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Publicada em 26 de Abril de 2021 às 00:01

Pandemia, inovação e competitividade

Leany Barreiro de Sousa Lemos

Diretora-Presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)

Leany Barreiro de Sousa Lemos Diretora-Presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)

/ Itamar Aguiar/Palácio Piratini/jc
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Jornal do Comércio
A pandemia de Covid-19 trouxe impactos em nossas vidas e nos modelos produtivos. E nos reensina, diariamente, a lidar com ela. Num sentido positivo, acelerou mudanças necessárias e nos fez superar barreiras. No sentido negativo, obviamente, todas e cada uma das vidas perdidas; mas também magnificou problemas que há muito existiam. Deficiências na educação, no atendimento da saúde em diversos cantos do País, na infraestrutura, por exemplo, assim como o problema crônico do baixo crescimento da economia brasileira e dos desafios enormes para romper com esse padrão.
A pandemia de Covid-19 trouxe impactos em nossas vidas e nos modelos produtivos. E nos reensina, diariamente, a lidar com ela. Num sentido positivo, acelerou mudanças necessárias e nos fez superar barreiras. No sentido negativo, obviamente, todas e cada uma das vidas perdidas; mas também magnificou problemas que há muito existiam. Deficiências na educação, no atendimento da saúde em diversos cantos do País, na infraestrutura, por exemplo, assim como o problema crônico do baixo crescimento da economia brasileira e dos desafios enormes para romper com esse padrão.
Mas o que nos capacitaria a lidar melhor com algo dessa dimensão - uma pandemia numa economia relutante? A crise nos oferece a possibilidade de caminharmos de maneira diversa, nos reinventando como pessoas e empresas. Muitos entendem - neles me incluo - que sairemos melhores e mais resilientes desta pandemia. É necessário, porém, que governos tomem decisões inteligentes e responsáveis, o que incluiu não comprometer mais o amanhã. Listo três questões a serem endereçadas.
Primeiro, o País precisa sinalizar para uma agenda de responsabilidade fiscal, de compromisso com níveis de gastos adequados e priorizados segundo projetos de impacto futuro. Um orçamento realista, sem malabarismos. Uma gestão baseada em evidências, que crie ambientes favoráveis a negócios e ofereça às pessoas a oportunidade de aprender e se desenvolver plenamente. Segundo, usar o conhecimento gerado e a ciência a nosso favor - e aprofundá-los, investindo mais e usando seus resultados na tomada de decisão das esferas pública e privada. Embora, claramente, nem todo resultado de pesquisa deva necessariamente ser aplicado - a pesquisa pura tem sua própria utilidade ao deixar espaço para a livre criação, é de onde vem as mais brilhantes inovações. Portanto, apoiar pesquisadores, pesquisas e universidades, seu berço natural (embora não exclusivo), é imperativo. Terceiro, aceitar que a mudança permanente faça parte de nossas vidas. Simplificar, adaptar, flexibilizar, ajustar. É o home office, que parecia tão distante antes, são as novas tecnologias, mas, essencialmente, são as novas formas de enxergar os desafios e resolvê-los.
E aí chegamos ao RS, que figura em segundo lugar do País em termos de empreendimentos em inovação, mas que patina há anos numa posição intermediária no ranking de competitividade dos estados, por conta, especialmente, da histórica questão fiscal - tratada por profundas reformas recentes lideradas pelo governador Eduardo Leite, e que já estão dando resultado. No comando de um banco estratégico para a Região Sul, é importante reafirmar nossa diretriz de apoiar a inovação e a sustentabilidade como fatores que serão fundamentais para uma retomada, mas, acima de tudo, para uma maior competitividade. É reconfortante saber que, dos cinco estados que lideram o pilar da inovação, quatro são justamente onde operamos com crédito e apoio técnico.
A pandemia nos trouxe desafios que jamais poderíamos dimensionar, mas também aponta caminhos. O mundo vai acelerar logo ali adiante. E quem soube inovar está saindo na frente!

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