As empresas brasileiras são as que mais têm dificuldades de encontrar profissionais especializados para atuar nos projetos da Indústria 4.0 - 88% contra 68% da média global, segundo dados da pesquisa da Gi Group Holding, multinacional italiana que é uma das líderes globais em soluções dedicadas ao desenvolvimento do mercado de trabalho.
A falta de pessoas com as habilidades no nível operacional é a segunda dificuldade mais listada pelas empresas no Brasil (50%) para a implementação das tecnologias da Indústria 4.0. O motivo vem logo atrás do custo dos equipamentos, citado por 65% dos entrevistados.
Globalmente, 43% das empresas apontaram a falta de recursos humanos adequados a exigências da área como entrave para adoção de tecnologias da Indústria 4.0. Já a questão dos custos é citada por 56%.
"Com 68% das empresas relatando algum tipo de dificuldade em encontrar profissionais especializados, a escassez de mão de obra é de longe a maior preocupação da manufatura atualmente. Esse quadro tem várias causas, incluindo a falta de habilidades adequadas. É preciso incentivar os profissionais operacionais a desenvolverem novas capacidades, como lidar com tecnologia", avalia o presidente da Gi Group Holding no Brasil, Carlos Henrique Martins Tonnus.
Apesar disso, o Brasil é um dos países mais propensos a implementar novas tecnologias da Indústria 4.0 nos próximos cinco anos.
Os dados fazem parte do relatório "Tendências Globais de RH no setor de Manufatura - 2023", resultado de uma pesquisa do Instituto Piepoli feita com 240 tomadores de decisão (gerentes de RH, gerentes de fábrica e gerentes de produção) de empresas no setor de indústria de transformação, no Brasil, China, Alemanha, Itália, Polônia e Reino Unido.
A automação, juntamente com a sustentabilidade, é uma das principais tendências que estão conduzindo a indústria da transformação globalmente e contribuindo para o seu desenvolvimento. De acordo com o relatório, de fato, 84% das empresas nos seis países pesquisados já introduziram ferramentas de transformação digital. No Brasil, esse percentual é de 85%.
Apesar da crença comum de que as ferramentas tecnológicas eliminarão um grande número de empregos humanos, entre as empresas instaladas no Brasil, 44% consideram que a força de trabalho seguirá sendo crucial no futuro.
No geral, a automação é vista como uma oportunidade para as empresas aumentarem a produção e se manterem competitivas e para os funcionários aprimorarem suas habilidades, crescerem profissionalmente e aumentarem os salários. No entanto, pode representar um risco para os trabalhadores com competências insuficientes ou obsoletas. A este respeito, 38% das empresas no Brasil afirmam que muitos trabalhadores não possuem atualmente as competências adequadas para novos empregos, o que realça o papel crucial que a formação desempenhará cada vez mais nos próximos anos.

Facebook
Google
Twitter