Foi cuidando com atenção dos interesses dos associados que a Cooperativa Cotrijal, de Não-Me-Toque, no norte gaúcho, construiu sua história e consolidou uma estrutura capaz de sustentar uma das maiores feiras de agronegócios do mundo. O resultado da gestão cuidadosa e de sucesso colocou a empresa no topo da lista das mais lembradas e preferidas em sua categoria na pesquisa Marcas de Quem Decide 2023. Por conta desse sucesso, a cada ano que passa há mais empresas procurando espaço para participar da Expodireto Cotrijal, justifica o vice-presidente, Enio Schröeder.
Nesta terça-feira (4), durante cerimônia de divulgação dos destaques da pesquisa, o dirigente analisou a trajetória da cooperativa e o momento difícil pelo qual passa o setor. “Alcançamos um faturamento excepcional na Expodireto 2023, superior a R$ 7 bilhões, mas esse resultado não reflete tranquilidade. O agro precisa de um olhar diferente por parte do governo federal, e até agora não tivemos nenhuma sinalização. Tivemos do contato muito próximo que tivemos com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, na abertura da feira. Participamos de uma reunião com ele para explicar as necessidades do Rio Grande do Sul e as nossas preocupações. Ele saiu comprometido em verificar isso, mas ainda houve nenhuma sinalização positiva”, lamentou Schröeder.
Segundo ele, o País não tem como se desenvolver sem um agronegócio fortalecido e com recursos definidos. E isso não está acontecendo. Conforme o dirigente, é preciso equacionar o endividamento do produtor rural, que, por conta de fatores climáticos, perderam uma safra inteira nos últimos três anos.
“A perda é muito grande. E a implantação da última safra de soja teve custos altíssimos, com o aumento do preço dos fertilizantes, em função da guerra na Ucrânia. Alguns passaram de R$ 6 mil a tonelada, o que é muito para uma lavoura nos preços que estão hoje. Há um descompasso muito grande”.
“A perda é muito grande. E a implantação da última safra de soja teve custos altíssimos, com o aumento do preço dos fertilizantes, em função da guerra na Ucrânia. Alguns passaram de R$ 6 mil a tonelada, o que é muito para uma lavoura nos preços que estão hoje. Há um descompasso muito grande”.
Schröeder destaca o momento de instabilidade enfrentado pelo setor, sem segurança na questão cambial. “Precisamos de recursos para implantar a próxima safra. O trigo se encaminha, assim como outras culturas, mas com alto custo. Precisamos de um seguro agrícola robusto e fortalecido, assim como dinheiro para a soja e o milho. Aliado a isso tudo, vivemos uma forte indefinição sobre o mercado, que depende do câmbio, e o governo federal não definiu como vai se posicionar em relação a esse tema”, concluiu.