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Publicada em 31 de Março de 2020 às 03:00

A marca de quem decide

Liana Bazanela

Liana Bazanela

/CELSO CHITOLINA/DIVULGAÇÃO/JC
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Jornal do Comércio
Qual a primeira imagem que surge em nossa mente quando pensamos em um líder? Quais são as principais características de quem está à frente de um negócio? Quais as habilidades e atitudes de quem tem o poder de decisão? Por muito tempo, a nossa sociedade foi aculturada com um estereótipo de liderança: homens, brancos, de terno e gravata, objetivos, seguro de si, com poder e sucesso tangibilizados com bens de consumo.
Qual a primeira imagem que surge em nossa mente quando pensamos em um líder? Quais são as principais características de quem está à frente de um negócio? Quais as habilidades e atitudes de quem tem o poder de decisão? Por muito tempo, a nossa sociedade foi aculturada com um estereótipo de liderança: homens, brancos, de terno e gravata, objetivos, seguro de si, com poder e sucesso tangibilizados com bens de consumo.
Há quem argumente que essa visão já está superada, pois as coisas mudaram. Será? Quem foram seus três últimos gestores? Quais são os nomes dos "top five" na liderança de seu mercado? Não há como negar: os homens ainda são maioria. E quanto mais saímos dos grandes centros, mais aumenta a ausência de mulheres no board das organizações. Avançamos? Sim, mas estamos longe da igualdade. As mulheres ainda sofrem muitos preconceitos (velados ou não) em sua trajetória profissional, enfrentando inúmeros desafios que dificultam e desaceleram o caminho para "chegar lá". Para desconstruir esse padrão, é preciso abrir o diálogo, provocar e destacar novos perfis de liderança exigidos pelo mundo contemporâneo. Temos que exaltar as mulheres vitoriosas que conseguiram prosperar nesse ambiente, e mais: que alcançaram o sucesso quebrando paradigmas, sem precisar mimetizar os comportamentos e padrões masculinos.
A ambição profissional é algo esperado para o sexo masculino, mas, muitas vezes, considerado aspecto negativo para as mulheres. Dizer que "ela é muito ambiciosa", para nossa sociedade, não é um elogio. No ambiente de trabalho, mulheres assertivas são vistas de forma pejorativa, enquanto o mesmo traço nos homens é interpretado como sinal de liderança. Ela, provavelmente, será considerada uma pessoa difícil, estressada, ansiosa, agressiva, insensível, até descontrolada em alguns momentos. Cultura é cultivo. Ter mulheres no topo das empresas é muito importante para que se desenvolvam políticas de igualdade adequadas. Muitas delas são simples e ajudam a formar novas práticas. Nesta nova economia, diversificar a equipe não é apenas uma questão de bom senso e uma atitude politicamente correta. Diversidade aumenta a performance e é fator-chave para melhores resultados. Está comprovado que ambientes diversos são mais justos, tolerantes e criativos. Pontos de vista plurais são essenciais para a inovação e sobrevivência nesta nova era.
Nós, homens e mulheres, não podemos nos isentar de nossa responsabilidade, consentindo, assim, uma cumplicidade silenciosa. O que marca quem decide não é seu gênero, mas suas competências e habilidades de exercer uma liderança colaborativa, pois o grande papel de um líder é escolher e engajar as pessoas certas para trabalhar de forma coletiva.

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