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Porto Alegre, quarta-feira, 13 de novembro de 2019.

Jornal do Com�rcio

Not�cia da edi��o impressa de 23/08/2019.
Alterada em 13/11 �s 13h04min
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Demanda chinesa expande mercado de su�nos, de aves e at� de bovinos

Ainda que a China n�o tenha como tradi��o colocar no prato cortes bovinos, vendas para o pa�s asi�tico devem aumentar

Ainda que a China n�o tenha como tradi��o colocar no prato cortes bovinos, vendas para o pa�s asi�tico devem aumentar


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Se há um segmento do agronegócio que anda animado e otimista, e que tem motivos para tanto, é o setor de carnes, seja de frango, de suíno ou de bovino. Apesar de o mercado doméstico seguir aquém do esperado, já que a crise e o desemprego persistente e ainda afetam o consumo interno, as exportações atuais e as perspectivas futuras estão movimentando aviários, criatórios de suínos e pastagens Estado afora.
Se há um segmento do agronegócio que anda animado e otimista, e que tem motivos para tanto, é o setor de carnes, seja de frango, de suíno ou de bovino. Apesar de o mercado doméstico seguir aquém do esperado, já que a crise e o desemprego persistente e ainda afetam o consumo interno, as exportações atuais e as perspectivas futuras estão movimentando aviários, criatórios de suínos e pastagens Estado afora.
Uma das razões, claro, vem do maior parceiro comercial do Brasil, a China, que segue uma batalha para conter a peste suína africana abatendo milhares de animais, o que está abrindo espaço para a compra de carne de porco do Brasil, mas também incrementando a demanda por outras proteínas, como frango e cortes de gado.
Apenas nos primeiros sete meses do ano, o faturamento das exportações de carne suína aumentou 23,5%, alcançando 414,5 mil toneladas, volume 19,62% maior que entre janeiro e julho de 2018. Foram US$ 847,7 milhões obtidos nos sete primeiros meses de 2019, contra US$ 686,5 milhões no mesmo período de 2018, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ou seja, os preços pagos estão melhores, acompanhando a demanda.
A necessidade chinesa por carne, por sinal, seguirá alta por entre três e cinco anos, pelo menos, explica o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santini. Neste ano, por sinal, a China continental já se tornou o maior comprador de carne de porco do Brasil, posição antes ocupada por Hong Kong (que, nas classificações internacionais, entra como território separado do restante do país para efeitos de contabilidade das vendas, por ter regras diferenciadas).
"A China já teve que abater cerca de 200 milhões de animais, dos 400 milhões de suínos que tinha. Até que isso seja recomposto, já que inclui matrizes também, leva tempo. Parte do mercado avalia que pode levar até sete anos", diz Santini.
Os grandes abates recentes e precoces, afirma Santini, elevaram os estoques resfriados do país, que o executivo diz já estarem consideravelmente reduzidos, o que deve levar a nova alta nas compras internacionais entre setembro e outubro.
Além do apetite pela carne suína, a demanda por frango também aumentou. De acordo com Santini, o gigante asiático ultrapassou o mercado árabe e o Japão como maiores compradores de aves brasileiras entre 2018 e 2019, o que certamente foi um diferencial para que as exportações de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) tenham totalizado 2,433 milhões de toneladas entre janeiro e julho deste ano, um volume 5,8% superior ao mesmo período de 2018.
Toda essa demanda, que poderia elevar o custo dos insumos para o produtor, como no caso da ração (à base de milho e farelo de soja), não ocorreu graças à boa safra brasileira. E também pela retração da demanda chinesa, que, sem seu gigante plantel para alimentar, está comprando menos grãos.
Ainda que a China não tenha como tradição colocar no prato cortes bovinos, Leonardo Lamachia, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), espera por incrementos nas vendas para esse destino em breve. Tanto que a China está em tratativas para habilitar novos frigoríficos brasileiros para exportações, inclusive fazendo inspeções virtuais em alguns para acelerar o processo. "Já está crescendo o consumo de cortes bovinos por lá, o que nos dá um panorama muito bom para a carne brasileira", diz o presidente da Febrac.

Neg�cios internos e exporta��es de gado em p� desaceleram no Rio Grande do Sul

Depois de alcan�ar cerca de 170 mil animais embarcados pelo porto do Rio Grande, especialmente para a Turquia, o volume de exporta��o de gado em p� a partir do Estado encolheu significativamente neste ano. No primeiro semestre, de acordo com a secretaria de Agricultura, sa�ram do Estado rumo ao exterior apenas 46 mil animais vivos entre janeiro e junho deste ano. Com isso, a expectativa � de que as vendas, em 2019, n�o devem superar as 110 mil cabe�as. E � justamente esse mercado que paga acima da m�dia nacional, em torno de 15%. De acordo com o presidente da Farsul, Gede�o Pereira, a demanda arrefecida � reflexo direto da crise econ�mica turca.

No mercado brasileiro, o cen�rio n�o � muito diferente, tamb�m causado pela crise e pelo elevado n�mero de desempregados. Ainda assim, no Rio Grande do Sul, o consumo segue praticamente est�vel, o que tem ajudado o setor ao menos a n�o ter perdas de valor. Mas, segundo Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sindicato da Ind�stria de Carnes e Derivados no Estado (Sicadergs), com a necessidade de os produtores rurais abrirem espa�o de pastagens para lavouras e precisarem vender os animais, os valores pagos aos pecuaristas tendem a cair. "� um movimento sazonal normal. Como aumenta muito a oferta nesse per�odo que antecipa o plantio de ver�o, os pre�os costumam cair um pouco", diz Moussalle.

Ainda segundo o diretor-executivo do Sicadergs, investir em um poss�vel e futuro mercado europeu, a partir do acordo com o Mercosul, ou com os Estados Unidos, que pode vir a retomar as compras, nem sempre � um atrativo seguro. Al�m de precisar direcionar para fora do Brasil o produto que tem venda assegurada no mercado interno - especialmente nos casos dos frigor�ficos ga�chos -, h� uma outra incerteza constante nessas vendas, al�m do c�mbio.

"As barreiras sanit�rias, ou falsas barreiras criadas externamente, podem, de uma hora para a outra, fechar as portas � carne brasileira. E a� quem se desligou ou deixou de investir no mercado interno tem dificuldade de voltar a esse porto mais seguro", avalia o executivo do Sicadergs.

De acordo com o presidente da Associa��o Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski, um caminho para a pecu�ria ga�cha agregar valor seriam as exporta��es de carnes nobres. A Angus, uma das principais ra�as nobres nos campos do Estado, por exemplo, investe em certifica��es de qualidade que t�m aberto portas no mercado externo, mas enfrenta um limite f�sico para crescer. "O consumo interno � alto, e n�o temos como aumentar muito os embarques devido � falta de produto mesmo", explica Dzyekanski.

Al�m disso, ressalta o criador, o brasileiro tem comprado e valorizado cortes gourmets de carnes nobres. Tanto que, al�m do programa de certifica��o de qualidade Angus, outras ra�as, como Devon, tamb�m passaram a investir em a��es semelhantes.

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