Está mantida neste sábado, dia 9 de agosto, a realização da audiência pública do Plano Diretor de Porto Alegre. A prefeitura conseguiu que fosse revertida a liminar da Justiça Federal que
havia determinado a suspensão do evento. A decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) é do início da noite desta sexta-feira. Com isso,
o cronograma está mantido, com início do credenciamento dos participantes às 9h e abertura oficial às 10h. A manifestação da sociedade será realizada no turno da tarde.
No despacho, o desembargador João Batista Pinto Silveira, presidente do TRF4, defende que "a suspensão do evento traria prejuízo imediato e concreto" ao processo de revisão do Plano Diretor. O magistrado acolheu os argumentos do município. Dentre os argumentos está que a audiência foi convocada com 30 dias de antecedência e "amplamente divulgada". Assim, entendeu o desembargador que "aparentemente, o processo de revisão do Plano Diretor vem sendo conduzido com transparência e ampla participação popular" Conforme o município, mais de três mil pessoas estão inscritas.
Nas redes sociais, o prefeito Sebastião Melo (MBD) celebrou a nova decisão: "aguardamos os mais de três mil porto-alegrenses inscritos para debater a lei mais importante de Porto Alegre e que norteia o desenvolvimento que queremos para o futuro da nossa cidade".
Ainda, o governo sustentou que a organização da atividade mobilizou "um extenso aparato de servidores públicos e recursos financeiros" e alegou que não realizar a audiência "resulta em desperdício de recursos humanos e financeiros, além de frustrar a participação de milhares de cidadãos que se prepararam para o evento".
A audiência pública será neste sábado, dia 9 de agosto, no Auditório Araújo Vianna. Está previsto um dia inteiro para a apresentação das propostas de lei elaboradas pela prefeitura e a manifestação dos participantes, que poderão expressar apoio às propostas, criticar, questionar e sugerir modificações. Considerada um dos mais importantes momentos da elaboração ou revisão de um Plano Diretor, a audiência pública é etapa participativa obrigatória a ser realizada ao fim do processo no Executivo.
Após o debate de sábado, a prefeitura irá analisar as propostas apresentadas na audiência pública e as enviadas antes, em formulário online. Todas deverão ser respondidas e as respostas disponibilizadas. Os responsáveis pela elaboração das propostas irão analisar se as propostas da sociedade serão ou não acolhidas e, até o fim do mês, devem finalizar a redação dos projetos de lei. O passo seguinte é remeter as propostas à Câmara Municipal.
No entanto, ainda corre a Ação Civil pública que inicialmente determinou a suspensão da audiência. Outras decisões da liminar seguem valendo, assim como ainda haverá julgamento do mérito do pedido. Protocolada no dia 1º de agosto na Justiça Federal, a ação foi distribuída para diferentes varas até ser acolhida pela 5ª Vara Federal de Porto Alegre. Na tarde desta sexta-feira, a juíza Clarides Rahmeier acolheu parcialmente a tutela de urgência demandada pelo CAU/RS, liminar essa revertida pelo plantão do TRF4.
Apesar de ter iniciado em 2019 como revisão do Plano Diretor, o resultado, é mais que isso, caracterizando-se como uma
proposta nova, inclusive tratada pela prefeitura como
Novo Plano Diretor de Porto Alegre. A principal mudança é a separação em duas leis: uma estratégica, com o nome
Plano Diretor Urbano Sustentável, e outra que define como será o ordenamento do território por atividades e perfil das construções, chamada de
Lei de Uso e Ocupação do Solo.