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Publicada em 09 de Setembro de 2024 às 13:23

Estudo comprova eficácia do implante percutâneo de válvula aórtica

Saadi destaca os benefícios do estudo realizado com pacientes no HCPA

Saadi destaca os benefícios do estudo realizado com pacientes no HCPA

Leo Pinheiro/Divulgação/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
Os benefícios do procedimento transcateter para o implante percutâneo de válvula aórtica, chamado de TAVI em inglês, foram comprovados em uma pesquisa científica inédita realizada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O procedimento é indicado para tratar o estreitamento da válvula aórtica, localizada entre o coração e a aorta, e indicada para pacientes com mais de 75 anos.
O estudo científico foi realizado entre 2019 e 2022 com 180 pacientes em tratamento de estenose aórtica grave sintomática no HCPA. Um grupo de 65 doentes foi submetido a TAVI e outro de 115 pessoas à cirurgia convencional. Os resultados da pesquisa foram apresentados nesta segunda-feira (9) pelo cirurgião cardiovascular gaúcho Rodrigo Saadi em tese de doutorado pela (Ufrgs).
“Quando há o estreitamento da válvula, ela para de abrir como deveria e a área para passar o sangue fica muito menor. Com isso, para o coração passar a mesma quantidade de sangue ele tem que fazer muito mais esforço e com o tempo pode ficar mais fraco e leva a várias consequências, inclusive à morte”, explica Saadi.
Para tratar a doença, era feita a cirurgia com abertura do peito e sutura da válvula. Em 2002, começou a ser usada uma técnica de corte a partir da virilha, com o uso de um catéter levado até a válvula doente, usando anestesia local. Como a válvula tem pouca invasividade e custo elevado, o procedimento não está disponível no SUS e não é recomendado para pessoas mais velhas, o que acaba gerando um grande volume de judicialização de casos para autorizar a colocação.
O estudo conduzido por Saadi comprova que o uso da TAVI traz como benefícios para o paciente menor período de internação, que teve 2 dias de UTI nos casos em que foi usado o sistema percutâneo, e 3 dias para os outros. Com relação a custos, o do primeiro foi bem maior, devido, principalmente, ao valor do dispositivo transcateter.
Saadi diz que a tendência é de recuo dos preços, o que contribui para a disseminação da técnica no SUS. Uma portaria do dia 9 de abril deste ano regula a adoção do TAVI na rede pública de saúde. “É possível conseguir oferecer essa técnica para a população pelo SUS. As empresas já viram que vão conseguir vender em maior escala atendendo ao SUS e estão baixando o preço”, afirma o pesquisador.

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