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Publicada em 26 de Abril de 2021 às 00:01

As perspectivas para 2021

Gilberto Porcello Petry, presidente da FIERGS

Gilberto Porcello Petry, presidente da FIERGS

/DUDU LEAL/Divulgação/JC
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O ano de 2020 foi único e sem precedentes em todo o mundo, o que torna as avaliações para 2021, início de uma nova década, uma tarefa arriscada. A única certeza é que vamos precisar trabalhar e produzir muito, de forma redobrada, para tentar recuperar as perdas sofridas devido à pandemia. Pelo menos as econômicas, já que, no aspecto humano, elas são imensuráveis e insubstituíveis.
O ano de 2020 foi único e sem precedentes em todo o mundo, o que torna as avaliações para 2021, início de uma nova década, uma tarefa arriscada. A única certeza é que vamos precisar trabalhar e produzir muito, de forma redobrada, para tentar recuperar as perdas sofridas devido à pandemia. Pelo menos as econômicas, já que, no aspecto humano, elas são imensuráveis e insubstituíveis.
No seu último Balanço Anual, de dezembro do ano passado, a Fiergs já antecipara a queda de 4% do PIB do Brasil, que viria na esteira da Covid-19 e das controversas decisões governamentais decorrentes das questões da saúde pública. Com as empresas ora abrindo, ora fechando, e a insegurança instalada, o resultado não seria outro senão a presente retração, que só não é maior graças às ações adotadas pelo governo federal.
Ainda que a indústria tenha elevado o desempenho brasileiro no final do ano, tal movimento se mostrou insuficiente para sustentar a expansão nacional, tendo em vista que o setor já vinha de situação adversa e não houve melhorias no ambiente de negócios, a exemplo de uma reforma tributária que pelo menos simplificasse a estrutura de impostos.
Em termos de estímulos, o Brasil foi uma das nações que mais proveram recursos em comparação com os demais países. Essa realidade permite manter, pelo menos até o momento, a previsão da Fiergs de crescimento econômico de 3,2% do País para 2021. Vale lembrar que, no mês de junho do ano passado, o FMI apontou uma queda do PIB de -9,1%, e conseguimos cair menos da metade disso.
Já o começo de 2021 foi positivo. A produção física da indústria gaúcha em janeiro, segundo dados do IBGE, cresceu 9,8% em relação ao primeiro mês do ano passado. Esse resultado é muito significativo, tendo em vista que se compara com um período em que ainda não havia impactos da Covid-19 na economia.
Da mesma forma, a Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, pesquisa mensal divulgada pela Fiergs, mostrou que a utilização da capacidade instalada atingiu 74% em janeiro, quando a média histórica desse mês é de 68%, indicando que o setor trabalha para atender a uma demanda reprimida e repor estoques.
Mesmo com todas as restrições às atividades nos últimos meses, em nenhum momento a sociedade enfrentou problemas de abastecimento. Isso foi, em grande parte, resultado do trabalho incansável e da capacidade do setor industrial em superar desafios. E a expectativa, agora, é com os resultados do primeiro trimestre, que trarão consigo as repercussões do recrudescimento da pandemia que pode mudar o viés em que nos encontramos.
Portanto, o que nos motiva, no curto prazo, certamente, é o avanço da imunização da população, permitindo que a economia saia do respirador. É a nossa torcida para este ano, e acredito que todos nós devemos estar engajados.

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