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Publicada em 28 de Abril de 2022 às 16:42

Indústria é desenvolvimento

Gilberto Porcello Petry destaca a formação profissional disponibilizada pelo Senai

Gilberto Porcello Petry destaca a formação profissional disponibilizada pelo Senai

/DUDU LEAL/DIVULGAÇÃO/JC
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Jornal do Comércio
Ao se olhar as estatísticas da economia brasileira, sistematicamente divulgadas na nossa mídia, é preciso ir além dos números e perceber a dimensão da realidade industrial do País.
Ao se olhar as estatísticas da economia brasileira, sistematicamente divulgadas na nossa mídia, é preciso ir além dos números e perceber a dimensão da realidade industrial do País.
Os produtos não surgem espontaneamente nas prateleiras dos supermercados, sites ou nas vitrines das lojas, pois obedecem a um longo processo, desde o recebimento das matérias-primas, passando pelo denominado "chão de fábrica", até a entrega dos lotes já embalados no varejo.
Somente depois, essa trajetória pode ser representada por números, assumindo a forma de gráficos e demais comparativos, incluindo a última etapa do ciclo: o volume de vendas.
Há, portanto, uma imensa estrutura que nem sempre aparece. Convém salientar que, antes de tudo, há um empreendedor que colocou seus investimentos no negócio e assumiu riscos que comprometem o seu patrimônio.
O valor da indústria e de seus industriais, então, seria como um iceberg, pois o que se vê não passa de uma pequena parte de um gigantesco e complexo aparato que fica submerso.
Já os analistas mais atentos, e com estudos de maior profundidade, saberão que os processos de desenvolvimento das nações são feitos por setores econômicos e seus respectivos segmentos de atividade.
E, nesse exame detalhado, encontrarão um núcleo do qual emana a energia para que o conjunto avance em benefício das sociedades. Desde a metade do século XX, esse núcleo é o setor industrial.
Os avanços da agricultura de precisão se devem às máquinas e aos implementos desenvolvidos nas fábricas, assim como também os fertilizantes e engenharia genética são fruto de intensas pesquisas das indústrias.
Já o comércio eletrônico foi viabilizado e vem crescendo com base nos itens de informática e seus softwares, criados e aprimorados continuamente, e, hoje, indispensáveis no e-commerce.
Alcançar a mobilidade do consumidor também se tornou possível através de produtos inovadores como os telefones celulares e suas inúmeras funcionalidades.
E vale citar as vacinas, a exemplo das que foram pesquisadas contra a Covid-19, rapidamente lançadas pela indústria farmacêutica mundial. Portanto, a indústria é central em todos os processos de desenvolvimento.
O Brasil, assim, precisa adotar políticas que levem a um verdadeiro "choque de industrialização", pois, a partir desse setor, conseguirá dispor de uma arquitetura de desenvolvimento capaz de expandir as demais cadeias produtivas, já que desempenha uma função estratégica no contexto econômico e social.
Em função de sua extensa cadeia de fornecedores, segundo cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cada
R$ 1,00 produzido pela indústria gera R$ 2,40 na economia nacional, comparativamente a R$ 1,66 pela agricultura e R$ 1,49 a partir do comércio e serviços.
Por tudo isso, defendemos uma política de Estado, estrutural, que apoie os industriais e as indústrias estabelecidas e que, ao mesmo tempo, olhe para o futuro. Vamos, então, enxergar a todo o iceberg, passando a agir de acordo com a sua real dimensão.

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