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Publicada em 06 de Junho de 2024 às 18:25

Leptospirose: estratégia de enfrentamento visa comunicação de risco, diagnóstico e logística

Leptospirose soma 3.658 casos notificados, 242 confirmados e 15 óbitos no RS

Leptospirose soma 3.658 casos notificados, 242 confirmados e 15 óbitos no RS

TÂNIA MEINERZ/JC
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Thiago Müller
Thiago Müller Repórter
O Estado do Rio Grande do Sul apresenta uma emergência de doenças em função das enchentes que acometeram a região durante o mês de maio. A leptospirose, uma delas, já apresenta 3.658 casos notificados, além de 242 ocorrências e 15 óbitos confirmados na atualização da última quinta-feira (6). Segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o aumento já foi apresentado nas cheias de setembro, e já era previsto.
O Estado do Rio Grande do Sul apresenta uma emergência de doenças em função das enchentes que acometeram a região durante o mês de maio. A leptospirose, uma delas, já apresenta 3.658 casos notificados, além de 242 ocorrências e 15 óbitos confirmados na atualização da última quinta-feira (6). Segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o aumento já foi apresentado nas cheias de setembro, e já era previsto.
Nesse contexto, o Cevs criou um Guia Básico para Riscos e Cuidados com a Saúde Após as Enchentes, que inclui, além da leptospirose, hepatite A, tétano, doenças diarreicas agudas, doenças infecciosas respiratórias e acidentes de animais peçonhentos. A estratégia principal visa comunicar o risco, ter diagnósticos oportunos e facilitar a logística relacionada à análises laboratoriais.
Devido a situação epidemiológica, as equipes envolvidas estão realizando o diagnóstico clínico para iniciar o tratamento antes da confirmação laboratorial. O diagnóstico deve ser realizado com uso de antibióticos, e é mais eficaz se prescrito nos primeiros dias de sintomas, como explica Roberta Vanacôr, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do RS.
Por isso, ressalta Roberta, o foco principal é na comunicação de risco para população. No caso da leptospirose em si, Roberta diz que não se deve negligenciar qualquer tipo de sintoma. Essa doença, causada pela bactéria leptospira, tem indícios aproximados de outras doença virais e bacterianas, inclusive a dengue.
Segundo o Comunicado de Risco de Leptospirose e Acidentes com Animais Peçonhentos para o Rio Grande do Sul, publicado no dia 2 de abril, o quadro inclui febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios. A bactéria pode entrar no corpo através de cortes, arranhões, olhos, nariz, boca ou pele íntegra imersa por longos períodos em água ou lama contaminada.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica adotou novas estratégias de enfrentamento à doença, devido às proporções que a enchente teve no Rio Grande do Sul. Os socorristas, que se expõem de forma frequente no resgate, receberam uma dose semanal de remédios para prevenção da doença. Ainda foram distribuídos medicamentos aos municípios afetados e Unidades de Saúde. 
O órgão também criou um formulário de notificação somente para leptospirose. Atualmente, a doença, assim como quaisquer outros casos contidos na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos em Saúde Pública do Ministério da Saúde, deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Os próprios serviços sofreram com perdas, sejam elas estruturais, de pessoal ou logísticas. Então há, segundo a profissional, possibilidade de subnotificação da doença.
Embora o tratamento independa do resultado laboratorial, houve uma tentativa de torná-lo mais célere. Porém, o teste de laboratório é realizado no Laboratório Central do Estado (Lacen-RS), que sofreu implicações logísticas por conta das cheias, foi utilizado helicópteros ou o congelamento das amostras. “A gente procura sempre confirmar [o caso] por critério laboratorial, mas existe a possibilidade de confirmar por critério clínico epidemiológico”. O Comunicado de Risco no início das enchentes também previa a possibilidade de realizar testes por meio de laboratórios privados, sendo que casos graves e óbitos são sempre enviados ao Lacen.

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