O/JC
Carlos Villela
Concorrendo pela terceira vez ao Prêmio de Responsabilidade Social em seus 14 anos de atividade, o Centro de Atendimento Integral ao Surdo (Cais) de Ijuí passou a ter um troféu para acompanhar os dois certificados recebidos anteriormente na premiação. Até 2016, o Cais realizava suas atividades em torno de três eixos de trabalho. O primeiro deles é o projeto Semeando, que atende crianças ouvintes que têm laços familiares com os surdos que frequentam a casa. Durante uma manhã por semana, as crianças são buscadas em casa e, além do ensino de Libras, também participam de atividades pedagógicas e recreativas baseadas na cultura surda.
O segundo eixo é o acolhimento a crianças e adolescentes com deficiência auditiva, muitos deles chegando sem nenhum conhecimento da linguagem de sinais, que são atendidos duas vezes por semana por uma pedagoga e um recreacionista surdo. O terceiro eixo é a Casa da Cultura, que tem como público-alvo os surdos adultos. A cada semestre se define um tema a ser abordado (saúde, meio ambiente etc.), que orienta o desenvolvimento do conteúdo e das atividades realizadas pela pedagoga responsável.
A diretora do Cais, a assistente social Silvia Cristina Padilha da Costa, nota que a Casa da Cultura também ajuda os participantes a se inteirarem sobre notícias e fatos recentes, sobre os quais surdos podem ter um pouco mais de dificuldade para acompanhar pelos meios de comunicação.
O reconhecimento pelo Prêmio de Responsabilidade Social veio após o Cais adicionar um novo eixo de trabalho chamado Libras em Casa, elaborado após o centro perceber que, nas relações interpessoais dos surdos, os familiares usam pouco a língua de sinais. Segundo Silvia, muitas vezes, pais entram em contato para poder ter um intérprete para conversar com os filhos deficientes auditivos.
Assim, o centro passou a dar aulas de Libras aos pais. Ela lembra que, no começo, o projeto enfrentou a baixa assiduidade do público-alvo, mas, hoje, chega a receber de oito a 10 pais e mães a cada aula. Mesmo com um orçamento pequeno, o Cais oferece todos os serviços de graça, além de fornecer alimentação como almoço e lanche para quem frequenta.
Os eixos de trabalho, com foco no aprendizado e na pedagogia específica para surdos e familiares, levam uma nova e necessária forma de se comunicar para famílias necessitadas da Região Noroeste, e também refletem um desejo de Silvia e dos pedagogos do Cais. "Gostaríamos de divulgar mais a língua", diz.
Ela lamenta que instituições como delegacias, fóruns, hospitais e órgãos públicos raramente contam com um intérprete de Libras. "Se fala bastante sobre acessibilidade para as pessoas com deficiência. Para os surdos, acessibilidade é somente a comunicação. Em todas essas áreas de ação precisa ter alguém que saiba essa língua", completa. 
O Cais é uma unidade filantrópica que tem como mantenedora a Associação Batista de Beneficência Tabea.
 
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