Thiago Copetti
A retração nas compras de soja pela China, que devido à peste suína africana demanda menos farelo para alimentação animal, e a queda na cotação internacional do grão fez desabar as exportações de soja no primeiro semestre de 2019. O volume embarcado entre janeiro e junho deste ano caiu 39,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Em valores a perda foi ainda maior, chegou a 48,2% , segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Departamento de Economia e Estatística da secretária de Planejamento do Estado na 42ª Expointer.
Enquanto nos seis primeiros meses de 2018 foram comercializados US$ 3,082 bilhões, neste primeiro semestre de 2019 os negócios não alcançaram nem US$ 1,6 bilhão. Neste período a China comprou 34,8% menos produtos agrícolas de produtores gaúchos, especialmente a oleaginosa. A boa notícia, de acordo com Rodrigo Feix e Sergio Leusin Jr, responsáveis pelo levantamento, é que o mês de julho já demonstrou recuperação.
“Mas vale lembrar que além da demanda reduzida da China, as exportações em 2018 foram muito elevadas, já que naquele período a peste suína africana ainda não havia avançado na China”, explica Feix.
A partir dessa retomada e com os preços da oleaginosa subindo no mercado internacional, diz Feix, produtores e cerealistas que aguardavam preços melhores retomando os embarques, o fechamento do ano deve ser substancialmente reduzido. A expectativa é de que a diminuição nas vendas externas de soja seja quase zerada, ficando em torno de apenas 3,5% inferior a 2018 com um todo.